Jéssica Lipinski, do Instituto CarbonoBrasilJá se passaram muitos anos desde que as primeiras estratégias regulatórias para mitigar as emissões de carbono foram implementadas, mas o que se verifica hoje é que essas ferramentas ainda não progrediram satisfatoriamente em seu objetivo de controlar as mudanças climáticas.
No entanto, uma das saídas para este problema pode ser a incorporação de soluções voluntárias para reduzir as emissões. Pelo menos é o que indica o novo relatório do Ecosystem Marketplace, Bringing it Home: Taking Stock of Government Engagement with the Voluntary Carbon Market (Trazendo para Casa: Balanço de Compromisso dos Governos com o Mercado Voluntário de Carbono).
Segundo o documento, nos últimos anos cerca de 20 agências governamentais agregaram ferramentas voluntárias do setor privado, como por exemplo, a utilização de créditos de carbono do mercado voluntário, a certificação de projetos e o desenvolvimento de metodologias para cumprir metas obrigatórias.
“Em alguns anos, os governos foram do ceticismo à aceitação do mercado voluntário de créditos de carbono como um complemento válido da regulamentação”, explicou Molly Peters-Stanley, gerente do Programa de Carbono do Ecosystem Marketplace.
“Alguns programas voluntários estão até criando as regras para mercados de carbono regulamentados à medida que os governos terceirizam uma lista crescente de funções de mercado para órgãos independentes – apoiando-se em sua experiência acumulada com projetos de compensação de carbono”, continuou Molly.
A análise especifica os 13 casos considerados mais promissores nesta incorporação – Oregon, Califórnia, Oklahoma, Colúmbia Britânica, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, China, Austrália, Costa Rica, Reino Unido e Itália.
Um dos segredos para o êxito desta incorporação parece ser a adaptação das inciativas às condições específicas de cada região. “A agricultura é o coração de Oklahoma, e esse programa beneficia tanto os produtores agrários quanto os recursos naturais. As pessoas gostam da nossa abordagem não-regulatória”, declarou Stacy Hansen, diretora da Comissão de Conservação de Oklahoma, que supervisiona o projeto.
“Muitos destes programas são únicos e inovadores, mas ganharam muito pouca atenção globalmente”, comentou Katherine Hamilton, diretora do Ecosystem Marketplace.
“Analisamos esses vários programas governamentais com a meta de enfatizar e esclarecer seus esforços domésticos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Em muitos casos, os governos estão estabelecendo programas de comércio não apenas para apoiar as corporações e os cidadãos na busca por compensar emissões, mas também como um meio de testar o comércio de carbono como uma ferramenta de conformidade regional”, acrescentou.
O resultado pode ser visto nos preços dos créditos: enquanto os gerados por estes programas giram em torno de US$ 11 por tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), a média global fica em US$ 6 por tonelada, de acordo com outro relatório do Ecosystem Market Place, o State of the Voluntary Carbon Markets 2011 (Estado dos Mercados de Carbono Voluntários de 2011).
No entanto, o volume de créditos transacionados nos mercados voluntários ainda é muito pequeno se comparado ao do mercado compulsório: segundo o relatório Back to the Future: State and Trends of the Voluntary Carbon Markets 2011 (De volta para o futuro: estado e tendências dos mercados voluntários de carbono 2011), o mercado voluntário atingiu em 2010 US$ 424 milhões, enquanto o mercado compulsório chegou a US$ 142 bilhões.
A tendência, entretanto, segundo aponta o novo documento, é de que outros países, como a África do Sul, a Coreia do Sul e Costa Rica, também invistam no mercado voluntário; a África do Sul, por exemplo, já está considerando permitir créditos de origem voluntária em sua proposta de taxa de carbono.
Os dados do documento devem ser atualizados pelo Ecosystem Market Place até o final de maio.
(Instituto CarbonoBrasil)
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