Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
Cidade americana polui 10 vezes mais que brasileira
Metrópoles brasileiras emitem em torno de um décimo de gases de efeito estufa em comparação a grandes cidades americanas, como Denver ou Washington
Rio de Janeiro é a metrópole que mais emite gases-estufa no Brasil
São Paulo - As metrópoles brasileiras emitem em torno de um décimo de gases de efeito estufa em comparação a grandes cidades americanas como Denver e Washington. É o que aponta um estudo realizado pelo Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Iied, na sigla em inglês), com recursos do Banco Mundial. Com base nas emissões per capita da população, o relatório analisou 100 cidades em 33 países.
Do Brasil, foram incluídas no estudo São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Porto Alegre. O Rio é a metrópole que mais emite gases-estufa (2,1 toneladas de poluentes por habitante/ano), seguida de Porto Alegre (1,48 t/habitante/ano) e São Paulo (1,40 t/habitante/ano). No mundo, a cidade de Roterdã, na Holanda, é a que registra maior emissão per capita (29,8 t/habitante/ano), seguida de Denver (EUA) e Sidney (Austrália).
“As grandes cidades têm sido responsabilizadas por contribuir com o aquecimento global. Mas muitas delas têm emissões per capita baixas, mesmo com elevado grau de urbanização e consumo de seus habitantes”, afirma Daniel Hoornweg, autor do estudo e especialista em urbanismo do Banco Mundial. Um exemplo são cidades europeias como Paris (5,2 t/habitante/ano), que responde por menos da metade das emissões de um morador de Shangai, na China (11,7 t/habitante/ano).
Segundo o estudo, as emissões urbanas per capita refletem a estrutura econômica das metrópoles. Uma cidade com indústrias pesadas, uso massivo do transporte individual e energia gerada por carvão produzirá mais emissões que uma cidade de economia baseada em serviços, com boa infraestrutura de transporte público e com energia produzida em hidrelétricas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio de Janeiro é a metrópole que mais emite gases-estufa no Brasil
São Paulo - As metrópoles brasileiras emitem em torno de um décimo de gases de efeito estufa em comparação a grandes cidades americanas como Denver e Washington. É o que aponta um estudo realizado pelo Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Iied, na sigla em inglês), com recursos do Banco Mundial. Com base nas emissões per capita da população, o relatório analisou 100 cidades em 33 países.
Do Brasil, foram incluídas no estudo São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Porto Alegre. O Rio é a metrópole que mais emite gases-estufa (2,1 toneladas de poluentes por habitante/ano), seguida de Porto Alegre (1,48 t/habitante/ano) e São Paulo (1,40 t/habitante/ano). No mundo, a cidade de Roterdã, na Holanda, é a que registra maior emissão per capita (29,8 t/habitante/ano), seguida de Denver (EUA) e Sidney (Austrália).
“As grandes cidades têm sido responsabilizadas por contribuir com o aquecimento global. Mas muitas delas têm emissões per capita baixas, mesmo com elevado grau de urbanização e consumo de seus habitantes”, afirma Daniel Hoornweg, autor do estudo e especialista em urbanismo do Banco Mundial. Um exemplo são cidades europeias como Paris (5,2 t/habitante/ano), que responde por menos da metade das emissões de um morador de Shangai, na China (11,7 t/habitante/ano).
Segundo o estudo, as emissões urbanas per capita refletem a estrutura econômica das metrópoles. Uma cidade com indústrias pesadas, uso massivo do transporte individual e energia gerada por carvão produzirá mais emissões que uma cidade de economia baseada em serviços, com boa infraestrutura de transporte público e com energia produzida em hidrelétricas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fórum discute importância das florestas para sustentabilidade do planeta
em janeiro 26, 2011 por HC
Estimativas de tendência de perda de florestas feitas nos últimos dez anos revelam risco de extinção das florestas tropicais nos próximos 50 anos, se continuar o ritmo do padrão atual de exploração
Afinal, qual é a importância das florestas não só para o equilíbrio fundamental do planeta, mas também para a sobrevivência das populações humanas?
Já se sabe que alguns dos serviços ambientais essenciais oferecidos pelas florestas são a regulação do clima, a manutenção e oferta de água e de alimentos. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização.
Para discutir a proteção em caráter emergencial das florestas de todo o planeta, representantes das Nações Unidas estão reunidos desde essa segunda-feira (24/1), em Nova York (EUA), no 9º UNFF (Fórum das Nações Unidas para Florestas) com o propósito de estabelecer agendas internacionais comuns em torno deste objetivo.
Durante duas semanas, os países membros vão debater a importância das florestas para o bem-estar e garantia da sustentabilidade das próprias populações humanas, sem se limitarem à questão da produção e do mercado florestal – focado no fornecimento de madeira -, tônica que sempre permeou essas discussões.
De acordo com João de Deus, diretor do Departamento de Florestas do MMA, no Ano Internacional de Florestas (2011), o lema da campanha da ONU pretende lembrar a todos que a conservação florestal não é um obstáculo ao desenvolvimento.
“As comunidades podem desenvolver suas economias em um processo que esteja associado à habilidade de se conseguir manter os recursos a longo prazo”, comenta.
Outros temas como a preservação da biodiversidade (especialmente em florestas tropicais, que apresentam megadiversidade), redução de sua perda e manutenção de florestas como estratégia de mitigação dos efeitos de mudanças climáticas serão pautados no Fórum.
O principal ponto que o Brasil pretende defender é o manejo adequado de florestas tropicais como instrumentos de mercado. João de Deus explica que existe a possibilidade de um modelo de desenvolvimento em que as florestas vão auxiliar no processo socioeconômico das comunidades, feito a partir da utilização de recursos múltiplos destas áreas.
“Ao gerar esta multiplicidade de usos, este modelo prevê que a pressão econômica sobre os recursos florestais deve ser compatibilizada com a sua conservação a longo prazo”, argumenta.
A reunião vai avaliar como cada país membro pode implementar tais mudanças e socializar ideias e sugestões em busca de novas iniciativas.
Manejo florestal – João de Deus afirma que os atuais padrões de manejo florestal têm se mostrado insatisfatórios. Ele explica ainda que a criação de novos modelos vai exigir novas tecnologias e desenvolvimento de conhecimento, além de investimentos em pesquisas nesta área.
“A cooperação deve trabalhar firme e rapidamente nesse processo. Perdemos muito tempo com a propagação da ideia de que o manejo florestal seria uma única solução para todos os males”.
O manejo florestal é o documento técnico que contém o planejamento para a exploração de determinadas espécies madeireiras nas florestas. Implica no manejo da floresta que extrai da mesma apenas o que ela consegueria repor naturalmente, sem que isso comprometa o equilíbrio do ecossistema e sua capacidade de regeneração florestal, sem colocar em risco sua cobertura vegetal.
Texto de Carine Correa, do MMA, publicado pelo EcoDebate, 26/01/2011
Estimativas de tendência de perda de florestas feitas nos últimos dez anos revelam risco de extinção das florestas tropicais nos próximos 50 anos, se continuar o ritmo do padrão atual de exploração
Afinal, qual é a importância das florestas não só para o equilíbrio fundamental do planeta, mas também para a sobrevivência das populações humanas?
Já se sabe que alguns dos serviços ambientais essenciais oferecidos pelas florestas são a regulação do clima, a manutenção e oferta de água e de alimentos. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização.
Para discutir a proteção em caráter emergencial das florestas de todo o planeta, representantes das Nações Unidas estão reunidos desde essa segunda-feira (24/1), em Nova York (EUA), no 9º UNFF (Fórum das Nações Unidas para Florestas) com o propósito de estabelecer agendas internacionais comuns em torno deste objetivo.
Durante duas semanas, os países membros vão debater a importância das florestas para o bem-estar e garantia da sustentabilidade das próprias populações humanas, sem se limitarem à questão da produção e do mercado florestal – focado no fornecimento de madeira -, tônica que sempre permeou essas discussões.
De acordo com João de Deus, diretor do Departamento de Florestas do MMA, no Ano Internacional de Florestas (2011), o lema da campanha da ONU pretende lembrar a todos que a conservação florestal não é um obstáculo ao desenvolvimento.
“As comunidades podem desenvolver suas economias em um processo que esteja associado à habilidade de se conseguir manter os recursos a longo prazo”, comenta.
Outros temas como a preservação da biodiversidade (especialmente em florestas tropicais, que apresentam megadiversidade), redução de sua perda e manutenção de florestas como estratégia de mitigação dos efeitos de mudanças climáticas serão pautados no Fórum.
O principal ponto que o Brasil pretende defender é o manejo adequado de florestas tropicais como instrumentos de mercado. João de Deus explica que existe a possibilidade de um modelo de desenvolvimento em que as florestas vão auxiliar no processo socioeconômico das comunidades, feito a partir da utilização de recursos múltiplos destas áreas.
“Ao gerar esta multiplicidade de usos, este modelo prevê que a pressão econômica sobre os recursos florestais deve ser compatibilizada com a sua conservação a longo prazo”, argumenta.
A reunião vai avaliar como cada país membro pode implementar tais mudanças e socializar ideias e sugestões em busca de novas iniciativas.
Manejo florestal – João de Deus afirma que os atuais padrões de manejo florestal têm se mostrado insatisfatórios. Ele explica ainda que a criação de novos modelos vai exigir novas tecnologias e desenvolvimento de conhecimento, além de investimentos em pesquisas nesta área.
“A cooperação deve trabalhar firme e rapidamente nesse processo. Perdemos muito tempo com a propagação da ideia de que o manejo florestal seria uma única solução para todos os males”.
O manejo florestal é o documento técnico que contém o planejamento para a exploração de determinadas espécies madeireiras nas florestas. Implica no manejo da floresta que extrai da mesma apenas o que ela consegueria repor naturalmente, sem que isso comprometa o equilíbrio do ecossistema e sua capacidade de regeneração florestal, sem colocar em risco sua cobertura vegetal.
Texto de Carine Correa, do MMA, publicado pelo EcoDebate, 26/01/2011
AA1000 e a Correlação com o Desenvolvimento Sustentavel
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Postado por
Unknown
em
1/25/2011 09:59:00 AM
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AA1000,
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AA1000AS,
AA1000SES
Norma AA1000 da Accountability como promoção do Desenvolvimento Sustentável
Publicado por Marcos Pili Paláciosem 14 de junho, 2009
Resumo: O objetivo geral deste artigo foi identificar fatores de convergência entre a norma AA1000 e os ditames do Desenvolvimento Sustentável. Para tanto, conceituou-se o Desenvolvimento Sustentável e a norma AA1000; elencaram-se aspectos da norma AA1000 que estejam em conformidade com os princípios do Desenvolvimento Sustentável. Inicialmente, foi apresentado um panorama histórico da sustentabilidade e a evolução do seu conceito, desde as primeiras idéias até o que se conhece atualmente. Após, conceituou-se a norma AA1000, principalmente os aspectos importantes que a sustentam. Depois, foi realizada uma comparação entre o tópico da AA1000 e do Desenvolvimento Sustentável para verificar as conformidades entre o conceito da sustentabilidade e a norma em questão. Verificou-se que as empresas que seguem os pressupostos da norma referida seguem os ditames do desenvolvimento sustentável em uma série de aspectos, segundo o referencial teórico apresentado e as conclusões efetivadas pelo pesquisador.
1. INTRODUÇÃO
O Desenvolvimento Sustentável busca suprir as demandas do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder às suas necessidades. É aquele que procura no presente preencher as lacunas econômicas, sociais, ambientais, políticas (no que tange a transparência e participação), além dos direitos humanos – inclusive o direito a um meio ambiente limpo e seguro – buscando-se conjuntamente a conservação destes para as gerações futuras.
Por sua vez, a Accountability é compreendida dentro de uma realidade das sociedades democráticas modernas, sendo conceituada como a responsabilização permanente dos gestores públicos em relação aos atos praticados em decorrência do uso do poder que lhes é outorgado pela sociedade.
Tanto o Desenvolvimento Sustentável, como a Accountability são temas que estão constantemente ligados a questões contemporâneas como os direitos humanos, preservação da biodiversidade, equidade, ética, entre outros.
Os princípios da norma AA1000 da accountability concernem no envolvimento da organização em práticas que visem a atender as demandas das partes interessadas, abordando a compreensão, desempenho, ações, bem como a capacidade de resposta aos assuntos e preocupações relativas à sustentabilidade.
O presente trabalho visa verificar se a norma AA1000 está de acordo com os ditames do Desenvolvimento Sustentável. Isto será investigado por meio de dois nortes que serão trabalhados no decorrer da pesquisa:
A) Conceituar Desenvolvimento Sustentável e a norma AA1000;
B) Elencar aspectos da norma AA1000 que estejam em conformidade com os princípios do Desenvolvimento Sustentável.
Publicado por Marcos Pili Paláciosem 14 de junho, 2009
Resumo: O objetivo geral deste artigo foi identificar fatores de convergência entre a norma AA1000 e os ditames do Desenvolvimento Sustentável. Para tanto, conceituou-se o Desenvolvimento Sustentável e a norma AA1000; elencaram-se aspectos da norma AA1000 que estejam em conformidade com os princípios do Desenvolvimento Sustentável. Inicialmente, foi apresentado um panorama histórico da sustentabilidade e a evolução do seu conceito, desde as primeiras idéias até o que se conhece atualmente. Após, conceituou-se a norma AA1000, principalmente os aspectos importantes que a sustentam. Depois, foi realizada uma comparação entre o tópico da AA1000 e do Desenvolvimento Sustentável para verificar as conformidades entre o conceito da sustentabilidade e a norma em questão. Verificou-se que as empresas que seguem os pressupostos da norma referida seguem os ditames do desenvolvimento sustentável em uma série de aspectos, segundo o referencial teórico apresentado e as conclusões efetivadas pelo pesquisador.
1. INTRODUÇÃO
O Desenvolvimento Sustentável busca suprir as demandas do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder às suas necessidades. É aquele que procura no presente preencher as lacunas econômicas, sociais, ambientais, políticas (no que tange a transparência e participação), além dos direitos humanos – inclusive o direito a um meio ambiente limpo e seguro – buscando-se conjuntamente a conservação destes para as gerações futuras.
Por sua vez, a Accountability é compreendida dentro de uma realidade das sociedades democráticas modernas, sendo conceituada como a responsabilização permanente dos gestores públicos em relação aos atos praticados em decorrência do uso do poder que lhes é outorgado pela sociedade.
Tanto o Desenvolvimento Sustentável, como a Accountability são temas que estão constantemente ligados a questões contemporâneas como os direitos humanos, preservação da biodiversidade, equidade, ética, entre outros.
Os princípios da norma AA1000 da accountability concernem no envolvimento da organização em práticas que visem a atender as demandas das partes interessadas, abordando a compreensão, desempenho, ações, bem como a capacidade de resposta aos assuntos e preocupações relativas à sustentabilidade.
O presente trabalho visa verificar se a norma AA1000 está de acordo com os ditames do Desenvolvimento Sustentável. Isto será investigado por meio de dois nortes que serão trabalhados no decorrer da pesquisa:
A) Conceituar Desenvolvimento Sustentável e a norma AA1000;
B) Elencar aspectos da norma AA1000 que estejam em conformidade com os princípios do Desenvolvimento Sustentável.
Wal-Mart vai reduzir sal e açúcar nos EUA .Artigo Comentarios .
Miguel Bustillo
The Wall Street Journal
O Wal-Mart Stores Inc. anunciou ontem que planeja reduzir gradualmente o preço das frutas e legumes e baixar o teor de gordura, açúcar e sal dos alimentos que vende nos Estados Unidos, numa campanha para melhorar a saúde pública.
A rede varejista divulgou a iniciativa sem dar muitos detalhes num evento em Washington que contou com a primeira-dama Michelle Obama e o presidente do Wal-Mart nos EUA, Bill Simon. Mas o Wal-Mart afirmou que sua meta é reformular milhares de produtos da marca própria Great Value nos próximos cinco anos e cortar o sódio em 25% e o açúcar em 10%, além de pressionar os maiores fabricantes de alimentos a fazer o mesmo.
."No Wal-Mart, apoiamos a escolha dos clientes. Não estamos dizendo às pessoas o que elas devem comer", disse Andrea Thomas, vice-presidente sênior de sustentabilidade do Wal-Mart, durante o evento de ontem, acrescentando: "As pessoas nem sabem que estão ingerindo sal ou açúcar quando colocam molho na salada, por exemplo".
Muitos grandes fabricantes de alimentos como Kraft Foods Inc. e ConAgra Foods Inc. já estão reduzindo o sódio e eliminando a gordura trans, sob pressão das autoridades e de defensores da boa nutrição. Michelle Obama também começou a defender publicamente o consumo de alimentos saudáveis e o exercício, como parte de uma campanha para combater a obesidade infantil.
O anúncio do programa ocorre ao mesmo tempo em que o Wal-Mart, lutando para inverter seis trimestres consecutivos de declínio nas vendas nas lojas americanas abertas há pelo menos um ano, inicia uma agressiva expansão para as cidades maiores, onde enfrenta a oposição dos sindicatos, com o argumento de que pode oferecer alimentos mais saudáveis para as massas urbanas, entre outras coisas.
The Wall Street Journal
O Wal-Mart Stores Inc. anunciou ontem que planeja reduzir gradualmente o preço das frutas e legumes e baixar o teor de gordura, açúcar e sal dos alimentos que vende nos Estados Unidos, numa campanha para melhorar a saúde pública.
