Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

USP mostra que Faltam projetos consistentes para preservar Amazônia

28.12.2011

O mecanismo REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) surgiu em 2003, na 9ª Conferência do Clima em Milão, Itália, e seu conceito inclui na contabilidade das emissões de gases-estufa aquelas emissões que são evitadas pela redução do desmatamento e da degradação florestal. Mesmo amplamente conhecido e percebido como um benefício a mais quando o assunto é manter a floresta em pé, o REDD “ainda é um discurso de workshop” e está distante de ser realizado porque “não existe ambiente institucional definido” para a sua implantação, afirmou Roberto Smeraldi, da organização não-governamental Amigos da Terra Amazônia Brasileira. O jornalista integrou os debates do seminário Economia verde na Amazônia: desafios na valorização da floresta em pé, realizado no dia 29 de novembro no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.

O encontro organizado pelo Programa Amazônia em Transformação: História e Perspectivas (AmazonIEA), do IEA, reuniu especialistas para debater instrumentos de mercado, financiamentos, políticas públicas, estratégias empresariais e outros temas visando à valorização da floresta em pé. Os debates aconteceram num momento em que 192 países estavam reunidos em Durban, África do Sul, para buscar consenso sobre o futuro pós-Protocolo de Kyoto, cuja vigência termina em 2012.

O mercado global de carbono estava numa condição de bolha e foi precificado a partir de uma percepção mais realista e menos especulativa, lembrou Smeraldi. Mesmo diante das incertezas se haveria ou não a prorrogação das regras do protocolo, estava sendo aguardado para quinta-feira, 1º de dezembro, o anúncio de uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) específica para regular o mercado voluntário de carbono no Brasil.

“Há muita coisa acontecendo, especialmente na iniciativa privada. Mas ainda há pouca divulgação porque as empresas preferem mostrar resultados ou projetos mais consistentes antes de anunciar qualquer coisa”, disse Warwick Manfrinato, integrante do grupo de estudos sobre Amazônia do IEA, durante os debates.

FinanciamentosA floresta amazônica é uma preocupação mundial. O mais intrigante é que a preservação da “grande floresta” não depende apenas de recursos financeiros, mostraram alguns palestrantes. “Hoje o Fundo Amazônia tem dinheiro sobrando e faltam proponentes com projetos organizados e consistentes. Curiosamente, quase não há propostas dos Estados, que teriam condições de se organizar e fazer boas propostas”, disse Sérgio Weguelin, superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES.

Segundo Weguelin, há 23 projetos financiados atualmente através do Fundo Amazônia e esse número poderia dobrar. “Os não aprovados geralmente não mostraram de forma clara a lógica da intervenção do proponente, com resultados e indicadores verificáveis. Não dispomos de uma equipe para montar projetos e por isso eles devem chegar bem organizados”, apontou.

Além do Fundo Amazônia, Weguelin disse que o BNDES está apostando suas fichas na valorização da floresta em pé com a recente criação de uma área de meio ambiente. Há também a previsão do lançamento de um Mercado de Capitais Verde. O banco está focando os negócios madeireiros, de créditos de carbono e de tecnologias verdes, entre outras atividades.

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