Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Mundo Ainda Sem Liderança para o Encontro Global do Clima;No Climate Change Leader as Nations Meet//NYtimes

No Climate Change Leader as Nations Meet
artigo de Neil MacFarquhar, NYT - tradução de Laércio Bruno Filho

Economistas apontam para a Índia, uma potência tipicamente emergente, como capaz de ilustrar os obstáculos que cerca de 100 líderes do mundo devem enfrentar ao se reunir em Nova York na próxima terça-feira para a maior reunião de cúpula sobre mudança climática já convocada.

O governo indiano anunciou um importante compromisso de levar eletricidade, via energia renovável solar para mais de 400 milhões de pessoas, hoje sem acesso.
Contudo, o governo foi criticado internamente, por aceitar a meta internacional de redução de 2 graus fahrenheit (sobre a temperatura atual) visando impedir o aumento da temperatura global e assim reduzindo suas emissões de GEE. Os partidos da oposição acusaram o governo de vender o futuro desenvolvimento do país.

Embora praticamente todas as grandes nações desenvolvidas e em desenvolvimento tenham assumido compromissos nacionais para a criação mais eficiente de fontes de energia renováveis, visando as reduções de emissões, ninguém quer assumir a liderança na luta por importantes metas internacionais de redução das emissões. Isto se dá por conta de que nenhum desses países deseja correr o risco de ser acusado internamente de vender futuros empregos e crescimento econômico.

As negociações para um novo acordo sobre as alterações climáticas a ser assinado em Copenhague em dezembro estão paralisadas. Com o atual acordo em execução mais de 200 páginas, afirmam os negociadores dos países, são de pontos de discordância diplomática entre os países. Há uma preocupação geral de que o documento seja demasiado pesado para reunir um consenso nos próximos meses.

Ao convocar esta reunião, as Nações Unidas esperam que, coletivamente, os líderes possam despertar atenção e vontade dos países participantes para a superação de interesses nacionais limitados e dar aos negociadores uma amplitude maior da questão, buscando pelo menos a concepção de um esboço possível acordo global.
Ban Ki-moon – Secretario Geral da ONU: "Eu os tenho incentivado a falar e agir como líderes globais,pensando além de suas fronteiras nacionais", disse quinta-feira na reunião da ONU.

Na próxima terça-feira,líderes e chefes de Estado e de Governo da maioria das potencias econômicas, estão engajados em discussões preliminares sobre questões pendentes à mudança climática,já como preparação para o encontro de dezembro.

Segundo Robert Orr, secretário-geral adjunto para o planejamento da política das Nações Unidas,este encontro não objetiva o posicionamento “país a país “, mas sim um posicionamento conjunto de todos os países presentes. "Politicamente, todos eles têm que saltar juntos, e essa é a essência deste encontro”.
Vamos ver se todos os governos estão dispostos a dizer: "Estou dando o primeiro passo, você virá comigo?" Isso seria uma quebra enorme nos procedimentos de negociação adotados até hoje”

(...)Apesar de se limitar o aumento da temperatura a 2 graus Fahrenheit uma meta já aceita, não há consenso sobre como chegar lá.
Os países industrializados não chegaram a acordo sobre metas de médio prazo. Fizeram promessas de redução em cerca de metade da meta definida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, que é de 25% a 40% de redução dos níveis identificados em 1990 até o ano limite de 2020.

Os países em desenvolvimento concordaram sobre a necessidade de reduzir as suas emissões, mas rejeitaram qualquer limite obrigatório, além de exigirem apoio financeiro e técnico em troca de tais reduções.

A questão da ajuda aos países mais pobres para se adaptar ao impacto das alterações climáticas tem sido posta de lado. Também não há acordo sobre quais seriam as instituições que seriam responsáveis por verificar o atingi mento de metas cumpridas e a fiscalização das finanças.

De acordo com Kim Carstensen, diretor do Global Climate Initiative of the World Wildlife Fund, o consenso geral que reina no encontro é :”posicione-se o mínimo possível, o mais tarde possível e deixe a outra pessoa ir primeiro".
Nas últimas semanas, surgiram profundas divisões entre os Estados Unidos e a União Européia. Os europeus disseram que iriam doar de US $ 2 bilhões a US $ 15 bilhões por ano, na próxima década para ajudar os países menos desenvolvidos a se adaptarem à mudança climática. O governo dos EUA não ofereceu nada próximo.

A meta européia é uma redução de 20%o, dos níveis de emissão identificados no ano 1990, até o ano de 2020. Isto seria ainda inferior aos 25% recomendados pelo Painel Intergovernamental, embora os europeus dissessem que aceitariam 30% se todos os países concordassem.

O Congresso dos EUA está discutindo tais questões(...) ,as chances de definição de um projeto final de compensação no Congresso Americano até dezembro são cada vez mais improváveis, (...) especialistas estão esperando ansiosamente para ouvir o que o presidente Obama,proporá em seu discurso na terça-feira próxima sobre mudanças climáticas, questão fundamental em sua administração.

Um discurso do presidente Hu Jintao, da China também é amplamente esperado. Especialistas esperam que ele anuncie um compromisso significativo para com energias renováveis e redução de emissões nos próximos cinco anos. Hu jintao é o primeiro presidente chinês a participar na Conferência Anual da Assembléia Geral das Nações Unidas.

Estados Unidos e a China representam, juntos, cerca de 40 por cento das emissões mundiais, divididos quase igualmente.Um consenso entre estes dois países impulsionaria de forma significativa um acordo global.

(…) EUA só querem assumir metas de redução depois do posicionamento da China, há quem diga que este posicionamento fará naufragar todo o esforço do Encontro. Além disso, os EUA não desejam assumir os mesmos montantes de redução que China, diz um senador americano, antigo negociador norte-americano.

Blocos de países menores, as nações mais pobres têm suas próprias agendas. Os países insulares do Pacífico e do Caribe pressionarão por um limite máximo de temperatura ainda mais baixa que os 2 graus Fahrenheit porque eles temem que a elevação dos mares poderia literalmente inundá-los. Os africanos estão ameaçando sair das negociações se não forem acordados US $ 300 bilhões em ajuda.

Existem ainda as objeções da Nova Zelândia para o fato de que as negociações têm basicamente ignorado a agricultura, que responde por 13% a 14% das emissões de GEE. Os países em desenvolvimento temem que uma eventual regulamentação da agricultura poderia aprofundar os graves problemas na alimentação de suas populações.

"O percepção é de que paira é uma espécie de reação nacionalista que pode levar a um retrocesso de posições", disse Jeffrey Sachs, diretor do Earth Institute da Columbia University. "Deveríamos estar vendo isto como solucionando uma questão global, e não como a negociação global."

To read in English,access the link below :
http://www.nytimes.com/2009/09/20/science/earth/20nations.html?th&emc=th

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