A rede varejista divulgou a iniciativa sem dar muitos detalhes num evento em Washington que contou com a primeira-dama Michelle Obama e o presidente do Wal-Mart nos EUA, Bill Simon. Mas o Wal-Mart afirmou que sua meta é reformular milhares de produtos da marca própria Great Value nos próximos cinco anos e cortar o sódio em 25% e o açúcar em 10%, além de pressionar os maiores fabricantes de alimentos a fazer o mesmo.
."No Wal-Mart, apoiamos a escolha dos clientes. Não estamos dizendo às pessoas o que elas devem comer", disse Andrea Thomas, vice-presidente sênior de sustentabilidade do Wal-Mart, durante o evento de ontem, acrescentando: "As pessoas nem sabem que estão ingerindo sal ou açúcar quando colocam molho na salada, por exemplo".
Muitos grandes fabricantes de alimentos como Kraft Foods Inc. e ConAgra Foods Inc. já estão reduzindo o sódio e eliminando a gordura trans, sob pressão das autoridades e de defensores da boa nutrição. Michelle Obama também começou a defender publicamente o consumo de alimentos saudáveis e o exercício, como parte de uma campanha para combater a obesidade infantil.
O anúncio do programa ocorre ao mesmo tempo em que o Wal-Mart, lutando para inverter seis trimestres consecutivos de declínio nas vendas nas lojas americanas abertas há pelo menos um ano, inicia uma agressiva expansão para as cidades maiores, onde enfrenta a oposição dos sindicatos, com o argumento de que pode oferecer alimentos mais saudáveis para as massas urbanas, entre outras coisas.
Publicidade transmite às crianças ideias erradas sobre a qualidade nutricional de alimentos e bebidas
Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, uma pesquisa mostra que peças publicitárias de alimentos na televisão induziram diversas crianças a acreditar que esses produtos eram bons e saudáveis. O estudo também acompanhou os anúncios exibidos e aponta que nenhum deles mostra alimentos saudáveis. O nutricionista Alexander Marcellus, que realizou o trabalho, defende que o Congresso Nacional regulamente a publicidade de alimentos para crianças, que não possui lei ampla sobre esse assunto no Brasil.
Entre as crianças, 40% assistem mais de 6 horas de televisão nos fins de semana
Participaram do trabalho 15 crianças de 10 a 12 anos e 15 mães, entrevistados para avaliar a maneira como percebem a publicidade de produtos alimentícios na televisão. Também foi analisada a programação dos dois canais de maior audiência para o público infantil, de segunda à sexta-feira. “Entre as crianças pesquisadas, 26% viam mais de 3 horas de televisão durante a semana, e 40% assistiam 6 horas ou mais no final de semana”, conta Alexander.
O tipo de alimento mais veiculado foi o fast-food, também apontado como o preferido pelas crianças, ao lado dos refrigerantes e dos produtos lácteos. “Elas possuem uma memória voltada para aquilo que aparece na televisão”, diz o nutricionista. “Embora já diferenciem a propaganda do restante da programação, sentem vontade de consumir os produtos e pedem aos pais para comprar.”
Nenhum dos alimentos anunciados no período acompanhado pela pesquisa é considerado saudável, aponta Alexander. “A publicidade transmite uma ideia errada sobre a qualidade nutricional, ludibriando crianças que alimentos ricos em açúcar ou gorduras são saudáveis, por exemplo”, afirma. O pesquisador relata que em alguns casos, apesar da veiculação de informações verdadeiras, não há honestidade nos anúncios, o que fere a ética publicitária. “Mostra-se que um suco de frutas não tem conservantes, mas é omitida a presença de outros aditivos que podem ser prejudiciais à saúde.”
Influência
As mães entrevistadas na pesquisa não souberam identificar os publicitários como responsáveis pelos anúncios de alimentos. “Entretanto, 40% não concordam que a publicidade tenha que ter apelo à criança”, observa Alexander. “É importante resssaltar que os pais não apenas estão entre os responsáveis pelos hábitos alimentares dos filhos como também servem de influência, por isso, precisam de orientação.”
Alexander alerta que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não possuem regulamentação séria sobre a publicidade de alimentos e bebidas para crianças até 12 anos. “A lei deve vir em respeito à fase de formação da criança, que está compreendendo o mundo em sua volta para se comportar como consumidor”, destaca. “No último dia 17 de dezembro, mais 50 entidades da sociedade civil lançaram a Frente pela Regulamentação da Publicidade de Alimentos, para reivindicar junto ao Poder Público a regulamentação do tema”.
A publicidade institucional do governo federal é outro caminho apontado pelo nutricionista para incentivar o consumo de alimentos saudáveis. “Anualmente são gastos 6 bilhões de reais em publicidade, sendo que com apenas 1% desse valor seria possível colocar seis inserções semanais na televisão de anúncios mostrando os benefícios de alimentos como frutas, verduras e legumes”, calcula Alexander. “O governo tem a obrigação não só de educar como de cuidar da saúde das crianças.”
O nutricionista mantém na internet o blog NUTRItodos, que divulga informações sobre alimentação saudável e oferece orientação aos pais sobre os produtos anunciados na televisão. O endereço é . A pesquisa faz parte da dissertação de Mestrado de Alexander, defendida em outubro do ano passado, com orientação da professora Isabel Maria Teixeira Bicudo do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP.
Mais informações:email alexander@usp.br ou no blog http://www.nutritodos.com.br/
Reportagem de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 21/01/2011
Entre as crianças, 40% assistem mais de 6 horas de televisão nos fins de semana
Participaram do trabalho 15 crianças de 10 a 12 anos e 15 mães, entrevistados para avaliar a maneira como percebem a publicidade de produtos alimentícios na televisão. Também foi analisada a programação dos dois canais de maior audiência para o público infantil, de segunda à sexta-feira. “Entre as crianças pesquisadas, 26% viam mais de 3 horas de televisão durante a semana, e 40% assistiam 6 horas ou mais no final de semana”, conta Alexander.
O tipo de alimento mais veiculado foi o fast-food, também apontado como o preferido pelas crianças, ao lado dos refrigerantes e dos produtos lácteos. “Elas possuem uma memória voltada para aquilo que aparece na televisão”, diz o nutricionista. “Embora já diferenciem a propaganda do restante da programação, sentem vontade de consumir os produtos e pedem aos pais para comprar.”
Nenhum dos alimentos anunciados no período acompanhado pela pesquisa é considerado saudável, aponta Alexander. “A publicidade transmite uma ideia errada sobre a qualidade nutricional, ludibriando crianças que alimentos ricos em açúcar ou gorduras são saudáveis, por exemplo”, afirma. O pesquisador relata que em alguns casos, apesar da veiculação de informações verdadeiras, não há honestidade nos anúncios, o que fere a ética publicitária. “Mostra-se que um suco de frutas não tem conservantes, mas é omitida a presença de outros aditivos que podem ser prejudiciais à saúde.”
Influência
As mães entrevistadas na pesquisa não souberam identificar os publicitários como responsáveis pelos anúncios de alimentos. “Entretanto, 40% não concordam que a publicidade tenha que ter apelo à criança”, observa Alexander. “É importante resssaltar que os pais não apenas estão entre os responsáveis pelos hábitos alimentares dos filhos como também servem de influência, por isso, precisam de orientação.”
Alexander alerta que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não possuem regulamentação séria sobre a publicidade de alimentos e bebidas para crianças até 12 anos. “A lei deve vir em respeito à fase de formação da criança, que está compreendendo o mundo em sua volta para se comportar como consumidor”, destaca. “No último dia 17 de dezembro, mais 50 entidades da sociedade civil lançaram a Frente pela Regulamentação da Publicidade de Alimentos, para reivindicar junto ao Poder Público a regulamentação do tema”.
A publicidade institucional do governo federal é outro caminho apontado pelo nutricionista para incentivar o consumo de alimentos saudáveis. “Anualmente são gastos 6 bilhões de reais em publicidade, sendo que com apenas 1% desse valor seria possível colocar seis inserções semanais na televisão de anúncios mostrando os benefícios de alimentos como frutas, verduras e legumes”, calcula Alexander. “O governo tem a obrigação não só de educar como de cuidar da saúde das crianças.”
O nutricionista mantém na internet o blog NUTRItodos, que divulga informações sobre alimentação saudável e oferece orientação aos pais sobre os produtos anunciados na televisão. O endereço é . A pesquisa faz parte da dissertação de Mestrado de Alexander, defendida em outubro do ano passado, com orientação da professora Isabel Maria Teixeira Bicudo do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP.
Mais informações:email alexander@usp.br ou no blog http://www.nutritodos.com.br/
Reportagem de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 21/01/2011
Brasil: exportando mais ainda....Empregos Diretos
O Brasil continua sendo um dos maiores exportadores do mundo.......de Empregos Diretos e produtos de baixo valor agregado; as commodities.
Ao comprar da China sem duvida aquecemos o comercio interno. Inclusive o resultado final da balança comercial é positivo: 5,2 bilhões.
Mas o custo para o país vai além; desestimula investimentos em novas tecnologias de produção, equipamento e sobretudo na formação de mão de obra tecnica-especializada.
Desestimula o investimento em Educação formal. Este sim um componente de desenvolvimento e crescimento sustentado e real.
Considerar o pífio superavit de US$ 5,2 bilhões em 2010 um sucesso, é parte de uma visão inadequada e imediatista.
Digo mais, na China existem dois tipos de qualidade de produção ; aquela que é aplicada aos produtos que serão destinados aos países desenvolvidos e dotados de consumidores mais exigentes (mas não necessáriamente socioambientalmente conscientes), com órgãos e leis (que funcionam)de proteção ao consumidor e aos países em desenvolvimento, aqueles que compram o que lhes é empurrado de acordo com sua cultura.
No Brasil não estamos na primeira alternativa!
Caso tenha oportunidade compare. Adquira um produto chines em Dallas(usa) ou Zurique (ch) e um aqui em SP.
Leia a materia abaixo, produzida pela FIESP.
Brasil registra déficit comercial com a China de US$ 23,5 bilhões em manufaturados
No saldo geral, o País foi superavitário em US$ 5,2 bilhões, puxado pela venda de commodities
As trocas entre Brasil e China encerraram 2010 com saldo positivo de US$ 5,2 bilhões. No entanto, de acordo com o Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, esse saldo não traduz a realidade do comércio entre os dois países.
Um levantamento da entidade mostra que, apesar do superávit favorável ao Brasil, o País registrou o maior déficit com o asiático em manufaturados, um total de US$ 23,5 bilhões, o que representou um aumento de 60%, em relação a 2009.
“A relação com a China é importante para o Brasil, mas do ponto de vista industrial é péssimo. O saldo só é positivo pela alta exportação de produtos básicos e pela alta nos preços internacionais”, disse o diretor do Derex, Roberto Giannetti da Fonseca.
Deficit recorde
De acordo com o ele, o déficit do setor com a China vem crescendo de forma “devastadora”. Para se ter uma ideia, em sete anos esse saldo cresceu quase US$ 23 bilhões. Em 2003, o saldo negativo foi de US$ 600 milhões.
Além do déficit recorde do setor de manufaturas, o país asiático se manteve, pelo segundo ano consecutivo, como maior destino das exportações brasileiras. O dragão chinês recebeu 15,2% de toda a venda brasileira ao exterior.
Nesta relação bilateral, o desequilíbrio nas trocas comercias é evidente, de acordo com o levantamento do Derex. Enquanto 97,5% das importações brasileiras da China foram de bens manufaturados, apenas 5% das exportações brasileiras são provenientes deste setor.
O Derex também aponta que o preço médio dos bens vendidos pela China ao Brasil é significativamente inferior ao valor importado do restante do mundo, gerando um desequilíbrio no comércio mundial. Dos 20 maiores produtos importados da China pelo Brasil, 16 deles têm o preço bem inferior à media mundial. Em produtos como lâmpadas, faróis e tubos elétricos a diferença chega a 90%.
Veja aqui a íntegra do estudo
Fabio Rocha, Agência Indusnet Fiesp
Ao comprar da China sem duvida aquecemos o comercio interno. Inclusive o resultado final da balança comercial é positivo: 5,2 bilhões.
Mas o custo para o país vai além; desestimula investimentos em novas tecnologias de produção, equipamento e sobretudo na formação de mão de obra tecnica-especializada.
Desestimula o investimento em Educação formal. Este sim um componente de desenvolvimento e crescimento sustentado e real.
Considerar o pífio superavit de US$ 5,2 bilhões em 2010 um sucesso, é parte de uma visão inadequada e imediatista.
Digo mais, na China existem dois tipos de qualidade de produção ; aquela que é aplicada aos produtos que serão destinados aos países desenvolvidos e dotados de consumidores mais exigentes (mas não necessáriamente socioambientalmente conscientes), com órgãos e leis (que funcionam)de proteção ao consumidor e aos países em desenvolvimento, aqueles que compram o que lhes é empurrado de acordo com sua cultura.
No Brasil não estamos na primeira alternativa!
Caso tenha oportunidade compare. Adquira um produto chines em Dallas(usa) ou Zurique (ch) e um aqui em SP.
Laércio Bruno Filho
Leia a materia abaixo, produzida pela FIESP.
Brasil registra déficit comercial com a China de US$ 23,5 bilhões em manufaturados
No saldo geral, o País foi superavitário em US$ 5,2 bilhões, puxado pela venda de commodities
As trocas entre Brasil e China encerraram 2010 com saldo positivo de US$ 5,2 bilhões. No entanto, de acordo com o Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, esse saldo não traduz a realidade do comércio entre os dois países.
Um levantamento da entidade mostra que, apesar do superávit favorável ao Brasil, o País registrou o maior déficit com o asiático em manufaturados, um total de US$ 23,5 bilhões, o que representou um aumento de 60%, em relação a 2009.
“A relação com a China é importante para o Brasil, mas do ponto de vista industrial é péssimo. O saldo só é positivo pela alta exportação de produtos básicos e pela alta nos preços internacionais”, disse o diretor do Derex, Roberto Giannetti da Fonseca.
Deficit recorde
De acordo com o ele, o déficit do setor com a China vem crescendo de forma “devastadora”. Para se ter uma ideia, em sete anos esse saldo cresceu quase US$ 23 bilhões. Em 2003, o saldo negativo foi de US$ 600 milhões.
Além do déficit recorde do setor de manufaturas, o país asiático se manteve, pelo segundo ano consecutivo, como maior destino das exportações brasileiras. O dragão chinês recebeu 15,2% de toda a venda brasileira ao exterior.
Nesta relação bilateral, o desequilíbrio nas trocas comercias é evidente, de acordo com o levantamento do Derex. Enquanto 97,5% das importações brasileiras da China foram de bens manufaturados, apenas 5% das exportações brasileiras são provenientes deste setor.
O Derex também aponta que o preço médio dos bens vendidos pela China ao Brasil é significativamente inferior ao valor importado do restante do mundo, gerando um desequilíbrio no comércio mundial. Dos 20 maiores produtos importados da China pelo Brasil, 16 deles têm o preço bem inferior à media mundial. Em produtos como lâmpadas, faróis e tubos elétricos a diferença chega a 90%.
Veja aqui a íntegra do estudo
Fabio Rocha, Agência Indusnet Fiesp
Espertalhões na eólica
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1/19/2011 01:59:00 AM
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energia eólica,
RN
Espertalhões na eólica Faern denuncia que agricultores estão sendo assediados para arrendar terrenos a falsos representantes em Lajes
Andrielle Mendes // andriellemendes.rn@dabr.com.br
Produtores rurais de Lajes, a 125 km de Natal, estão sendo assediados por pessoas que se dizem representantes de empresas de energia eólica no Rio Grande do Norte. Segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), elas oferecem contratos considerados absurdos que podem chegar até 35 anos, pedindo 10% de comissão. O assédio está causando pânico em alguns proprietários que não sabem como agir diante das propostas. "Essas pessoas estão pressionando os produtores rurais. Dizendo 'se você não assinar este contrato hoje, vou procurar outro produtor'", relata José Vieira, presidente da Faern.
O dirigente verificou distorções entre as propostas feitas por empresas sérias do ramo da energia eólica e as que estão sendo feitas agora. "Há distorções nos contratos. Enquanto os assinados há algum tempo preveem que os produtores recebam alguma quantia durante o período de medição, que pode durar até dois anos, os apresentados agora não preveem o recebimento de nenhum valor pelos produtores durante o período de medição. Também tem corretor cobrando 10% de comissão durante 35 anos. Isso não existe".
Para evitar transtornos, a Faern está tentando organizar, em parceria com a Federação da Indústria do RN (Fiern), um seminário para debater o assunto com os produtores rurais e alertá-los sobre possíveis golpes. Enquanto isso, José Vieira pede para os produtores não assinarem nada sem antes consultar a federação. "Orientamos que eles não assinem nenhum contrato sem procurar antes uma assessoria jurídica. Estes contratos, que podemos classificar como 'leoninos', prejudicam os produtores rurais".
O assunto foi discutido em reunião na sede da Fiern na última sexta-feira. A intenção era esclarecer e alertar os donos de fazendas e propriedades rurais na questão do arrendamento de terras para construção de empresas eólicas. De acordo com produtores que participaram da reunião, a questão merece um cuidado maior, pois estão chegando na cidade e na zona rural, pessoas que se apresentam como representantes de empresas de energia eólica e oferecem contratos sem esclarecer seu conteúdo exato. José Vieira não sabe se a situação se repete em outros municípios do RN, mas orienta todos os produtores rurais procurados por estas pessoas a entrar em contato com a Faern ou consultar uma assessoria jurídica antes de assinar algum contrato.
