Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

A Questão Climática e o Brasil na COP 15

por Laércio Bruno Filho

Restam apenas algumas horas que nos separam da Conferencia Climática, em Copenhagen.
O Brasil deveria se posicionar como líder na questão climática. Por conta de suas fortes vantagens comparativas: extensão territorial continental, crescente importância geopolítica e econômica e as gigantescas (e ameaçadas) reservas de recursos naturais.

Este posicionamento significa liderar o grupo dos países em desenvolvimento, encabeçando as discussões sobre as exigências e pleitos feitas pelos países e as respectivas negociações necessárias. Assumir agressivas metas próprias de redução das suas emissões (que em sua maior parte são de desmatamento) servindo como exemplo às demais nações, principalmente as grandes emissoras.

A sustentação desta posição se daria por conta de uma coalizão internacional bem articulada com todos os países em desenvolvimento, BRIC inclusive. Formação de um bloco único, mesmo considerando-se suas enormes diferenças, com o poder de pressionar e barganhar em favor da contenção do aquecimento global ao mesmo tempo em que preservando crescimento sustentável.

Os mais pobres são os que mais sofrerão com os impactos causados pelo aumento da temperatura: escassez de alimentos, epidemias, desaparecimento gradual de água potável e para agricultar, êxodo de populações; aliados á dificuldade de acesso à tecnologias,conhecimento e analfabetismo, culminando com a relutância na transferência de recursos financeiros para adaptação ao novo clima por parte dos países ricos, o que só agrava o estado de pobreza. Indicadores já amplamente divulgados pelos estudos científicos do IPCC, OMS e ONU.

No cenário global, climático, não existe um líder definido.
Dúvidas pairam sobre esta questão. Todos esperam pelo posicionamento dos EUA, que sabidamente “sofre” muita pressão interna quando se trata do controle interno de suas emissões de GEE. Existe um fortíssimo lobby que é contra reduções de emissões maiores que 20%, ano base 2005, alegando alto impacto negativo na economia americana.
Os demais países europeus não estabelecem um consenso sobre metas e no Japão o segmento industrial duvida do atingimento às metas anunciadas.

“Momentum”
As recentes posições declaradas por entidades brasileiras como a Manifestação publica do Agronegócio e da Industria Paulista (Fiesp); a lei aprovada pela Assembléia Legislativa Paulista estabelecendo metas de redução e controle dos gases efeito estufa em nível estadual, o posicionamento da industria da carne em controlar o desmatamento, do Estado do Amazonas , do Mato Grosso e do Pará em reduzir e punir o desmatamento e incentivar a conservação da floresta em pé, dos gestores públicos se reunirem para discutir metas de controle de emissões,representam todos, sinais concretos que são muito bem vistos e interpretados pela comunidade internacional.
O país inteiro aguarda apenas um sinal verde, apontando quais as medidas pragmáticas a serem seguidas e metas factíveis realizáveis, para abraçar a questão climática.
E este sinal deve partir do governo e sociedade, simultaneamente e em comum acordo.

Cabe ao Brasil, uma vez que possui os pré-requisitos originais reconhecidos e respeitados em nível mundial, se posicionar e trabalhar de forma habilidosa o contexto diplomático afim de modelar o papel de líder climático e incorporá-lo.

O país assumindo esta posição formal perante a comunidade internacional, evoluiria para um estágio socioambiental muito mais avançado em relação às outras potencias em desenvolvimento, como China, Índia e Rússia.
E,para se tornar uma nação desenvolvida este posicionamento é muito significante.

Os eventos programados para os próximos anos representam passos edificantes na grande jornada que deve culminar com o Brasil tornando-se a próxima nação desenvolvida,ainda na primeira metade deste século, ocupando o lugar que lhe cabe no contexto mundial.
Assim, a liderança climática é um fator de vital importância.

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