Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Especialista aponta desafios para valorizar a floresta em pé

Atualmente, florestas estão sendo desmatadas em todo mundo

Por: Epoch Times
O desmatamento é mundial, mas os olhos estão voltados para a Amazônia
“O grande desafio é a gente mudar essa trajetória. Trazer incentivos para a conservação e reduzir a pobreza”, disse Virgílio Viana, diretor científico da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), especialista em Amazônia, mudanças climáticas, manejo florestal e agroflorestal, conservação ambiental, certificação e desenvolvimento sustentável.

Sendo um dos presidentes do comitê da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (UNSDSN), Virgílio aponta que o comitê está elaborando um documento e visando a mudança atual das florestas (conhecido como “business as usual” ou negócios como de costume), que resultam em pobreza e desmatamento.
“O caminho, então, talvez seja substituir os negócios como de costume para a gestão e valorização econômica das florestas nativas”.

Como valorizar a floresta
As florestas são desmatadas por vários motivos, dentre eles, para serem substituídas por outras culturas agrícolas e de criação de gado, outros empreendimentos, como exploração de minerais e petróleo e incêndios florestais.

Virgílio aponta que a floresta pode ser valorizada de duas formas. Uma é por meio dos produtos que a floresta oferece, como castanha, borracha (látex), madeira, peixes. A outra forma é por meio dos serviços ambientais, como por exemplo, o estoque de carbono, biodiversidade, água, e assim por diante. O pagamento de serviços ambientais é uma alternativa que pode prover valor econômico às florestas. Virgílio aponta meios para que isso aconteça.

Um deles é o REDD+ (Redução das Emissões Desmatamento e Degradação Florestal + conservação, manejo e aumento dos estoques de carbono), que é um mecanismo criado pela Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (UFCCC).“(REDD+) é uma das grandes esperanças da valorização dos serviços ambientais em escala internacional e se discute isso também em escala nacional. A gente tem várias iniciativas em vários estados e no governo federal também, caminhando muito mais lentamente do que a gente gostaria”, disse o diretor. Além disso, o Brasil possui programas de pagamento de serviços ambientais.

Porém Virgílio alerta que o país possui uma tendência de administrar a questão do desmatamento como uma questão legal.“O enfrentamento do desmatamento é muito mais, a meu ver, uma questão econômica, do que uma questão de natureza legal e esse é um dos problemas da história da administração pública no Brasil e na América do Sul, que é muito baseada no legalismo, isto é, proibir e publicar um decreto”, explica.

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