Para o presidente da Faern, o caso é preocupante e merece maior atenção dos produtores. Ele ressalta que a Federação da Agricultura está ciente e já disponibilizou sua assessoria jurídica para maiores informações. Para ele, as pessoas, que estão se passando por representantes de empresas de energia eólica, querem lucrar em cima da ingenuidade dos produtores.
iNVESTIMENTO ALTO
A razão do assédio é a captação de investimentos no setor de energia eólica no RN. Apenas a CPFL Energia, uma das empresas atuantes no ramo, pretende investir cerca de R$ 1,24 bilhão em grandes projetos de geração de energia na região Nordeste.
Dos dez projetos para a Região, oito estão no Rio Grande do Norte. São os parques eólicos Santa Clara I, Santa Clara II, Santa Clara III, Santa Clara IV, Santa Clara V, Santa Clara VI, Eurus VI e Campos dos Ventos II. Junto com as usinas termelétricas do projeto EPASA - Termonordeste e Termoparaíba, no estado da Paraíba, os empreendimentos terão capacidade instalada total de 560 MW.
De acordo com dados da CPFL Energia, estão sendo investidos cerca de R$ 939 milhões nos parques eólicos potiguares. As 109 torres nos municípios de Parazinho e João Câmara, no agreste do Estado, já começaram a ser construídas. "Estes parques terão garantia física de 90 MW médios e devem entrar em operação comercial a partir de julho de 2012", informou a assessoria da empresa.
Andrielle Mendes // andriellemendes.rn@dabr.com.br
Produtores rurais de Lajes, a 125 km de Natal, estão sendo assediados por pessoas que se dizem representantes de empresas de energia eólica no Rio Grande do Norte. Segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), elas oferecem contratos considerados absurdos que podem chegar até 35 anos, pedindo 10% de comissão. O assédio está causando pânico em alguns proprietários que não sabem como agir diante das propostas. "Essas pessoas estão pressionando os produtores rurais. Dizendo 'se você não assinar este contrato hoje, vou procurar outro produtor'", relata José Vieira, presidente da Faern.
O dirigente verificou distorções entre as propostas feitas por empresas sérias do ramo da energia eólica e as que estão sendo feitas agora. "Há distorções nos contratos. Enquanto os assinados há algum tempo preveem que os produtores recebam alguma quantia durante o período de medição, que pode durar até dois anos, os apresentados agora não preveem o recebimento de nenhum valor pelos produtores durante o período de medição. Também tem corretor cobrando 10% de comissão durante 35 anos. Isso não existe".
Para evitar transtornos, a Faern está tentando organizar, em parceria com a Federação da Indústria do RN (Fiern), um seminário para debater o assunto com os produtores rurais e alertá-los sobre possíveis golpes. Enquanto isso, José Vieira pede para os produtores não assinarem nada sem antes consultar a federação. "Orientamos que eles não assinem nenhum contrato sem procurar antes uma assessoria jurídica. Estes contratos, que podemos classificar como 'leoninos', prejudicam os produtores rurais".
O assunto foi discutido em reunião na sede da Fiern na última sexta-feira. A intenção era esclarecer e alertar os donos de fazendas e propriedades rurais na questão do arrendamento de terras para construção de empresas eólicas. De acordo com produtores que participaram da reunião, a questão merece um cuidado maior, pois estão chegando na cidade e na zona rural, pessoas que se apresentam como representantes de empresas de energia eólica e oferecem contratos sem esclarecer seu conteúdo exato. José Vieira não sabe se a situação se repete em outros municípios do RN, mas orienta todos os produtores rurais procurados por estas pessoas a entrar em contato com a Faern ou consultar uma assessoria jurídica antes de assinar algum contrato.
Para o presidente da Faern, o caso é preocupante e merece maior atenção dos produtores. Ele ressalta que a Federação da Agricultura está ciente e já disponibilizou sua assessoria jurídica para maiores informações. Para ele, as pessoas, que estão se passando por representantes de empresas de energia eólica, querem lucrar em cima da ingenuidade dos produtores.
iNVESTIMENTO ALTO
A razão do assédio é a captação de investimentos no setor de energia eólica no RN. Apenas a CPFL Energia, uma das empresas atuantes no ramo, pretende investir cerca de R$ 1,24 bilhão em grandes projetos de geração de energia na região Nordeste.
Dos dez projetos para a Região, oito estão no Rio Grande do Norte. São os parques eólicos Santa Clara I, Santa Clara II, Santa Clara III, Santa Clara IV, Santa Clara V, Santa Clara VI, Eurus VI e Campos dos Ventos II. Junto com as usinas termelétricas do projeto EPASA - Termonordeste e Termoparaíba, no estado da Paraíba, os empreendimentos terão capacidade instalada total de 560 MW.
De acordo com dados da CPFL Energia, estão sendo investidos cerca de R$ 939 milhões nos parques eólicos potiguares. As 109 torres nos municípios de Parazinho e João Câmara, no agreste do Estado, já começaram a ser construídas. "Estes parques terão garantia física de 90 MW médios e devem entrar em operação comercial a partir de julho de 2012", informou a assessoria da empresa.
Saúde dos moradores das metrópoles é foco de livro sobre meio ambiente
A obra propõe outra perspectiva para o assunto, colocando o homem e a saúde humana no centro do debate sobre o meio ambiente urbano.
Pela primeira vez na história há mais pessoas vivendo em cidades do que em zonas rurais. O local em que vivemos afeta nossa saúde e as oportunidades que temos para desfrutar uma vida plena, em todo o seu potencial. Há, porém, um aspecto da relação cidade e meio ambiente raramente abordado: a qualidade de vida e a saúde dos moradores das cidades. O ser humano é o ponto fundamental e esquecido da questão ambiental nas grandes metrópoles.
Para debater e escrever sobre as questões ambientais urbanas e seus efeitos sobre a saúde, o Instituto Saúde e Sustentabilidade reuniu 37 professores, pesquisadores e profissionais renomados, de diversas especialidades. O resultado está no livro Meio Ambiente e Saúde: o Desafio das Metrópoles, coordenado por Paulo Hilário Nascimento Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em poluição ambiental.
A obra propõe um novo olhar sobre o assunto, colocando o homem e a saúde humana no centro do debate sobre o meio ambiente urbano. O panorama abordado é a Região Metropolitana de São Paulo e o foco são os agravos para a saúde dos seus habitantes a partir do universo das questões ambientais da cidade.
Além de informar, o livro pretende ser um instrumento de consulta para os mais diversos setores da sociedade, propiciando discussões sérias que culminem em resultados efetivos para a melhoria da saúde dos habitantes das cidades. São dez capítulos em que se discutem questões como habitação, saneamento, mobilidade urbana, ruído, poluição do ar, mudanças climáticas e congestionamentos, caracterizando-as como novos desafios para a saúde que vão muito além do próprio setor da saúde e exigem uma ação multidisciplinar e em várias esferas governamentais.
Entre os autores que contribuíram para esta obra estão Alfred Szwarc, ex-diretor da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Emília Wanda Rutkowski, pesquisadora em saneamento e gestão ambiental da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ermínia Maricato, do Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, e Helena Ribeiro, do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP).
O livro custa R$ 38,60 e está disponível para venda no site do Instituto Saúde e Sustentabilidade, onde é possível obter mais informações.
Pela primeira vez na história há mais pessoas vivendo em cidades do que em zonas rurais. O local em que vivemos afeta nossa saúde e as oportunidades que temos para desfrutar uma vida plena, em todo o seu potencial. Há, porém, um aspecto da relação cidade e meio ambiente raramente abordado: a qualidade de vida e a saúde dos moradores das cidades. O ser humano é o ponto fundamental e esquecido da questão ambiental nas grandes metrópoles.
Para debater e escrever sobre as questões ambientais urbanas e seus efeitos sobre a saúde, o Instituto Saúde e Sustentabilidade reuniu 37 professores, pesquisadores e profissionais renomados, de diversas especialidades. O resultado está no livro Meio Ambiente e Saúde: o Desafio das Metrópoles, coordenado por Paulo Hilário Nascimento Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em poluição ambiental.
A obra propõe um novo olhar sobre o assunto, colocando o homem e a saúde humana no centro do debate sobre o meio ambiente urbano. O panorama abordado é a Região Metropolitana de São Paulo e o foco são os agravos para a saúde dos seus habitantes a partir do universo das questões ambientais da cidade.
Além de informar, o livro pretende ser um instrumento de consulta para os mais diversos setores da sociedade, propiciando discussões sérias que culminem em resultados efetivos para a melhoria da saúde dos habitantes das cidades. São dez capítulos em que se discutem questões como habitação, saneamento, mobilidade urbana, ruído, poluição do ar, mudanças climáticas e congestionamentos, caracterizando-as como novos desafios para a saúde que vão muito além do próprio setor da saúde e exigem uma ação multidisciplinar e em várias esferas governamentais.
Entre os autores que contribuíram para esta obra estão Alfred Szwarc, ex-diretor da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Emília Wanda Rutkowski, pesquisadora em saneamento e gestão ambiental da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ermínia Maricato, do Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, e Helena Ribeiro, do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP).
O livro custa R$ 38,60 e está disponível para venda no site do Instituto Saúde e Sustentabilidade, onde é possível obter mais informações.
State of the World 2011: Portuguese Press Release
State of the World 2011: Portuguese Press Release
Contatos com a imprensa- Entrevistas e cópias de revisão: Amanda Stone, (+1) 202-452-1999 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 202-452-1999 end_of_the_skype_highlighting x514, astone@worldwatch.org
Para cópias derevisão fora dos EUA, Canadá e Índia:gudrun.freese@earthscan.co.uk(+44) 207 841 1930 begin_of_the_skype_highlighting (+44) 207 841 1930 end_of_the_skype_highlighting
O Instituto Worldwatch, no seu Estado do Mundo 2011, mostra que a inovação agrícola se tornou a chave para a redução da pobreza e a estabilização do clima
O relatório fornece um guia para segurança alimentar e investimento agrícola, revelando 15 soluções de alta e baixa tecnologia que estão ajudando a reduzir a fome e a pobreza na África.
Nova York, 12 de janeiro de 2011—O Instituto Worldwatch divulga hoje seu relatório sobre o Estado do Mundo 2011: Inovações que nutrem o planeta, que destaca as inovações agrícolas bem sucedidas e desvenda os maiores sucessos na prevenção do desperdício de alimentos, promovendo resistência às mudanças climáticas e fortalecendo a agricultura nas cidades. O relatório proporciona um guia para o aumento dos investimentos agrícolas e formas mais eficientes de minimizar a fome e a pobreza globais. A partir das ideias dos maiores especialistas em agricultura e das centenas de inovações já implementadas na prática, o relatório destaca 15 receitas ambientalmente sustentáveis e comprovadas.
"O progresso demonstrado neste relatório irá prover informações aos governos, formuladores de políticas, ONGs e doadores que tentam frear o avanço da fome e da pobreza, fornecendo um guia claro para expansão ou replicação destes sucessos em qualquer lugar", diz o Presidente do Instituto Worldwatch, Christopher Flavin. "Precisamos que as pessoas que influenciam o desenvolvimento agrícola mundial se comprometam com o apoio de longo prazo aos agricultores, que constituem 80% da população da África".
O Estado do Mundo 2011 chega em um momento em que as iniciativas sobre a fome mundial e a segurança alimentar - tais como o programa Alimento para o Futuro da administração Obama, o Programa de Segurança Alimentar e Agricultura Global (Global Agriculture and Food Security Program - GAFSP), o Programa Mundial de Alimentos (World Food Programme - WFP) da ONU e o Programa de Desenvolvimento Abrangente da Agricultura da África (Comprehensive Africa Agriculture Development Programme – CAADP) - necessitam de orientação, a medida que buscam o aumento dos investimentos na agricultura.
Cerca de meio século após a Revolução Verde, grande parte da humanidade ainda está cronicamente faminta. Enquanto isso, os investimentos no desenvolvimento agrícola por parte dos governos, financiadores internacionais e fundações estão em níveis historicamente baixos. Desde 1980 a participação da agricultura nos auxílios ao desenvolvimento global caiu de mais de 16% para apenas 4% nos dias de hoje.
Em 2010, governos, fundações e indivíduos forneceram menos de $4 bilhões de dólares para apoiar projetos agrícolas na África, com base nas estatísticas das Nações Unidas, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Ainda que se espere que a demanda para o desenvolvimento agrícola cresça em 2011, boa parte do dinheiro ainda precisa ser levantada e destinada aos agricultores pobres da África.
"A comunidade internacional tem negligenciado segmentos inteiros do sistema alimentar no esforço de reduzir a fome e a pobreza", disse Danielle Nierenberg, co-diretora do projeto Nutrindo o Planeta da Worldwatch. "As soluções não virão necessariamente da maior produção de alimentos, mas da mudança do que as crianças comem nas escolas, como os alimentos são processados e comercializados e em quais tipos de comércio de alimentos estamos investindo".
O suprimento de alimentos cultivados localmente às crianças em idade escolar, por exemplo, provou ser uma estratégia eficaz de redução da fome e da pobreza em diversas nações africanas, e tem forte correlação com os programas de cultivo para restaurantes nos Estados Unidos e Europa. Além disso, "cerca de 40% dos alimentos produzidos atualmente no mundo é desperdiçado antes de ser consumido, criando oportunidades enormes para agricultores e famílias economizarem dinheiro e recursos com a redução do desperdício", opinou Brian Halweil, co-diretor do Nutrindo o Planeta.
O Estado do Mundo 2011 tem origem nas centenas de estudos de casos e exemplos em primeira pessoa para proporcionar soluções para a redução da fome e da pobreza. São eles:
Em 2007, cerca de 6.000 mulheres no Gâmbia se organizaram na associação de produtoras TRY Women’s Oyster Harvesting, criando um planejamento de co-gestão sustentável para a exploração local de ostras para prevenção da super exploração e depredação. Ostras e peixes são fonte importante de proteína de baixo custo para a população, mas os níveis atuais de produção levaram a degradação ambiental e a mudanças no uso da propriedade nos últimos 30 anos. O governo está trabalhando com grupos como o TRY para promover métodos menos destrutivos e para expandir as linhas de crédito para produtores de baixa renda, de modo a estimular o investimento na produção mais sustentável.
Em Kibera, Nairobi, a maior favela do Quênia, mais de 1.000 agricultoras estão cultivando hortas “verticais” em sacos de terra perfurados, alimentando suas famílias e comunidades. Estes sacos têm o potencial de alimentar milhares de habitantes urbanos, ao mesmo tempo em que fornecem uma fonte de receita sustentável e de fácil manutenção para agricultores urbanos. Com a projeção de que mais de 60% da população da África irá viver em áreas urbanas até 2050, estes métodos podem ser cruciais para criar segurança alimentar no futuro. Atualmente, cerca de 33% dos africanos vive nas cidades e mais 14 milhões deles migram anualmente para áreas urbanas. No mundo todo, cerca de 800 milhões de pessoas se empenham na agricultura urbana, produzindo de 15% a 20% de todo o alimento.
Pastores na África do Sul e no Quênia estão preservando variedades nativas de gado que são adaptadas ao calor e a seca das condições locais - características que serão cruciais conforme os extremos climáticos pioram no continente. A África tem a maior área mundial permanente de pastagem e o maior número de pastores, com cerca de 15 a 25 milhões de pessoas dependendo do gado.
A Rede de Análise de Políticas de Recursos Naturais, Agricultura e Alimentos (Food, Agriculture and Natural Resources Policy Analysis Network - FANRPAN) está usando jogos interativos comunitários para envolver as agricultoras, líderes comunitários e formuladores de políticas em um diálogo aberto sobre igualdade de gêneros, segurança alimentar, posse da terra e acesso a recursos. As mulheres na África sub-saariana constituem pelo menos 75% dos trabalhadores agrícolas e fornecem de 60% a 80% da mão-de-obra para produção de alimentos para consumo familiar e para o comércio, sendo crucial que tenham oportunidades para expressar suas necessidades no âmbito da governança local e na tomada de decisões. Este fórum amigável e de entretenimento torna mais fácil a abertura ao diálogo.
O programa Desenvolvendo Inovações no Cultivo em Escolas (Developing Innovations in School Cultivation - DISC) está integrando hortas de vegetais nativos, informações sobre nutrição e preparação de alimentos no currículo das escolas, de modo a ensinar as crianças a cultivar variedades locais que irão auxiliar no combate a falta de alimentos e revitalizar as tradições culinárias do país. Estima-se que 33% das crianças africanas atualmente enfrentam a fome e a desnutrição, o que poderia afetar cerca de 42 milhões de crianças até 2025. Os programas de nutrição na escola que não se limitam a simplesmente alimentar as crianças, mas também a inspirá-las e ensiná-las a se tornar agricultores no futuro, representam um enorme passo em direção a melhoria da segurança alimentar.
O relatório Estado do Mundo 2011 é acompanhado de outros materiais informativos, incluindo documentos instrutivos, resumos, um banco de dados de inovações, vídeos e podcasts, tudo isso disponível em www.NourishingthePlanet.org. As descobertas do projeto estão sendo divulgadas para um grande número de pessoas interessadas no meio agrícola, incluindo ministros de governos, formuladores de políticas agrícolas, agricultores e redes comunitárias, além das comunidades ambientais não governamentais e de desenvolvimento com influência cada vez maior.
Ao conduzir esta pesquisa, o projeto Nutrindo o Planeta da Worldwatch teve acesso sem precedentes as maiores instituições de pesquisa internacionais, incluindo as integrantes do sistema do Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (Consultative Group on International Agricultural Research - CGIAR). A equipe também interagiu de forma extensiva com agricultores e sindicatos agrícolas, bem como as comunidades da área bancária e de investimento.
