Fabíola Ortiz
25 de Maio de 2012
cacique Almir Suruí, líder indígena do povo Surui.
http://www.oeco.com.br/images/stories/file/mai2012/ecocast/ecocast_fabiola_280512_download.php
(Foto: Divulgação Metareilá/Povo Paiter-Surui)
Sem proteção, o cacique Almir Suruí, líder indígena do povo Surui, em Rondônia, sofre ameaças de morte por denunciar ação de desmatamento ilegal em suas terras indígenas. Até esta última quarta-feira, 23 de maio, Almir Surui contava com a proteção da Polícia Militar, a mando do governador de Rondônia, mas a partir de quinta-feira, ele deixou de receber segurança e se encontra sem qualquer tipo de proteção.
O povo Paiter-Suruí tem conquistado reconhecimento internacional por desenvolver trabalhos e parcerias inovadoras, além de possuir o primeiro projeto de REDD+ validado no Brasil.
As ameaças ao líder indígena vêm acontecendo desde 2003, informa a cientista social Natalia Menhen, diretora do Instituto Artivisão em Minas Gerais, que elaborou uma petição online para pressionar autoridades dos ministérios da Justiça, do Meio Ambiente, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, IBAMA, FUNAI e Polícia Federal a garantir a proteção de Almir, hoje ameaçada: “Queremos que eles tomem as medidas devidas no que diz respeito à garantia dos direitos dos povos indígenas, populações tradicionais e Unidades de Conservação, bem como à rígida apuração dos casos cometidos contra estes, pois a sensação de impunidade aumenta as ocorrências”, disse a (o) Eco.
Preocupados com as recentes ameaças, a Equipe de Conservação da Amazônia (ECAM) e o cacique Almir Surui redigiram a Carta do Povo Paiter-Surui às autoridades públicas e à sociedade brasileira.
A ameaça iminente a Almir coincide com outra data: faz um ano que Zé Cláudio e Maria do Espírito Santos foram assassinados no Pará (http://www.oecoamazonia.com/br/blog/222-morre-ze-claudio-simbolo-de-luta-pela-castanheira), com tiros à queima-roupa, também após liderar movimento contra a extração ilegal de madeira, nesse caso, na reserva extrativista Praia Alta Piranheira, em Nova Ipixuna (PA).
Leia a íntegra da carta dos Suruí
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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