Para entrevistas com Christopher Flavin, Danielle Nierenberg, Brian Halweil ou demais contribuintes do Estado do Mundo 2011, entre em contato com:
Amanda Stone, Assistente de Comunicações, Instituto Worldwatch
(+1) 202-452-1992 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 202-452-1992 end_of_the_skype_highlighting x514; astone@worldwatch.org
Para cópias do Estado do Mundo 2011:
Nos Estados Unidos, Canadá e Índia, contate Amanda Stone em astone@worldwatch.org. Em outros países, contate Gudrun Freese em gudrun.freese@earthscan.co.ukou +44(0)20 7841 1930 begin_of_the_skype_highlighting +44(0)20 7841 1930 end_of_the_skype_highlighting.
Informações sobre aquisições:
Estado do Mundo 2011 , preço $19,95 mais frete e manuseio. Pode ser adquirido no website da Worldwatch em http://www.worldwatch.org/sow11, por e-mail em wwpub@worldwatch.org, por telefone via ligação gratuita (+1) 877-539-9946 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 877-539-9946 end_of_the_skype_highlighting (nos EUA) ou (+1) 301-747-2340 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 301-747-2340 end_of_the_skype_highlighting (outros países), ou por fax no (+1) 301-567-9553 mencionando o número ISBN 9780393338805.
O livro também pode ser adquirido no website da Earthscan em www.earthscan.co.uk, por e-mail em earthinfo@earthscan.co.uk, ou ligando para +44(0)12 5630 2699 begin_of_the_skype_highlighting +44(0)12 5630 2699 end_of_the_skype_highlighting mencionando o número ISBN 9781849713528.
Sobre o Instituto Worldwatch:
A Worldwatch é uma organização de pesquisas independente com sede em Washington, D.C. voltada para assuntos de energia, recursos e meio ambiente. O relatório Estado do Mundo do instituto é publicado anualmente em mais de 20 idiomas. Para mais informações, acesse www.worldwatch.org
Contatos com a imprensa- Entrevistas e cópias de revisão: Amanda Stone, (+1) 202-452-1999 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 202-452-1999 end_of_the_skype_highlighting x514, astone@worldwatch.org
Para cópias derevisão fora dos EUA, Canadá e Índia:gudrun.freese@earthscan.co.uk(+44) 207 841 1930 begin_of_the_skype_highlighting (+44) 207 841 1930 end_of_the_skype_highlighting
O Instituto Worldwatch, no seu Estado do Mundo 2011, mostra que a inovação agrícola se tornou a chave para a redução da pobreza e a estabilização do clima
O relatório fornece um guia para segurança alimentar e investimento agrícola, revelando 15 soluções de alta e baixa tecnologia que estão ajudando a reduzir a fome e a pobreza na África.
Nova York, 12 de janeiro de 2011—O Instituto Worldwatch divulga hoje seu relatório sobre o Estado do Mundo 2011: Inovações que nutrem o planeta, que destaca as inovações agrícolas bem sucedidas e desvenda os maiores sucessos na prevenção do desperdício de alimentos, promovendo resistência às mudanças climáticas e fortalecendo a agricultura nas cidades. O relatório proporciona um guia para o aumento dos investimentos agrícolas e formas mais eficientes de minimizar a fome e a pobreza globais. A partir das ideias dos maiores especialistas em agricultura e das centenas de inovações já implementadas na prática, o relatório destaca 15 receitas ambientalmente sustentáveis e comprovadas.
"O progresso demonstrado neste relatório irá prover informações aos governos, formuladores de políticas, ONGs e doadores que tentam frear o avanço da fome e da pobreza, fornecendo um guia claro para expansão ou replicação destes sucessos em qualquer lugar", diz o Presidente do Instituto Worldwatch, Christopher Flavin. "Precisamos que as pessoas que influenciam o desenvolvimento agrícola mundial se comprometam com o apoio de longo prazo aos agricultores, que constituem 80% da população da África".
O Estado do Mundo 2011 chega em um momento em que as iniciativas sobre a fome mundial e a segurança alimentar - tais como o programa Alimento para o Futuro da administração Obama, o Programa de Segurança Alimentar e Agricultura Global (Global Agriculture and Food Security Program - GAFSP), o Programa Mundial de Alimentos (World Food Programme - WFP) da ONU e o Programa de Desenvolvimento Abrangente da Agricultura da África (Comprehensive Africa Agriculture Development Programme – CAADP) - necessitam de orientação, a medida que buscam o aumento dos investimentos na agricultura.
Cerca de meio século após a Revolução Verde, grande parte da humanidade ainda está cronicamente faminta. Enquanto isso, os investimentos no desenvolvimento agrícola por parte dos governos, financiadores internacionais e fundações estão em níveis historicamente baixos. Desde 1980 a participação da agricultura nos auxílios ao desenvolvimento global caiu de mais de 16% para apenas 4% nos dias de hoje.
Em 2010, governos, fundações e indivíduos forneceram menos de $4 bilhões de dólares para apoiar projetos agrícolas na África, com base nas estatísticas das Nações Unidas, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Ainda que se espere que a demanda para o desenvolvimento agrícola cresça em 2011, boa parte do dinheiro ainda precisa ser levantada e destinada aos agricultores pobres da África.
"A comunidade internacional tem negligenciado segmentos inteiros do sistema alimentar no esforço de reduzir a fome e a pobreza", disse Danielle Nierenberg, co-diretora do projeto Nutrindo o Planeta da Worldwatch. "As soluções não virão necessariamente da maior produção de alimentos, mas da mudança do que as crianças comem nas escolas, como os alimentos são processados e comercializados e em quais tipos de comércio de alimentos estamos investindo".
O suprimento de alimentos cultivados localmente às crianças em idade escolar, por exemplo, provou ser uma estratégia eficaz de redução da fome e da pobreza em diversas nações africanas, e tem forte correlação com os programas de cultivo para restaurantes nos Estados Unidos e Europa. Além disso, "cerca de 40% dos alimentos produzidos atualmente no mundo é desperdiçado antes de ser consumido, criando oportunidades enormes para agricultores e famílias economizarem dinheiro e recursos com a redução do desperdício", opinou Brian Halweil, co-diretor do Nutrindo o Planeta.
O Estado do Mundo 2011 tem origem nas centenas de estudos de casos e exemplos em primeira pessoa para proporcionar soluções para a redução da fome e da pobreza. São eles:
Em 2007, cerca de 6.000 mulheres no Gâmbia se organizaram na associação de produtoras TRY Women’s Oyster Harvesting, criando um planejamento de co-gestão sustentável para a exploração local de ostras para prevenção da super exploração e depredação. Ostras e peixes são fonte importante de proteína de baixo custo para a população, mas os níveis atuais de produção levaram a degradação ambiental e a mudanças no uso da propriedade nos últimos 30 anos. O governo está trabalhando com grupos como o TRY para promover métodos menos destrutivos e para expandir as linhas de crédito para produtores de baixa renda, de modo a estimular o investimento na produção mais sustentável.
Em Kibera, Nairobi, a maior favela do Quênia, mais de 1.000 agricultoras estão cultivando hortas “verticais” em sacos de terra perfurados, alimentando suas famílias e comunidades. Estes sacos têm o potencial de alimentar milhares de habitantes urbanos, ao mesmo tempo em que fornecem uma fonte de receita sustentável e de fácil manutenção para agricultores urbanos. Com a projeção de que mais de 60% da população da África irá viver em áreas urbanas até 2050, estes métodos podem ser cruciais para criar segurança alimentar no futuro. Atualmente, cerca de 33% dos africanos vive nas cidades e mais 14 milhões deles migram anualmente para áreas urbanas. No mundo todo, cerca de 800 milhões de pessoas se empenham na agricultura urbana, produzindo de 15% a 20% de todo o alimento.
Pastores na África do Sul e no Quênia estão preservando variedades nativas de gado que são adaptadas ao calor e a seca das condições locais - características que serão cruciais conforme os extremos climáticos pioram no continente. A África tem a maior área mundial permanente de pastagem e o maior número de pastores, com cerca de 15 a 25 milhões de pessoas dependendo do gado.
A Rede de Análise de Políticas de Recursos Naturais, Agricultura e Alimentos (Food, Agriculture and Natural Resources Policy Analysis Network - FANRPAN) está usando jogos interativos comunitários para envolver as agricultoras, líderes comunitários e formuladores de políticas em um diálogo aberto sobre igualdade de gêneros, segurança alimentar, posse da terra e acesso a recursos. As mulheres na África sub-saariana constituem pelo menos 75% dos trabalhadores agrícolas e fornecem de 60% a 80% da mão-de-obra para produção de alimentos para consumo familiar e para o comércio, sendo crucial que tenham oportunidades para expressar suas necessidades no âmbito da governança local e na tomada de decisões. Este fórum amigável e de entretenimento torna mais fácil a abertura ao diálogo.
O programa Desenvolvendo Inovações no Cultivo em Escolas (Developing Innovations in School Cultivation - DISC) está integrando hortas de vegetais nativos, informações sobre nutrição e preparação de alimentos no currículo das escolas, de modo a ensinar as crianças a cultivar variedades locais que irão auxiliar no combate a falta de alimentos e revitalizar as tradições culinárias do país. Estima-se que 33% das crianças africanas atualmente enfrentam a fome e a desnutrição, o que poderia afetar cerca de 42 milhões de crianças até 2025. Os programas de nutrição na escola que não se limitam a simplesmente alimentar as crianças, mas também a inspirá-las e ensiná-las a se tornar agricultores no futuro, representam um enorme passo em direção a melhoria da segurança alimentar.
O relatório Estado do Mundo 2011 é acompanhado de outros materiais informativos, incluindo documentos instrutivos, resumos, um banco de dados de inovações, vídeos e podcasts, tudo isso disponível em www.NourishingthePlanet.org. As descobertas do projeto estão sendo divulgadas para um grande número de pessoas interessadas no meio agrícola, incluindo ministros de governos, formuladores de políticas agrícolas, agricultores e redes comunitárias, além das comunidades ambientais não governamentais e de desenvolvimento com influência cada vez maior.
Ao conduzir esta pesquisa, o projeto Nutrindo o Planeta da Worldwatch teve acesso sem precedentes as maiores instituições de pesquisa internacionais, incluindo as integrantes do sistema do Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (Consultative Group on International Agricultural Research - CGIAR). A equipe também interagiu de forma extensiva com agricultores e sindicatos agrícolas, bem como as comunidades da área bancária e de investimento.
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Observações aos editores: Para entrevistas com Christopher Flavin, Danielle Nierenberg, Brian Halweil ou demais contribuintes do Estado do Mundo 2011, entre em contato com:
Amanda Stone, Assistente de Comunicações, Instituto Worldwatch
(+1) 202-452-1992 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 202-452-1992 end_of_the_skype_highlighting x514; astone@worldwatch.org
Para cópias do Estado do Mundo 2011:
Nos Estados Unidos, Canadá e Índia, contate Amanda Stone em astone@worldwatch.org. Em outros países, contate Gudrun Freese em gudrun.freese@earthscan.co.ukou +44(0)20 7841 1930 begin_of_the_skype_highlighting +44(0)20 7841 1930 end_of_the_skype_highlighting.
Informações sobre aquisições:
Estado do Mundo 2011 , preço $19,95 mais frete e manuseio. Pode ser adquirido no website da Worldwatch em http://www.worldwatch.org/sow11, por e-mail em wwpub@worldwatch.org, por telefone via ligação gratuita (+1) 877-539-9946 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 877-539-9946 end_of_the_skype_highlighting (nos EUA) ou (+1) 301-747-2340 begin_of_the_skype_highlighting (+1) 301-747-2340 end_of_the_skype_highlighting (outros países), ou por fax no (+1) 301-567-9553 mencionando o número ISBN 9780393338805.
O livro também pode ser adquirido no website da Earthscan em www.earthscan.co.uk, por e-mail em earthinfo@earthscan.co.uk, ou ligando para +44(0)12 5630 2699 begin_of_the_skype_highlighting +44(0)12 5630 2699 end_of_the_skype_highlighting mencionando o número ISBN 9781849713528.
Sobre o Instituto Worldwatch:
A Worldwatch é uma organização de pesquisas independente com sede em Washington, D.C. voltada para assuntos de energia, recursos e meio ambiente. O relatório Estado do Mundo do instituto é publicado anualmente em mais de 20 idiomas. Para mais informações, acesse www.worldwatch.org
Inovação agrícola reduzirá pobreza e ajudará a estabilizar clima
Relatório lançado pelo Worldwatch Institute delineia maneiras comprovadas, sustentáveis e abrangentes de reduzir a pobreza e a fome ao redor do mundo.
Muitos estão buscando caminhos para aumentar a eficiência do sistema alimentar mundial, já que quase 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo atualmente, enquanto 40% do estoque mundial de comida é jogado fora antes de ser consumido. O Worldwatch Institute, organização voltada para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar social, lançou o relatório State of the World 2011: Innovations that Nourish the Planet, que ressalta sucessos recentes na inovação agrícola e delineia maneiras de reduzir a fome e a pobreza global e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto da agricultura sobre o meio ambiente.
“As informações sobre o progresso apresentadas neste relatório serão úteis para os governos, legisladores, ONGs e doadores que buscam reduzir a fome e a pobreza, oferecendo um roteiro claro para a expansão e replicação dessas experiências bem-sucedidas em outros locais”, comentou o presidente do Worldwatch Institute, Christopher Flavin.
O relatório foi produzido pelo programa Nutrindo o Planeta, do Worldwatch, que visa analisar as inovações agrícolas mensurando sua produtividade, sustentabilidade, diversidade e a saúde dos ecossistemas. Especialistas analisaram centenas de inovações que já estão sendo implementadas, produzindo 15 maneiras comprovadas, sustentáveis e abrangentes de reduzir a pobreza e a fome ao redor do mundo.
Um exemplo disso é o movimento para a produção de alimentos locais. Em muitos países africanos, servir produtos cultivados localmente em escolas tem sido uma estratégia de sucesso, similar aos programas farm-to-cafeteria nos Estados Unidos e na Europa.
“A comunidade internacional tem negligenciado segmentos inteiros do sistema alimentar em seus esforços para reduzir a fome e a pobreza”, comentou Danielle Nierenberg, codiretora do Programa Nutrindo o Planeta. “As soluções não virão necessariamente da produção de mais comida, e sim mudando o que as crianças comem nas escolas, a forma como os alimentos são processados e vendidos e em que tipos de negócios na área alimentícia estamos investindo.”
Num momento em que os investimentos globais em inovação agrícola caíram de 16% para 4% em apenas duas décadas e se calcula que a crise econômica vá reduzi-los ainda mais, o relatório propõe “gastos inteligentes” ao informar organizações e governos sobre os esforços que provavelmente trarão mais resultados positivos.
Entre as inovações detalhadas no relatório está a “horticultura vertical”, um método de agricultura urbana cada vez mais praticado em cidades por toda a África e em outros locais do mundo. Em Kibera, a maior e mais pobre favela da África, em Nairóbi, no Quênia, mais de 1.000 mulheres agricultoras estão usando essa técnica simples e barata, que conserva água e oferece uma maneira confiável e eficiente de cultivar alimentos para uma população que deve crescer 60% até 2050.
Em Gâmbia, na África Ocidental, 6.000 mulheres organizaram a TRY Women's Oyster Harvesting, cooperativa para colheita de ostras que resultou num plano de manejo sustentável para um local anteriormente degradado pela exploração excessiva dos recursos. O governo agora está trabalhando com grupos como a TRY para incentivar e aumentar os investimentos em práticas menos destrutivas.
Na África do Sul e no Quênia, pastores estão trabalhando para preservar variedades nativas de animais cuja adaptação ao clima quente e seco da região devem se tornar valiosas, sobretudo com o aumento da aridez em razão das mudanças climáticas. Com algo entre 15 milhões e 25 milhões de pessoas dependendo da criação de animais, a África tem mais pastos permanentes do que qualquer outro continente.
Estima-se que 33% das crianças africanas estejam passando fome ou sejam malnutridas, um número que deve crescer para possivelmente 42 milhões até 2025. Em Uganda, o programa Developing Innovations in School Cultivation (Disc) está trabalhando com o cultivo de vegetais nativos, educação para a nutrição e habilidades na cozinha, visando ensinar as crianças a cultivar variedades locais para combater o déficit de comida, além de revitalizar as tradições culinárias nacionais.
Por Morgan Erickson-Davis (Mongabay), com tradução de Fernanda B. Muller (CarbonoBrasil)
Muitos estão buscando caminhos para aumentar a eficiência do sistema alimentar mundial, já que quase 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo atualmente, enquanto 40% do estoque mundial de comida é jogado fora antes de ser consumido. O Worldwatch Institute, organização voltada para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar social, lançou o relatório State of the World 2011: Innovations that Nourish the Planet, que ressalta sucessos recentes na inovação agrícola e delineia maneiras de reduzir a fome e a pobreza global e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto da agricultura sobre o meio ambiente.
“As informações sobre o progresso apresentadas neste relatório serão úteis para os governos, legisladores, ONGs e doadores que buscam reduzir a fome e a pobreza, oferecendo um roteiro claro para a expansão e replicação dessas experiências bem-sucedidas em outros locais”, comentou o presidente do Worldwatch Institute, Christopher Flavin.
O relatório foi produzido pelo programa Nutrindo o Planeta, do Worldwatch, que visa analisar as inovações agrícolas mensurando sua produtividade, sustentabilidade, diversidade e a saúde dos ecossistemas. Especialistas analisaram centenas de inovações que já estão sendo implementadas, produzindo 15 maneiras comprovadas, sustentáveis e abrangentes de reduzir a pobreza e a fome ao redor do mundo.
Um exemplo disso é o movimento para a produção de alimentos locais. Em muitos países africanos, servir produtos cultivados localmente em escolas tem sido uma estratégia de sucesso, similar aos programas farm-to-cafeteria nos Estados Unidos e na Europa.
“A comunidade internacional tem negligenciado segmentos inteiros do sistema alimentar em seus esforços para reduzir a fome e a pobreza”, comentou Danielle Nierenberg, codiretora do Programa Nutrindo o Planeta. “As soluções não virão necessariamente da produção de mais comida, e sim mudando o que as crianças comem nas escolas, a forma como os alimentos são processados e vendidos e em que tipos de negócios na área alimentícia estamos investindo.”
Num momento em que os investimentos globais em inovação agrícola caíram de 16% para 4% em apenas duas décadas e se calcula que a crise econômica vá reduzi-los ainda mais, o relatório propõe “gastos inteligentes” ao informar organizações e governos sobre os esforços que provavelmente trarão mais resultados positivos.
Entre as inovações detalhadas no relatório está a “horticultura vertical”, um método de agricultura urbana cada vez mais praticado em cidades por toda a África e em outros locais do mundo. Em Kibera, a maior e mais pobre favela da África, em Nairóbi, no Quênia, mais de 1.000 mulheres agricultoras estão usando essa técnica simples e barata, que conserva água e oferece uma maneira confiável e eficiente de cultivar alimentos para uma população que deve crescer 60% até 2050.
Em Gâmbia, na África Ocidental, 6.000 mulheres organizaram a TRY Women's Oyster Harvesting, cooperativa para colheita de ostras que resultou num plano de manejo sustentável para um local anteriormente degradado pela exploração excessiva dos recursos. O governo agora está trabalhando com grupos como a TRY para incentivar e aumentar os investimentos em práticas menos destrutivas.
Na África do Sul e no Quênia, pastores estão trabalhando para preservar variedades nativas de animais cuja adaptação ao clima quente e seco da região devem se tornar valiosas, sobretudo com o aumento da aridez em razão das mudanças climáticas. Com algo entre 15 milhões e 25 milhões de pessoas dependendo da criação de animais, a África tem mais pastos permanentes do que qualquer outro continente.
Estima-se que 33% das crianças africanas estejam passando fome ou sejam malnutridas, um número que deve crescer para possivelmente 42 milhões até 2025. Em Uganda, o programa Developing Innovations in School Cultivation (Disc) está trabalhando com o cultivo de vegetais nativos, educação para a nutrição e habilidades na cozinha, visando ensinar as crianças a cultivar variedades locais para combater o déficit de comida, além de revitalizar as tradições culinárias nacionais.
Por Morgan Erickson-Davis (Mongabay), com tradução de Fernanda B. Muller (CarbonoBrasil)
1º Projeto de Carbono Florestal
Emas-Taquari efetuará a remoção de 207 mil toneladas de CO2 18/01/2011 - 11:49
O projeto de carbono do Corredor da Biodiversidade Emas-Taquari, localizado nos municípios de Mineiros (GO), Alcinópolis (MS), Costa Rica (MS) e Chapadão do Sul (MS), vai reflorestar com mudas nativas do Cerrado quase 600 hectares de mata, removendo da atmosfera 206.114,60 toneladas de CO2 equivalente (um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 equivalente). O projeto tem um raio de atuação de 200 quilômetros.
Um terço desses créditos já foi comprado pela empresa Natura Cosméticos S/A. O projeto acabou de receber também a certificação do Voluntary Carbon Standard (VCS), reconhecida como uma das mais criteriosas no mundo em termos de padrões de mensuração de carbono. Além disso, o Corredor da Biodiversidade Emas-Taquari foi certificado no padrão Climate, Community and Biodiversity (CCBS), o que significa que além de atender a critérios climáticos também produz benefícios à comunidade e biodiversidade local. Neste último quesito, foi contemplado no nível gold, que significa ganhos excepcionais à biodiversidade.
Para entender onde (e a importância) desse projeto, as áreas escolhidas nos quatro municípios são estratégicas para restaurar a conectividade de remanescentes florestais entre o Parque Nacional de Emas e Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari. Dessa maneira, o corredor ecológico de biodiversidade garantirá também a conservação de recursos hídricos, a recuperação de passivos ambientais e a possibilidade de trocas genéticas da fauna e flora do Cerrado na área comum da reserva.
Para Renato Alves Moreira, integrante da ONG Oreades e coordenador do projeto, “a iniciativa promoverá benefícios ao clima, à sociedade e à biodiversidade no Cerrado, compartilhando a riqueza de serviços ambientais desse bioma com todo planeta.” Muitas parcerias foram feitas também com as comunidades locais de baixa renda. São 25 famílias de assentamentos e outras 20 de famílias quilombolas, além de 35 pessoas de uma comunidade terapêutica para tratamento de ex-dependentes químicos.
Segundo Artur Paiva, coordenador de serviços ambientais da CI-Brasil, “essa era uma região de fronteira agrícola, que cresceu muito a partir de meados da década de 1980, com o tamanho médio das fazendas em torno de mil a dois mil hectares, onde todo o Cerrado era derrubado para plantio”. Mas com o projeto, diz, “eles perceberam que podem fazer outro tipo de atividade em suas propriedades sem necessariamente destruir a mata nativa – sendo o grande benefício a eliminação do passivo ambiental.”
Em outras palavras, “as comunidades envolvidas têm a oportunidade de obter renda pela coleta de sementes, pela produção e venda de mudas e de outros produtos obtidos com as plantas preservadas do Cerrado, como a castanha do baru”, explica Paiva.
Para Maurício Voivodic, secretário-executivo do Imaflora, instituição que fez a auditoria de certificação do projeto, esta é uma iniciativa de extrema relevância ambiental e social à medida que propõe restaurar áreas degradadas em parceria com populações de baixa renda. “Por ser o primeiro projeto no Brasil de carbono florestal a receber a certificação do VCS, ele abre portas para que outras iniciativas sejam feitas no País”.
O projeto de carbono do Corredor da Biodiversidade Emas-Taquari, localizado nos municípios de Mineiros (GO), Alcinópolis (MS), Costa Rica (MS) e Chapadão do Sul (MS), vai reflorestar com mudas nativas do Cerrado quase 600 hectares de mata, removendo da atmosfera 206.114,60 toneladas de CO2 equivalente (um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 equivalente). O projeto tem um raio de atuação de 200 quilômetros.
Um terço desses créditos já foi comprado pela empresa Natura Cosméticos S/A. O projeto acabou de receber também a certificação do Voluntary Carbon Standard (VCS), reconhecida como uma das mais criteriosas no mundo em termos de padrões de mensuração de carbono. Além disso, o Corredor da Biodiversidade Emas-Taquari foi certificado no padrão Climate, Community and Biodiversity (CCBS), o que significa que além de atender a critérios climáticos também produz benefícios à comunidade e biodiversidade local. Neste último quesito, foi contemplado no nível gold, que significa ganhos excepcionais à biodiversidade.
Para entender onde (e a importância) desse projeto, as áreas escolhidas nos quatro municípios são estratégicas para restaurar a conectividade de remanescentes florestais entre o Parque Nacional de Emas e Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari. Dessa maneira, o corredor ecológico de biodiversidade garantirá também a conservação de recursos hídricos, a recuperação de passivos ambientais e a possibilidade de trocas genéticas da fauna e flora do Cerrado na área comum da reserva.
Para Renato Alves Moreira, integrante da ONG Oreades e coordenador do projeto, “a iniciativa promoverá benefícios ao clima, à sociedade e à biodiversidade no Cerrado, compartilhando a riqueza de serviços ambientais desse bioma com todo planeta.” Muitas parcerias foram feitas também com as comunidades locais de baixa renda. São 25 famílias de assentamentos e outras 20 de famílias quilombolas, além de 35 pessoas de uma comunidade terapêutica para tratamento de ex-dependentes químicos.
Segundo Artur Paiva, coordenador de serviços ambientais da CI-Brasil, “essa era uma região de fronteira agrícola, que cresceu muito a partir de meados da década de 1980, com o tamanho médio das fazendas em torno de mil a dois mil hectares, onde todo o Cerrado era derrubado para plantio”. Mas com o projeto, diz, “eles perceberam que podem fazer outro tipo de atividade em suas propriedades sem necessariamente destruir a mata nativa – sendo o grande benefício a eliminação do passivo ambiental.”
Em outras palavras, “as comunidades envolvidas têm a oportunidade de obter renda pela coleta de sementes, pela produção e venda de mudas e de outros produtos obtidos com as plantas preservadas do Cerrado, como a castanha do baru”, explica Paiva.
Para Maurício Voivodic, secretário-executivo do Imaflora, instituição que fez a auditoria de certificação do projeto, esta é uma iniciativa de extrema relevância ambiental e social à medida que propõe restaurar áreas degradadas em parceria com populações de baixa renda. “Por ser o primeiro projeto no Brasil de carbono florestal a receber a certificação do VCS, ele abre portas para que outras iniciativas sejam feitas no País”.
Impulso silencioso na luta contra as alterações climáticas
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Postado por
Unknown
em
1/17/2011 05:11:00 AM
Marcadores:
mudanças climáticas
17 Janeiro2011 12:11
Achim Steiner
O processo de negociações de um novo tratado global sobre as alterações globais tem sido marcado, nos últimos dois anos, por muitos altos e baixos.
Muitas pessoas consideram mesmo que está a terminar a oportunidade para chegar a um acordo.
Mas desistir não é uma opção. A última ronda de negociações, que decorreu no passado mês de Dezembro em Cancún, no México, colocou, novamente, as negociações no caminho adequado, apesar de a um ritmo e dimensão que vai sem dúvida deixar muitos observadores frustrados.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, e a secretária executiva das Nações Unidas para as alterações climáticas merecem o reconhecimento pelos avanços alcançados em áreas importantes como a reflorestação, um novo Fundo Verde de apoio às nações em desenvolvimento e a confirmação das promessas de redução de emissões feitas em Dezembro de 2009 na conferência de Copenhaga.
Mas, tal como ficou claro pelos modelos climáticos do Programa Ambiental das Nações Unidas apresentados antes da Cimeira de Cancún, existe uma diferença significativa entre o que tem sido prometido pelos países em termos de redução de emissões e o que é necessário para evitar que a temperatura global suba mais do que 2º C, para não falar da meta de 1,5º C necessária para proteger muitas ilhas de baixa altitude.
Apesar de alguns ganhos, essa diferença - que de acordo com o cenário mais optimista, equivale às emissões de carbono de todos os automóveis, autocarros e camiões do mundo - continua a existir no período pós Cancún. De facto, ninguém deveria subestimar a dimensão do desafio que vamos enfrentar na África do Sul, anfitriã das próximas negociações, para alcançar um novo acordo vinculativo que permita reduzir esta diferença e garantir o financiamento necessário para colocar o Fundo Verde em funcionamento.
No entanto, enquanto a cimeira de Cancún lutava para chegar a uma conclusão, outra cimeira não oficial, que decorria muito próximo, também chegava ao fim. Esta cimeira paralela juntou chefes de Estado, governos regionais e locais, empresários e sociedade civil e analisou em que medida e a que velocidade alguns sectores da sociedade vão fazer a transição para um futuro de baixo carbono e criar as economias verdes com tecnologias limpas do século XXI.
As políticas reflectem este "momentum": de acordo com algumas estimativas, o presidente mexicano está a transformar o seu país com o mercado eólico de mais rápido crescimento. Além disso, o México vai abandonar, progressivamente, as velhas e ineficientes lâmpadas até 2014. O país acabou de retirar do mercado 850 mil frigoríficos ineficientes para os trocar por modelos modernos energeticamente eficientes e deverá fazer o mesmo com milhões de outros modelos nos próximos anos. Os lares mexicanos que instalarem sistemas de poupanças de energia, como aquecedores a energia solar, vão ter direito a hipotecas verdes com taxas de juro mais baixas.
O México não é o único país a adoptar uma estratégia nacional de transição para uma economia verde de baixo carbono e eficiente em termos de recursos. O Uruguai, por exemplo, anunciou uma estratégia para gerar metade da sua electricidade a partir de fontes de energia renovável até 2015.
Sessenta governos regionais e locais, responsáveis por 15% das emissões globais de gases com efeito de estufa, também estão a tomar medidas. O Québec e São Paulo, para citar apenas dois exemplos, querem reduzir as emissões em 20% até 2020 face aos níveis de 1990.
Grandes empresas, de bancos a companhias aéreas, também estão a contribuir. A retalhista norte-americana Wal-Mart, por exemplo, prevê reduzir as emissões equivalentes a 3,8 milhões de automóveis, implementando medidas de eficiência energética nas suas lojas chinesas.
De facto, o mundo está a assistir a uma extraordinária mobilização de projectos e políticas a nível nacional que estão a mudar as economias pela via da redução das emissões de carbono. No Quénia, a criação de uma nova tarifa está a permitir a expansão de fontes de energia eólica e geotermal. A Indonésia está não só a tentar resolver a desflorestação, como, a partir do próximo mês, vai começar a abandonar com os subsídios aos combustíveis fósseis para os automóveis privados. Muitos países e empresas estão a dar passos importantes, assinalando, assim, que não estão reféns do calendário lento das negociações oficiais.
Tudo isto pode levar muitas pessoas a questionar se precisamos mesmo de longas negociações internacionais e cimeiras climáticas das Nações Unidas. Mas a verdade é que a situação actual foi em grande parte catalisada pelas metas, calendários e mecanismos existentes nos tratados das Nações Unidas e, em particular, pelo "momentum" gerado pela, muitas vezes criticada, Cimeira de Copenhaga, em 2009.
Este "momentum" poderá continuar a crescer caso seja alcançado um novo tratado global que não só traga certezas aos mercados do carbono e desencadeie rápidos investimentos em tecnologias limpas, mas também garanta que os países mais vulneráveis não são marginalizados. O actual desafio é unir estes objectivos para que se reforcem mutuamente.
Só assim o mundo terá a oportunidade de lutar contra a subida da temperatura global, e evitar que esta suba mais do que 2º C ao longo deste século, intensificar a capacidade de resistência contra as alterações climáticas e transformar, verdadeiramente, as estruturas de energia do passado - e depois as perspectivas de desenvolvimento para seis mil milhões de pessoas no futuro.
Achim Steiner é vice secretário-geral das Nações Unidas e director executive do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP).
Achim Steiner
O processo de negociações de um novo tratado global sobre as alterações globais tem sido marcado, nos últimos dois anos, por muitos altos e baixos.
Muitas pessoas consideram mesmo que está a terminar a oportunidade para chegar a um acordo.
Mas desistir não é uma opção. A última ronda de negociações, que decorreu no passado mês de Dezembro em Cancún, no México, colocou, novamente, as negociações no caminho adequado, apesar de a um ritmo e dimensão que vai sem dúvida deixar muitos observadores frustrados.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, e a secretária executiva das Nações Unidas para as alterações climáticas merecem o reconhecimento pelos avanços alcançados em áreas importantes como a reflorestação, um novo Fundo Verde de apoio às nações em desenvolvimento e a confirmação das promessas de redução de emissões feitas em Dezembro de 2009 na conferência de Copenhaga.
Mas, tal como ficou claro pelos modelos climáticos do Programa Ambiental das Nações Unidas apresentados antes da Cimeira de Cancún, existe uma diferença significativa entre o que tem sido prometido pelos países em termos de redução de emissões e o que é necessário para evitar que a temperatura global suba mais do que 2º C, para não falar da meta de 1,5º C necessária para proteger muitas ilhas de baixa altitude.
Apesar de alguns ganhos, essa diferença - que de acordo com o cenário mais optimista, equivale às emissões de carbono de todos os automóveis, autocarros e camiões do mundo - continua a existir no período pós Cancún. De facto, ninguém deveria subestimar a dimensão do desafio que vamos enfrentar na África do Sul, anfitriã das próximas negociações, para alcançar um novo acordo vinculativo que permita reduzir esta diferença e garantir o financiamento necessário para colocar o Fundo Verde em funcionamento.
No entanto, enquanto a cimeira de Cancún lutava para chegar a uma conclusão, outra cimeira não oficial, que decorria muito próximo, também chegava ao fim. Esta cimeira paralela juntou chefes de Estado, governos regionais e locais, empresários e sociedade civil e analisou em que medida e a que velocidade alguns sectores da sociedade vão fazer a transição para um futuro de baixo carbono e criar as economias verdes com tecnologias limpas do século XXI.
As políticas reflectem este "momentum": de acordo com algumas estimativas, o presidente mexicano está a transformar o seu país com o mercado eólico de mais rápido crescimento. Além disso, o México vai abandonar, progressivamente, as velhas e ineficientes lâmpadas até 2014. O país acabou de retirar do mercado 850 mil frigoríficos ineficientes para os trocar por modelos modernos energeticamente eficientes e deverá fazer o mesmo com milhões de outros modelos nos próximos anos. Os lares mexicanos que instalarem sistemas de poupanças de energia, como aquecedores a energia solar, vão ter direito a hipotecas verdes com taxas de juro mais baixas.
O México não é o único país a adoptar uma estratégia nacional de transição para uma economia verde de baixo carbono e eficiente em termos de recursos. O Uruguai, por exemplo, anunciou uma estratégia para gerar metade da sua electricidade a partir de fontes de energia renovável até 2015.
Sessenta governos regionais e locais, responsáveis por 15% das emissões globais de gases com efeito de estufa, também estão a tomar medidas. O Québec e São Paulo, para citar apenas dois exemplos, querem reduzir as emissões em 20% até 2020 face aos níveis de 1990.
Grandes empresas, de bancos a companhias aéreas, também estão a contribuir. A retalhista norte-americana Wal-Mart, por exemplo, prevê reduzir as emissões equivalentes a 3,8 milhões de automóveis, implementando medidas de eficiência energética nas suas lojas chinesas.
De facto, o mundo está a assistir a uma extraordinária mobilização de projectos e políticas a nível nacional que estão a mudar as economias pela via da redução das emissões de carbono. No Quénia, a criação de uma nova tarifa está a permitir a expansão de fontes de energia eólica e geotermal. A Indonésia está não só a tentar resolver a desflorestação, como, a partir do próximo mês, vai começar a abandonar com os subsídios aos combustíveis fósseis para os automóveis privados. Muitos países e empresas estão a dar passos importantes, assinalando, assim, que não estão reféns do calendário lento das negociações oficiais.
Tudo isto pode levar muitas pessoas a questionar se precisamos mesmo de longas negociações internacionais e cimeiras climáticas das Nações Unidas. Mas a verdade é que a situação actual foi em grande parte catalisada pelas metas, calendários e mecanismos existentes nos tratados das Nações Unidas e, em particular, pelo "momentum" gerado pela, muitas vezes criticada, Cimeira de Copenhaga, em 2009.
Este "momentum" poderá continuar a crescer caso seja alcançado um novo tratado global que não só traga certezas aos mercados do carbono e desencadeie rápidos investimentos em tecnologias limpas, mas também garanta que os países mais vulneráveis não são marginalizados. O actual desafio é unir estes objectivos para que se reforcem mutuamente.
Só assim o mundo terá a oportunidade de lutar contra a subida da temperatura global, e evitar que esta suba mais do que 2º C ao longo deste século, intensificar a capacidade de resistência contra as alterações climáticas e transformar, verdadeiramente, as estruturas de energia do passado - e depois as perspectivas de desenvolvimento para seis mil milhões de pessoas no futuro.
Achim Steiner é vice secretário-geral das Nações Unidas e director executive do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP).
Micróbios das florestas
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Em 2006, um artigo publicado na revista Science por cientistas ligados a um Projeto Temático do Programa Biota-FAPESP demonstrou que as plantas da Mata Atlântica possuem uma diversidade impressionante de bactérias associadas: cada uma das espécies de árvores conta com uma comunidade distinta – e única – de centenas de espécies de bactérias.
A descoberta sugeriu que a função desses microrganismos para a dinâmica da floresta pode ser muito mais importante do que se imaginava. Agora, um outro Projeto Temático, iniciado em 2009, está aprofundando aquelas pesquisas a fim de entender melhor a diversidade microbiológica da floresta.
Um dos achados mais importantes até agora no novo projeto indica que a substituição de uma área de floresta por uma área de plantas cultivadas pode reduzir em mais de 99% a diversidade de bactérias associadas às superfícies das folhas. As consequências disso ainda estão sendo avaliadas.
De acordo com o coordenador do Temático, Marcio Rodrigues Lambais, professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), a base para os estudos foi a descoberta de 2006, que demonstrava que cada planta possuía sua própria comunidade de bactérias.
“Estamos agora tentando aprofundar os estudos para saber como essa comunidade bacteriana varia não apenas em relação às várias espécies de planta, mas também em relação à localização das plantas em diferentes ambientes, levando em conta, por exemplo, a posição das árvores dentro de um determinado parque, ou a comparação entre a mesma espécie de planta em parques distantes”, disse à Agência FAPESP.
Na superfície das folhas, troncos e raízes das árvores existem biofilmes muito complexos compostos por diversos microrganismos que interagem entre si, com a planta, com os animais e com a atmosfera. Segundo Lambais, esses microrganismos associados às plantas – e cuja função pouco se conhece – estão sendo estudados com a utilização de ferramentas metagenômicas.
“Os estudos mostram que cada espécie de planta tem associada a ela um conjunto único de espécies de bactérias. E cada parte da planta tem uma comunidade diferente. Na folha, na casca ou na raiz, as mesmas espécies bacterianas não se repetem”, disse Lambais. Só nas folhas foram encontradas de 30 a 600 espécies bacterianas distintas, dependendo da espécie vegetal. “Se computarmos a totalidade dessa diversidade, concluímos que cada espécie de planta pode ter mais de 2 mil espécies de bactérias associadas. Uma diversidade gigantesca sobre a qual não conhecemos praticamente nada”, destacou.
A maior parte dos estudos está sendo realizada nas áreas pertencentes ao Temático que gerou os estudos concluídos em 2006, conhecido como Parcelas Permanente e coordenado pelo professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, também da Esalq. O trabalho mais recente foi feito na parcela de 10 hectares localizada no Parque Carlos Botelho, onde existem 217 espécies de árvores.
“O projeto Parcelas Permanentes já havia caracterizado toda a área e realizado o censo das espécies vegetais. Já tínhamos esses dados, além de outros relacionados às características químicas e físicas do solo, e os utilizamos para agregar informação microbiológica. No estudo, conseguimos demonstrar relação entre a estrutura da comunidade de bactérias e a filogenia das plantas”, disse Lambais.
Diferenças nas áreas cultivadas
A partir das informações levantadas com o uso de tecnologias moleculares, os pesquisadores acreditavam que provavelmente as plantas cultivadas teriam associadas a elas uma quantidade de bactérias menor e bem diferente das que estão presentes nas espécies da floresta. “Tínhamos essa curiosidade e fomos fazer essa comparação utilizando soja, cana-de-açúcar e eucalipto. Para nossa surpresa, as plantas cultivadas e as árvores da floresta são estatisticamente muito semelhantes em termos de diversidade e riqueza estimada de espécies bacterianas. No entanto, os tipos de bactéria que vivem nas folhas das plantas cultivadas é bem diferente daquelas que vivem nas plantas da floresta”, disse.
Enquanto nas plantas da mata predominam as gamaproteobactérias, nas plantas cultivadas predominam as alfaproteobactérias. “Normalmente, essas alfaproteobactérias são microrganismos que crescem muito rápido e que, por isso, estão muito bem adaptadas ao ciclo curto das culturas agrícolas”, contou Lambais.
Uma cultura de soja, por exemplo, passa por um ciclo de três meses até a colheita. A comunidade de bactérias ali presente está adaptada a essa situação e cresce muito rapidamente. “Em espécies arbóreas a situação é muito mais estável. O biofilme de bactérias nas folhas pode se desenvolver por um período de tempo muito maior. Certamente, esse tipo de comunidade bacteriana tem funções muito diferentes. Então, se alteramos o uso do solo, alteramos também todos os processos que dependem dessa comunidade microbiana associada às plantas”, disse.
A substituição de uma área de floresta por uma área idêntica de plantas cultivadas poderia reduzir drasticamente a diversidade bacteriana, segundo o estudo. Segundo Lambais, o cálculo foi feito a partir dos dados da área de 10 hectares de floresta da reserva Carlos Botelho, que possui mais de 200 espécies arbóreas.
“Considerando-se que há 200 espécies vegetais e cada uma possui pelo menos 50 espécies de bactérias associadas à filosfera, temos pelo menos 10 mil espécies diferentes de bactérias por hectare. Se substituirmos os 10 hectares de floresta por 10 hectares de cana-de-açúcar, por exemplo, teremos apenas as 50 bactérias associadas à folha da cana-de-açúcar. Serão apenas 50 tipos de bactérias, em vez de 10 mil. Só aí temos uma redução de mais de 99%”, explicou.
Nas plantações, grandes área são dominadas por uma só espécie vegetal. Isso se reflete na variabilidade das espécies de bactérias, fazendo com que um único grupo domine toda a área. A manutenção da diversidade vegetal, portanto, é importante também para manter a diversidade microbiológica.
“O que não sabemos ainda com exatidão é qual a importância de se manter essa diversidade de bactérias. Por isso, estamos tentando entender quais são os papéis funcionais dessas bactérias na floresta, definir o que elas fazem”, disse Lambais.
Funções das bactérias
Um exemplo dessas funções das bactérias foi descoberto em uma outra área do programa Biota: o Núcleo Santa Virgínia, no Parque Estadual da Serra do Mar. Ali, a equipe do Prof. Lambais detectou que algumas espécies de plantas têm altíssima atividade de fixação de nitrogênio na superfície de suas folhas.
“O nitrogênio é um elemento essencial para o crescimento da planta e não existe disponibilidade desse elemento no solo da floresta. Para a manutenção da floresta, o nitrogênio precisa vir do meio externo. Ele é capturado do ar por microrganismos que vivem associados à folha e à casca das árvores”, explicou Lambais.
Segundo o professor da Esalq, o palmito, uma planta dominante nessas áreas de Mata Atlântica, foi identificado como uma das plantas que têm alta fixação de nitrogênio nas folhas. “Temos uma hipótese que ainda vamos testar com o palmito: achamos que a predominância de algumas espécies de plantas na floresta está associada à capacidade delas se associarem com bactérias fixadoras de nitrogênio”, afirmou.
A fixação do nitrogênio, no entanto, é apenas um dos inúmeros exemplos da importância funcional das bactérias para a floresta. Algumas dessas bactérias têm alta capacidade de produção de compostos antibióticos.
“Por que as plantas na floresta raramente ficam doentes? Provavelmente elas têm a proteção natural desses microrganismos que estão ali vivendo. Quando uma planta é domesticada e cultivada em grandes monoculturas, ela rapidamente perde a capacidade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e, com isso, o resultado são os surtos de doenças nas plantações. Proteger a própria planta pode ser uma das outras funções que as bactérias podem ter”, afirmou.
Segundo Lambais, embora ainda esteja em seu primeiro ano, o Projeto Temático já tem resultados promissores e várias publicações estão em preparação. “Temos um grupo grande envolvido com o projeto e contamos com o apoio de várias outras pessoas interessadas na questão microbiológica”, disse.
Agência FAPESP – Em 2006, um artigo publicado na revista Science por cientistas ligados a um Projeto Temático do Programa Biota-FAPESP demonstrou que as plantas da Mata Atlântica possuem uma diversidade impressionante de bactérias associadas: cada uma das espécies de árvores conta com uma comunidade distinta – e única – de centenas de espécies de bactérias.
A descoberta sugeriu que a função desses microrganismos para a dinâmica da floresta pode ser muito mais importante do que se imaginava. Agora, um outro Projeto Temático, iniciado em 2009, está aprofundando aquelas pesquisas a fim de entender melhor a diversidade microbiológica da floresta.
Um dos achados mais importantes até agora no novo projeto indica que a substituição de uma área de floresta por uma área de plantas cultivadas pode reduzir em mais de 99% a diversidade de bactérias associadas às superfícies das folhas. As consequências disso ainda estão sendo avaliadas.
De acordo com o coordenador do Temático, Marcio Rodrigues Lambais, professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), a base para os estudos foi a descoberta de 2006, que demonstrava que cada planta possuía sua própria comunidade de bactérias.
“Estamos agora tentando aprofundar os estudos para saber como essa comunidade bacteriana varia não apenas em relação às várias espécies de planta, mas também em relação à localização das plantas em diferentes ambientes, levando em conta, por exemplo, a posição das árvores dentro de um determinado parque, ou a comparação entre a mesma espécie de planta em parques distantes”, disse à Agência FAPESP.
Na superfície das folhas, troncos e raízes das árvores existem biofilmes muito complexos compostos por diversos microrganismos que interagem entre si, com a planta, com os animais e com a atmosfera. Segundo Lambais, esses microrganismos associados às plantas – e cuja função pouco se conhece – estão sendo estudados com a utilização de ferramentas metagenômicas.
“Os estudos mostram que cada espécie de planta tem associada a ela um conjunto único de espécies de bactérias. E cada parte da planta tem uma comunidade diferente. Na folha, na casca ou na raiz, as mesmas espécies bacterianas não se repetem”, disse Lambais. Só nas folhas foram encontradas de 30 a 600 espécies bacterianas distintas, dependendo da espécie vegetal. “Se computarmos a totalidade dessa diversidade, concluímos que cada espécie de planta pode ter mais de 2 mil espécies de bactérias associadas. Uma diversidade gigantesca sobre a qual não conhecemos praticamente nada”, destacou.
A maior parte dos estudos está sendo realizada nas áreas pertencentes ao Temático que gerou os estudos concluídos em 2006, conhecido como Parcelas Permanente e coordenado pelo professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, também da Esalq. O trabalho mais recente foi feito na parcela de 10 hectares localizada no Parque Carlos Botelho, onde existem 217 espécies de árvores.
“O projeto Parcelas Permanentes já havia caracterizado toda a área e realizado o censo das espécies vegetais. Já tínhamos esses dados, além de outros relacionados às características químicas e físicas do solo, e os utilizamos para agregar informação microbiológica. No estudo, conseguimos demonstrar relação entre a estrutura da comunidade de bactérias e a filogenia das plantas”, disse Lambais.
Diferenças nas áreas cultivadas
A partir das informações levantadas com o uso de tecnologias moleculares, os pesquisadores acreditavam que provavelmente as plantas cultivadas teriam associadas a elas uma quantidade de bactérias menor e bem diferente das que estão presentes nas espécies da floresta. “Tínhamos essa curiosidade e fomos fazer essa comparação utilizando soja, cana-de-açúcar e eucalipto. Para nossa surpresa, as plantas cultivadas e as árvores da floresta são estatisticamente muito semelhantes em termos de diversidade e riqueza estimada de espécies bacterianas. No entanto, os tipos de bactéria que vivem nas folhas das plantas cultivadas é bem diferente daquelas que vivem nas plantas da floresta”, disse.
Enquanto nas plantas da mata predominam as gamaproteobactérias, nas plantas cultivadas predominam as alfaproteobactérias. “Normalmente, essas alfaproteobactérias são microrganismos que crescem muito rápido e que, por isso, estão muito bem adaptadas ao ciclo curto das culturas agrícolas”, contou Lambais.
Uma cultura de soja, por exemplo, passa por um ciclo de três meses até a colheita. A comunidade de bactérias ali presente está adaptada a essa situação e cresce muito rapidamente. “Em espécies arbóreas a situação é muito mais estável. O biofilme de bactérias nas folhas pode se desenvolver por um período de tempo muito maior. Certamente, esse tipo de comunidade bacteriana tem funções muito diferentes. Então, se alteramos o uso do solo, alteramos também todos os processos que dependem dessa comunidade microbiana associada às plantas”, disse.
A substituição de uma área de floresta por uma área idêntica de plantas cultivadas poderia reduzir drasticamente a diversidade bacteriana, segundo o estudo. Segundo Lambais, o cálculo foi feito a partir dos dados da área de 10 hectares de floresta da reserva Carlos Botelho, que possui mais de 200 espécies arbóreas.
“Considerando-se que há 200 espécies vegetais e cada uma possui pelo menos 50 espécies de bactérias associadas à filosfera, temos pelo menos 10 mil espécies diferentes de bactérias por hectare. Se substituirmos os 10 hectares de floresta por 10 hectares de cana-de-açúcar, por exemplo, teremos apenas as 50 bactérias associadas à folha da cana-de-açúcar. Serão apenas 50 tipos de bactérias, em vez de 10 mil. Só aí temos uma redução de mais de 99%”, explicou.
Nas plantações, grandes área são dominadas por uma só espécie vegetal. Isso se reflete na variabilidade das espécies de bactérias, fazendo com que um único grupo domine toda a área. A manutenção da diversidade vegetal, portanto, é importante também para manter a diversidade microbiológica.
“O que não sabemos ainda com exatidão é qual a importância de se manter essa diversidade de bactérias. Por isso, estamos tentando entender quais são os papéis funcionais dessas bactérias na floresta, definir o que elas fazem”, disse Lambais.
Funções das bactérias
Um exemplo dessas funções das bactérias foi descoberto em uma outra área do programa Biota: o Núcleo Santa Virgínia, no Parque Estadual da Serra do Mar. Ali, a equipe do Prof. Lambais detectou que algumas espécies de plantas têm altíssima atividade de fixação de nitrogênio na superfície de suas folhas.
“O nitrogênio é um elemento essencial para o crescimento da planta e não existe disponibilidade desse elemento no solo da floresta. Para a manutenção da floresta, o nitrogênio precisa vir do meio externo. Ele é capturado do ar por microrganismos que vivem associados à folha e à casca das árvores”, explicou Lambais.
Segundo o professor da Esalq, o palmito, uma planta dominante nessas áreas de Mata Atlântica, foi identificado como uma das plantas que têm alta fixação de nitrogênio nas folhas. “Temos uma hipótese que ainda vamos testar com o palmito: achamos que a predominância de algumas espécies de plantas na floresta está associada à capacidade delas se associarem com bactérias fixadoras de nitrogênio”, afirmou.
A fixação do nitrogênio, no entanto, é apenas um dos inúmeros exemplos da importância funcional das bactérias para a floresta. Algumas dessas bactérias têm alta capacidade de produção de compostos antibióticos.
“Por que as plantas na floresta raramente ficam doentes? Provavelmente elas têm a proteção natural desses microrganismos que estão ali vivendo. Quando uma planta é domesticada e cultivada em grandes monoculturas, ela rapidamente perde a capacidade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e, com isso, o resultado são os surtos de doenças nas plantações. Proteger a própria planta pode ser uma das outras funções que as bactérias podem ter”, afirmou.
Segundo Lambais, embora ainda esteja em seu primeiro ano, o Projeto Temático já tem resultados promissores e várias publicações estão em preparação. “Temos um grupo grande envolvido com o projeto e contamos com o apoio de várias outras pessoas interessadas na questão microbiológica”, disse.
Imagem e Reputação >>>>> BMS Arcelor Brasil >>> Informativo # 34
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1/14/2011 07:31:00 AM
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Imagem e reputação
Entrevista com Ana Luisa de Castro Almeida, diretora do Instituto de Reputação Brasil
O que vale é a reputação
A sociedade e o mercado estão cada vez mais de olho nas empresas: cobram prestações de contas, ações de responsabilidade e transparência e encampam leis como a Sarbanes Oxley. As organizações precisam reconhecer essas expectativas e formular estratégias e sustentar práticas que contribuam para a sua boa reputação.
O conceito de reputação e os caminhos que uma organização deve seguir para alcançá-la são temas desta entrevista concedida ao BMS Notícias por Ana Luisa de Castro Almeida, diretora do Instituto de Reputação Brasil. O Reputation Institute foi fundado nos Estados Unidos em 1997, atua em 70 países e está no Brasil há um ano. A Arcelor Brasil é uma das empresas associadas ao Instituto.
Qual a diferença entre reputação e imagem?
A imagem é transitória e a reputação se consolida ao longo dos anos. Fazendo uma metáfora, a imagem seria o take e a reputação, filme inteiro. Ou seja, a reputação é a consolidação das diversas imagens. Uma organização se relaciona com vários segmentos – investidores, fornecedores, empregados e imprensa – e as percepções de cada um deles formam imagens que se consolidam ao longo dos anos. Isso cria a base que chamamos de reputação.
Quais fatores contribuem para que uma organização tenha uma boa reputação?
O Reputation Institute faz pesquisas de reputação na Europa, Estados Unidos, na América Latina e Ásia desde 1997. Analisamos a reputação a partir de modelo que considera sete dimensões: (1) governança corporativa, (2) desempenho financeiro, (3) ambientes de trabalho, (4) cidadania e responsabilidade social, (5) liderança, (6) inovação e (7) produtos e serviços. A partir delas, chegamos a um índice geral de reputação, expresso em porcentagem. Em cada país, o peso dessas dimensões pode variar de acordo com a percepção daquela população. No Brasil, a responsabilidade social, por exemplo, tem mais peso.
Que práticas devem amparar o discurso de uma empresa que pretende construir ou manter boa reputação?
A reputação não é um processo de comunicação, embora esta contribua para mostrar aquilo que a empresa está fazendo. A empresa precisa ter clareza de sua realidade e de como é percebida. No pior cenário, a empresa pode ter uma realidade ruim e uma percepção ruim. Mas pode ter uma realidade ruim e uma percepção boa. Este segundo modelo é de alto risco, porque vai chegar o dia em que se perceberá que a empresa não é aquilo tudo que sua comunicação promete. Outra questão é a realidade boa e uma percepção ruim. Ainda é necessário comunicar para mudar essa perspectiva.
Qual é o efeito da boa reputação?
Em termos de desempenho financeiro, os estudos mostram que, se a empresa aumentar em 5% a sua reputação, seu valor de mercado crescerá em 3%. A boa reputação exige práticas que são necessárias para a sustentabilidade da empresa. Em relação aos públicos, a boa reputação gera comportamentos de apoio: eu compro, eu invisto, eu gostaria de trabalhar, eu falo bem dessa empresa. Uma empresa com maior reputação desfruta de credibilidade, confiança, respeito e estima.
Há um movimento no mercado a favor da transparência na divulgação de balanços, concretizado pela Lei Sarbanes-Oxley. De que forma essas exigências legais afetam a gestão da reputação?
Há uma relação muito forte. As pesquisas indicam que o não-cumprimento das obrigações regulamentatórias é a primeira ameaça à reputação. Há uma demanda da sociedade por mais transparência e por uma verdade. Não basta que a empresa explicite os números, mas mostre o que está acontecendo positiva ou negativamente. As empresas que se saem melhor são exatamente as que revelam suas dificuldades, sem negar os problemas.
O que vale é a reputação
A sociedade e o mercado estão cada vez mais de olho nas empresas: cobram prestações de contas, ações de responsabilidade e transparência e encampam leis como a Sarbanes Oxley. As organizações precisam reconhecer essas expectativas e formular estratégias e sustentar práticas que contribuam para a sua boa reputação.
O conceito de reputação e os caminhos que uma organização deve seguir para alcançá-la são temas desta entrevista concedida ao BMS Notícias por Ana Luisa de Castro Almeida, diretora do Instituto de Reputação Brasil. O Reputation Institute foi fundado nos Estados Unidos em 1997, atua em 70 países e está no Brasil há um ano. A Arcelor Brasil é uma das empresas associadas ao Instituto.
Qual a diferença entre reputação e imagem?
A imagem é transitória e a reputação se consolida ao longo dos anos. Fazendo uma metáfora, a imagem seria o take e a reputação, filme inteiro. Ou seja, a reputação é a consolidação das diversas imagens. Uma organização se relaciona com vários segmentos – investidores, fornecedores, empregados e imprensa – e as percepções de cada um deles formam imagens que se consolidam ao longo dos anos. Isso cria a base que chamamos de reputação.
Quais fatores contribuem para que uma organização tenha uma boa reputação?
O Reputation Institute faz pesquisas de reputação na Europa, Estados Unidos, na América Latina e Ásia desde 1997. Analisamos a reputação a partir de modelo que considera sete dimensões: (1) governança corporativa, (2) desempenho financeiro, (3) ambientes de trabalho, (4) cidadania e responsabilidade social, (5) liderança, (6) inovação e (7) produtos e serviços. A partir delas, chegamos a um índice geral de reputação, expresso em porcentagem. Em cada país, o peso dessas dimensões pode variar de acordo com a percepção daquela população. No Brasil, a responsabilidade social, por exemplo, tem mais peso.
Que práticas devem amparar o discurso de uma empresa que pretende construir ou manter boa reputação?
A reputação não é um processo de comunicação, embora esta contribua para mostrar aquilo que a empresa está fazendo. A empresa precisa ter clareza de sua realidade e de como é percebida. No pior cenário, a empresa pode ter uma realidade ruim e uma percepção ruim. Mas pode ter uma realidade ruim e uma percepção boa. Este segundo modelo é de alto risco, porque vai chegar o dia em que se perceberá que a empresa não é aquilo tudo que sua comunicação promete. Outra questão é a realidade boa e uma percepção ruim. Ainda é necessário comunicar para mudar essa perspectiva.
Qual é o efeito da boa reputação?
Em termos de desempenho financeiro, os estudos mostram que, se a empresa aumentar em 5% a sua reputação, seu valor de mercado crescerá em 3%. A boa reputação exige práticas que são necessárias para a sustentabilidade da empresa. Em relação aos públicos, a boa reputação gera comportamentos de apoio: eu compro, eu invisto, eu gostaria de trabalhar, eu falo bem dessa empresa. Uma empresa com maior reputação desfruta de credibilidade, confiança, respeito e estima.
Há um movimento no mercado a favor da transparência na divulgação de balanços, concretizado pela Lei Sarbanes-Oxley. De que forma essas exigências legais afetam a gestão da reputação?
Há uma relação muito forte. As pesquisas indicam que o não-cumprimento das obrigações regulamentatórias é a primeira ameaça à reputação. Há uma demanda da sociedade por mais transparência e por uma verdade. Não basta que a empresa explicite os números, mas mostre o que está acontecendo positiva ou negativamente. As empresas que se saem melhor são exatamente as que revelam suas dificuldades, sem negar os problemas.
Peixes e contaminação por metais tóxicos, artigo de Frederico Lobo
Publicado em janeiro 14, 2011 por HC
[Ecologia Médica] Proteínas, ômega-3, selênio, fósforo, potássio, zinco, cobre, vitaminas do complexo B, arsênio, chumbo e mercúrio. Opa, espere um pouco! O que estes três últimos ingredientes estão fazendo em nossa lista de substâncias encontradas nos peixes? Pois é, esse trio de intrusos malignos pode se acumular na carne de certas espécies e se instalar no seu corpo. Instalar para sempre.
Sentiu o drama?
O mercúrio é um metal prateado e líquido a temperatura ambiente. Empregado na medicina desde a antiguidade, o mercúrio vem sofrendo substituição por outras substâncias mais potentes e menos tóxicas. Uma vez absorvido, o mercúrio é passado ao sangue e às células podendo interferir no metabolismo e função celular pela sua capacidade de inativar enzimas e exercendo propriedades cáusticas.
Os sintomas incluem: aspecto cinza escuro na boca e faringe, dor intensa, vômitos, sangramento gengival, sabor metálico na boca, sensação de ardor no trato digestivo, diarréia grave ou sanguinolenta, estomatite, glossite, nefrose, caquexia, anemia, hipertensão, possibilidade de alteração cromossômica. Pode ainda causar danos ao sistema nervoso (déficit de atenção com hipertividade, depressão, insônia, transtorno bipolar, doenças neurodegenerativas), ao fígado (câncer de fígado, diminuição na capacidade de metabolização substâncias, hepatite), ossos (osteoporose), alterações hormonais (obesidade, menopausa precoce, falência tireoideana, falência adrenal). Isso é um pequeno resumo do que o mercúrio (um desses metais tóxicos que podem ser encontrado em peixes) é capaz de ocasionar no nosso organismo.
Dentre as principais fontes de contaminação por mercúrio em nosso meio temos:
- Liberação constante pela crosta terrestre e exposição ambiental
- Fungicidas (metilmercúrio) e inseticidas ? persistem no ambiente
- Lodo de esgoto para fertilização ? 80% se mantém por 25 anos no solo
- Peixes contaminados (fonte de mercúrio da dieta – methyl-mercurio com 85% de absorção)
- Tatuagens (vermelho)
- Vacinas ? Timerosal
- Amálgamas dentários (50% mercúrio elementar): fonte de exposição crônica
- Antissépticos a base de mercúrio
Infelizmente, a contaminação de peixes por tais compostos, principalmente o mercúrio não é tão rara assim e cada dia tem se tornado mais frequente.
Veja esse artigo que relata que até 50% de amostras testadas para químicos tóxicos podem apresentar substâncias nocivas para nossa saúde: http://today.msnbc.msn.com/id/40198123/ns/today-today_health/
Abaixo trechos de uma reportagem publicada na revista Saúde é vital:
“O que escondem alguns dos pescados mais consumidos Brasil afora; no principal centro de abastecimento do país — a Ceagesp, Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. Fisgamos, sem pestanejar, o cação, o atum, a sardinha, a pescada branca, o salmão, o linguado e o pacu — campeões incontestes de popularidade, sendo o último um peixe de água doce. Foi levado tudo isso para o Laboratório de Controle de Alimentos da Secretaria Municipal da Saúde, em São Paulo. Daí, solicitamos a análise dos teores de chumbo e mercúrio. Duas semanas depois veio o resultado. E TODOS — sim, você leu certo, todos — apresentavam resíduos de mercúrio. Essa substância é definida pelos especialistas como extremamente tóxica ao sistema nervoso, ou seja, é capaz de trazer problemas que vão desde uma tontura até em casos de ingestão exagerada, cegueira e demência. Sem meias palavras, um verdadeiro veneno. A esta altura você pode estar se sentindo como alguém que se engasga com aquela espinha que passou despercebida na moqueca. Calma. Ainda não há razão para entrar em pânico. Exceto o cação, que não à toa é apelidado de lixeiro do mar, os outros estavam dentro dos limites de tolerância estipulados pelo Ministério da Saúde brasileiro. E há ainda que considerar os níveis de segurança criados pela comissão científica da Organização Mundial da Saúde. Ou seja, pitadas desses metais, embora sejam terríveis, são até toleráveis. Os especialistas ouvidos por SAÚDE! foram unânimes em afirmar que não é preciso eliminar de vez toda a turma marinha do cardápio. A dica, que vale para tudo o que diz respeito à alimentação, é simplesmente não exagerar. Então, que tal alternar o peixe com um filé de boi ou de frango? E, de preferência, banir o cação da mesa.”
Eu, como médico com prática ortomolecular, não acredito que existam níveis atóxicos para tais substâncias. Qual o ideal? Ter ou não ter mercúrio ou chumbo no organismo? Qual o mais saudável? Obviamente, não ter nenhum desses metais ditos tóxicos.
“Poluição… Ela é a grande culpada pela contaminação de pescados. “Desde os metais usados no garimpo até dejetos de grandes indústrias, muitas substâncias nocivas vão parar nos rios e acabam desaguando no mar”, conta a química Dilza Maria Bassi Mantovani – ITAL. Assim, não importa se o peixe é de água doce ou salgada. O perigo mora principalmente nas águas dos arredores de fábricas de baterias, tintas, lâmpadas fluorescentes e soda cáustica. Mercúrio, chumbo e arsênio são componentes assíduos na fabricação desses produtos. “O problema é quando a indústria não tem o mínimo cuidado com o meio ambiente e deixa o veneno escoar sem dó nem piedade”
“Na região amazônica o mercúrio é usado para refinar o ouro nas minerações. E os pobres peixes que nadam por ali acabam em meio a resíduos do composto. Um trabalho recente realizado pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, feito com 30 espécies de pescado, acusa que: 65% delas estavam contaminadas com o metal — e acima dos teores permitidos, e não apenas a água contém o veneno, as plantas aquáticas também. Como servem de alimento para os peixes, eles acabam se entupindo de mercúrio. “O metal se acumula em todos os tecidos do organismo, chega mesmo a atravessar a parede celular”, descreve o químico Aricelso Maia Lima Verde Filho, professor da Univ. Est. do Rio de Janeiro. E isso vale tanto para o peixe como para o homem. A péssima fama do mercúrio vem da década de 1960, quando correu mundo a notícia da contaminação de uma baía no Japão. Foram relatados casos de enjôo, dor de cabeça e até morte na época. Parece que o mercúrio prefere o sistema nervoso. Por isso crianças precisam ficar a léguas de distância dele. “As gestantes também devem evitá-lo, já que esse metal é capaz de atravessar a placenta”, alerta o farmacêutico Alfredo Tenuta Filho, da Universidade de São Paulo. O chumbo, por sua vez, gosta de se alojar nos ossos. “Ele compete com o cálcio”, diz a nutricionista Késia Quintaes, doutora pela Unicamp. Em outras palavras, danifica o esqueleto. Já o arsênio, que infelizmente apareceu em peixes do litoral paulista, segundo uma análise realizada pelo Ital, é capaz de provocar tumores e tem sido associado a danos no fígado”
“Você deve estar se perguntando: – Como vou saber se o peixe que eu omprei está contaminado? – “É impossível ver as substâncias a olho nu”, responde a pesquisadora da Secretaria Municipal da Saúde Rute Villatore, que, ao lado seu colega Cláudio Fukumoto, analisou os pescados para esta reportagem. Pior: não tem cozimento que elimine metais pesados. “Uma medida de segurança é tentar descobrir de que região eles vêm”, sugere Aricelso Lima Verde. Se for de locais reconhecidamente poluídos, fuja!”
“Qual o limite para os peixes? O peixe até pode ter uma pitada de metal pesado. Que fique claro, uma pitada. Eis as dosagens de segurança estipuladas pelo Ministério da Saúde.
• Mercúrio – Peixes predadores: 1 miligrama por quilo. Outros peixes: 0,5 miligrama por quilo.
• Chumbo – Para todos os peixes: 2 miligramas por quilo.
• Arsênio – Para todos os peixes: 1 miligrama por quilo.”
E qual o nosso limite?
A Organização Mundial da Saúde considera como segura a ingestão de ínfimas porções. Confira a seguir:
• Mercúrio – 5 microgramas por cada quilo do seu peso por dia. Assim, uma pessoa de 60 quilos pode ingerir até 300 microgramas por dia.
• Chumbo – 25 microgramas por quilo de peso por dia. Ainda tendo como base os mesmos 60 quilos, são permitidos até 1,5 mil micrograma.
• Arsênio – De 0,1 a 7,20 microgramas por dia por quilo de peso. Faça as contas.
Linguado: Predador, ele come outros peixes. Mas, mesmo suscetível ao acúmulo de metais, sua carne não figura entre as mais contaminadasMercúrio: 0,05 miligrama* – Chumbo: não detectado
*por quilo
Pescada branca: De pequeno porte, ela pode se alimentar de plantas aquáticas que acumulam metais.
Mercúrio: 0,10 miligrama* – Chumbo: não detectado
*por quilo
Cação: Esse minitubarão é da turma dos predadores e costuma ter vida longa. Pode, então, passar muito tempo acumulando metais vindos de suas vítimas. Tanto é assim que, em sua carne, foi encontrada quantidade de mercúrio bem acima do tolerado.
Mercúrio: 1,47 miligrama por quilo, quando o limite seria 1 miligrama. – Chumbo: não detectado
Atum: Mais um predador que vive em águas profundas. Se ele comer peixinhos cheios de metais e outras substâncias maléficas, acaba supercontaminado.
Mercúrio: 0,13 miligrama* – Chumbo: não detectado
*por quilo
Sardinha: Outra espécie “vegetariana”. Ela pode comer algas e outros vegetais que contenham metais e, desse jeito, acabar contaminada.
Mercúrio: 0,08 miligrama*Chumbo: não detectado
*por quilo
Salmão: Também da turma dos predadores que vive nas profundezas do mar. Embora se alimente de outros peixes, não consta entre os mais contaminados.
Mercúrio: 0,09 miligrama*Chumbo: não detectado
*por quilo
Bem, na dúvida dou algumas dicas para os meus pacientes na hora de escolher um peixes para consumo e para evitar contaminação por mercúrio:
1) Optar por peixes de escamas: Vivem em grandes cardumes, em água límpida, na superfície.
2) Optar por peixes de água doce pois eles se alimentam preferencialmente de frutos e folhas.
3) Escolher peixes de ciclo de vida média curto, pois provavelmente terão ficamos menos expostos a contaminantes. São eles:
Água salgada: sardinha, salmão selvagem.
Água doce: cará, carpa, corimbatá, dourado, lambari, manjuba, piau, tilápia, tambaqui, traíra, truta.
4) Evite peixes de vida médica longa: Tubarão, Peixe espada, Cavala, Filé de atum, Arenque e Cação
5) De nada adianta não comer peixe mas consumir vegetais contaminados com mercúrio. Portanto, prefira os orgânicos.
6) Atenção para as vacinas que contém um conservante à base de methyl mercúrio (thimerosal)
Dr. Frederico Lobo – Sou médico, clínico geral e dentro do meu arsenal terapêutico utilizo da medicina tradicional chinesa (acupuntura) e de estratégias ortomoleculares (lembrando que ortomolecular não é especialidade médica ou área de atuação). Busco ter uma abordagem holística/integrativa dos meus pacientes, utilizando tal arsenal. Acredito que todos nós temos o dever de lutar pela restauração do equilíbrio entre o homem e a natureza e para isso, faz-se necessário que a Saúde seja interpretada por uma ótica ecológica (por isso ecologia médica). Não acredito que possa existir saúde sem a integração multidisciplinar entre todos os profissionais da área da saúde, sem educação em saúde (educação é a base de tudo) e muito menos sem respeito pelo ecossistema.
Artigo originalmente publicado no Blog Ecologia Médica e republicado pelo EcoDebate, 14/01/2011
[Ecologia Médica] Proteínas, ômega-3, selênio, fósforo, potássio, zinco, cobre, vitaminas do complexo B, arsênio, chumbo e mercúrio. Opa, espere um pouco! O que estes três últimos ingredientes estão fazendo em nossa lista de substâncias encontradas nos peixes? Pois é, esse trio de intrusos malignos pode se acumular na carne de certas espécies e se instalar no seu corpo. Instalar para sempre.
Sentiu o drama?
O mercúrio é um metal prateado e líquido a temperatura ambiente. Empregado na medicina desde a antiguidade, o mercúrio vem sofrendo substituição por outras substâncias mais potentes e menos tóxicas. Uma vez absorvido, o mercúrio é passado ao sangue e às células podendo interferir no metabolismo e função celular pela sua capacidade de inativar enzimas e exercendo propriedades cáusticas.
Os sintomas incluem: aspecto cinza escuro na boca e faringe, dor intensa, vômitos, sangramento gengival, sabor metálico na boca, sensação de ardor no trato digestivo, diarréia grave ou sanguinolenta, estomatite, glossite, nefrose, caquexia, anemia, hipertensão, possibilidade de alteração cromossômica. Pode ainda causar danos ao sistema nervoso (déficit de atenção com hipertividade, depressão, insônia, transtorno bipolar, doenças neurodegenerativas), ao fígado (câncer de fígado, diminuição na capacidade de metabolização substâncias, hepatite), ossos (osteoporose), alterações hormonais (obesidade, menopausa precoce, falência tireoideana, falência adrenal). Isso é um pequeno resumo do que o mercúrio (um desses metais tóxicos que podem ser encontrado em peixes) é capaz de ocasionar no nosso organismo.
Dentre as principais fontes de contaminação por mercúrio em nosso meio temos:
- Liberação constante pela crosta terrestre e exposição ambiental
- Fungicidas (metilmercúrio) e inseticidas ? persistem no ambiente
- Lodo de esgoto para fertilização ? 80% se mantém por 25 anos no solo
- Peixes contaminados (fonte de mercúrio da dieta – methyl-mercurio com 85% de absorção)
- Tatuagens (vermelho)
- Vacinas ? Timerosal
- Amálgamas dentários (50% mercúrio elementar): fonte de exposição crônica
- Antissépticos a base de mercúrio
Infelizmente, a contaminação de peixes por tais compostos, principalmente o mercúrio não é tão rara assim e cada dia tem se tornado mais frequente.
Veja esse artigo que relata que até 50% de amostras testadas para químicos tóxicos podem apresentar substâncias nocivas para nossa saúde: http://today.msnbc.msn.com/id/40198123/ns/today-today_health/
Abaixo trechos de uma reportagem publicada na revista Saúde é vital:
“O que escondem alguns dos pescados mais consumidos Brasil afora; no principal centro de abastecimento do país — a Ceagesp, Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. Fisgamos, sem pestanejar, o cação, o atum, a sardinha, a pescada branca, o salmão, o linguado e o pacu — campeões incontestes de popularidade, sendo o último um peixe de água doce. Foi levado tudo isso para o Laboratório de Controle de Alimentos da Secretaria Municipal da Saúde, em São Paulo. Daí, solicitamos a análise dos teores de chumbo e mercúrio. Duas semanas depois veio o resultado. E TODOS — sim, você leu certo, todos — apresentavam resíduos de mercúrio. Essa substância é definida pelos especialistas como extremamente tóxica ao sistema nervoso, ou seja, é capaz de trazer problemas que vão desde uma tontura até em casos de ingestão exagerada, cegueira e demência. Sem meias palavras, um verdadeiro veneno. A esta altura você pode estar se sentindo como alguém que se engasga com aquela espinha que passou despercebida na moqueca. Calma. Ainda não há razão para entrar em pânico. Exceto o cação, que não à toa é apelidado de lixeiro do mar, os outros estavam dentro dos limites de tolerância estipulados pelo Ministério da Saúde brasileiro. E há ainda que considerar os níveis de segurança criados pela comissão científica da Organização Mundial da Saúde. Ou seja, pitadas desses metais, embora sejam terríveis, são até toleráveis. Os especialistas ouvidos por SAÚDE! foram unânimes em afirmar que não é preciso eliminar de vez toda a turma marinha do cardápio. A dica, que vale para tudo o que diz respeito à alimentação, é simplesmente não exagerar. Então, que tal alternar o peixe com um filé de boi ou de frango? E, de preferência, banir o cação da mesa.”
Eu, como médico com prática ortomolecular, não acredito que existam níveis atóxicos para tais substâncias. Qual o ideal? Ter ou não ter mercúrio ou chumbo no organismo? Qual o mais saudável? Obviamente, não ter nenhum desses metais ditos tóxicos.
“Poluição… Ela é a grande culpada pela contaminação de pescados. “Desde os metais usados no garimpo até dejetos de grandes indústrias, muitas substâncias nocivas vão parar nos rios e acabam desaguando no mar”, conta a química Dilza Maria Bassi Mantovani – ITAL. Assim, não importa se o peixe é de água doce ou salgada. O perigo mora principalmente nas águas dos arredores de fábricas de baterias, tintas, lâmpadas fluorescentes e soda cáustica. Mercúrio, chumbo e arsênio são componentes assíduos na fabricação desses produtos. “O problema é quando a indústria não tem o mínimo cuidado com o meio ambiente e deixa o veneno escoar sem dó nem piedade”
“Na região amazônica o mercúrio é usado para refinar o ouro nas minerações. E os pobres peixes que nadam por ali acabam em meio a resíduos do composto. Um trabalho recente realizado pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, feito com 30 espécies de pescado, acusa que: 65% delas estavam contaminadas com o metal — e acima dos teores permitidos, e não apenas a água contém o veneno, as plantas aquáticas também. Como servem de alimento para os peixes, eles acabam se entupindo de mercúrio. “O metal se acumula em todos os tecidos do organismo, chega mesmo a atravessar a parede celular”, descreve o químico Aricelso Maia Lima Verde Filho, professor da Univ. Est. do Rio de Janeiro. E isso vale tanto para o peixe como para o homem. A péssima fama do mercúrio vem da década de 1960, quando correu mundo a notícia da contaminação de uma baía no Japão. Foram relatados casos de enjôo, dor de cabeça e até morte na época. Parece que o mercúrio prefere o sistema nervoso. Por isso crianças precisam ficar a léguas de distância dele. “As gestantes também devem evitá-lo, já que esse metal é capaz de atravessar a placenta”, alerta o farmacêutico Alfredo Tenuta Filho, da Universidade de São Paulo. O chumbo, por sua vez, gosta de se alojar nos ossos. “Ele compete com o cálcio”, diz a nutricionista Késia Quintaes, doutora pela Unicamp. Em outras palavras, danifica o esqueleto. Já o arsênio, que infelizmente apareceu em peixes do litoral paulista, segundo uma análise realizada pelo Ital, é capaz de provocar tumores e tem sido associado a danos no fígado”
“Você deve estar se perguntando: – Como vou saber se o peixe que eu omprei está contaminado? – “É impossível ver as substâncias a olho nu”, responde a pesquisadora da Secretaria Municipal da Saúde Rute Villatore, que, ao lado seu colega Cláudio Fukumoto, analisou os pescados para esta reportagem. Pior: não tem cozimento que elimine metais pesados. “Uma medida de segurança é tentar descobrir de que região eles vêm”, sugere Aricelso Lima Verde. Se for de locais reconhecidamente poluídos, fuja!”
“Qual o limite para os peixes? O peixe até pode ter uma pitada de metal pesado. Que fique claro, uma pitada. Eis as dosagens de segurança estipuladas pelo Ministério da Saúde.
• Mercúrio – Peixes predadores: 1 miligrama por quilo. Outros peixes: 0,5 miligrama por quilo.
• Chumbo – Para todos os peixes: 2 miligramas por quilo.
• Arsênio – Para todos os peixes: 1 miligrama por quilo.”
E qual o nosso limite?
A Organização Mundial da Saúde considera como segura a ingestão de ínfimas porções. Confira a seguir:
• Mercúrio – 5 microgramas por cada quilo do seu peso por dia. Assim, uma pessoa de 60 quilos pode ingerir até 300 microgramas por dia.
• Chumbo – 25 microgramas por quilo de peso por dia. Ainda tendo como base os mesmos 60 quilos, são permitidos até 1,5 mil micrograma.
• Arsênio – De 0,1 a 7,20 microgramas por dia por quilo de peso. Faça as contas.
Linguado: Predador, ele come outros peixes. Mas, mesmo suscetível ao acúmulo de metais, sua carne não figura entre as mais contaminadasMercúrio: 0,05 miligrama* – Chumbo: não detectado
*por quilo
Pescada branca: De pequeno porte, ela pode se alimentar de plantas aquáticas que acumulam metais.
Mercúrio: 0,10 miligrama* – Chumbo: não detectado
*por quilo
Cação: Esse minitubarão é da turma dos predadores e costuma ter vida longa. Pode, então, passar muito tempo acumulando metais vindos de suas vítimas. Tanto é assim que, em sua carne, foi encontrada quantidade de mercúrio bem acima do tolerado.
Mercúrio: 1,47 miligrama por quilo, quando o limite seria 1 miligrama. – Chumbo: não detectado
Atum: Mais um predador que vive em águas profundas. Se ele comer peixinhos cheios de metais e outras substâncias maléficas, acaba supercontaminado.
Mercúrio: 0,13 miligrama* – Chumbo: não detectado
*por quilo
Sardinha: Outra espécie “vegetariana”. Ela pode comer algas e outros vegetais que contenham metais e, desse jeito, acabar contaminada.
Mercúrio: 0,08 miligrama*Chumbo: não detectado
*por quilo
Salmão: Também da turma dos predadores que vive nas profundezas do mar. Embora se alimente de outros peixes, não consta entre os mais contaminados.
Mercúrio: 0,09 miligrama*Chumbo: não detectado
*por quilo
Bem, na dúvida dou algumas dicas para os meus pacientes na hora de escolher um peixes para consumo e para evitar contaminação por mercúrio:
1) Optar por peixes de escamas: Vivem em grandes cardumes, em água límpida, na superfície.
2) Optar por peixes de água doce pois eles se alimentam preferencialmente de frutos e folhas.
3) Escolher peixes de ciclo de vida média curto, pois provavelmente terão ficamos menos expostos a contaminantes. São eles:
Água salgada: sardinha, salmão selvagem.
Água doce: cará, carpa, corimbatá, dourado, lambari, manjuba, piau, tilápia, tambaqui, traíra, truta.
4) Evite peixes de vida médica longa: Tubarão, Peixe espada, Cavala, Filé de atum, Arenque e Cação
5) De nada adianta não comer peixe mas consumir vegetais contaminados com mercúrio. Portanto, prefira os orgânicos.
6) Atenção para as vacinas que contém um conservante à base de methyl mercúrio (thimerosal)
Dr. Frederico Lobo – Sou médico, clínico geral e dentro do meu arsenal terapêutico utilizo da medicina tradicional chinesa (acupuntura) e de estratégias ortomoleculares (lembrando que ortomolecular não é especialidade médica ou área de atuação). Busco ter uma abordagem holística/integrativa dos meus pacientes, utilizando tal arsenal. Acredito que todos nós temos o dever de lutar pela restauração do equilíbrio entre o homem e a natureza e para isso, faz-se necessário que a Saúde seja interpretada por uma ótica ecológica (por isso ecologia médica). Não acredito que possa existir saúde sem a integração multidisciplinar entre todos os profissionais da área da saúde, sem educação em saúde (educação é a base de tudo) e muito menos sem respeito pelo ecossistema.
Artigo originalmente publicado no Blog Ecologia Médica e republicado pelo EcoDebate, 14/01/2011
O ‘Terrorismo’ da Pobreza, artigo de Marcelo Szpilman
Publicado em janeiro 14, 2011 por HC
[Ecodebate] As manchetes de hoje nos principais jornais do país, e do mundo, nos apresentam mais uma triste catástrofe. O número de mortos pelas enxurradas na Região Serrana do Rio de Janeiro não para de crescer e já passa de 360* (Friburgo com 216 vítimas, Teresópolis com 223, Petrópolis com 39 vítimas e 19 em Sumidouro).
Como ocorreu em Angra dos Reis e Niterói no ano passado, essa tragédia me fez lembrar de um artigo que escrevi em 2004 onde tratava de fatalidades e comentava uma excelente matéria de Okky de Souza, publicada na revista Veja (edição 1866 – agosto de 2004), onde ele descreve: “tragédias, causadas pelas forças da natureza ou pelo homem, acontecem em todo lugar. Na maioria das vezes, nem há como prevê-las. O incêndio paraguaio, no entanto, reforça um postulado amargo que vale para todo o planeta. As fatalidades que se abatem sobre os países menos desenvolvidos costumam produzir mais vítimas do que aquelas que ocorrem nas nações do Primeiro Mundo, pela falta de recursos para evitá-las ou pela falta de infraestrutura para minorar suas consequências ou simplesmente por aspectos culturais __ ignorância da população ou descaso das autoridades”. Para quem desconhece, o incêndio no supermercado em Assunção, capital do Paraguai, ocorrido no dia 1º de agosto de 2004, provocou 448 mortes e 200 feridos pela combinação de falta de manutenção, negligência e atitude criminosa.
Como Okky tão bem coloca, a tendência dos desastres de ceifar mais vidas humanas nos países atrasados do que nos ricos é uma realidade estatística. Em dezembro de 2003 um terremoto de 6,7 graus na escala Richter matou mais de 40 mil pessoas no Irã. Quatro dias antes, na Califórnia (EUA), um terremoto com a mesma intensidade matou apenas duas pessoas. Em 1997, nas Filipinas, uma enchente provocada por muita chuva matou mais de 200 pessoas. Em 2002, na Alemanha, a pior enchente dos últimos 150 anos no país matou 16 pessoas. Na Índia, em 1999, a batida entre dois trens deixou um saldo de 300 mortos. Na Inglaterra, em 2002, o descarrilhamento de um trem em alta velocidade que se chocou contra a plataforma da estação matou 6 pessoas.
Sempre ouvimos dizer que aqui não há terremotos, furações ou tsunamis, mas as nossas chuvas de verão, cada vez mais apocalípticas, têm ceifado centenas de vidas todos os anos. É uma simples coincidência ou há um padrão regular nessas fatalidades? Como escrevi no recente artigo “O que deu no tempo?” (veja ao final), devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas, chuvas torrenciais, fora de época, estão desabando e castigando cidades em todos os cantos do Planeta. Agora mesmo, enchentes monumentais estão ocorrendo na Austrália e na Europa, mas a perda de vidas, quando há, não se compara com a nossa infeliz realidade.
Ainda que no atual desastre na Região Serrana do Rio tenha havido vítimas de classe média-alta, particularmente devido a um evento climático excepcional que inundou um vale com casas, pousadas e haras, a imensa maioria das vítimas, como sempre, é de pessoas pobres que vivem nas áreas de ocupação irregular.
Mais uma vez, constatamos o quão fatal pode ser a combinação de chuvas torrenciais com a degradação do meio ambiente, desmatamento e ocupação predatória das encostas. Nossos governantes precisam, com urgência, tomar a atitude corajosa que todo ano prometem, mas não cumprem, de remover as comunidades carentes das áreas de risco. E devem ir além. É preciso proibir, e fazer cumprir, o desmatamento e a construção nas encostas dos morros e montanhas e nas áreas próximas aos rios. Sem hipocrisia e sem populismo. Precisamos, mais do que nunca, de atitudes corajosas. As UPP’s do Rio estão aí para comprovar que mudanças de paradigma podem ser boas para todos.
Cabe a nós, da sociedade civil, passar de simples espectadores (e sofredores) da tragédia alheia para cobradores de ações concretas das autoridades executivas municipais, estaduais e federais. A responsabilidade sócio-ambiental, séria e comprometida, não pode ser só uma bonita e oportuna bandeira de campanha.
*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros GUIA AQUALUNG DE PEIXES, AQUALUNG GUIDE TO FISHES, SERES MARINHOS PERIGOSOS, PEIXES MARINHOS DO BRASIL, e TUBARÕES NO BRASIL, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).
Instituto Ecológico Aqualung
E-mail: instaqua@uol.com.br
Site: http://www.institutoaqualung.com.br/
* Número de vítimas atualizado até 22h42m de 13/01/2011
EcoDebate, 14/01/2011
[Ecodebate] As manchetes de hoje nos principais jornais do país, e do mundo, nos apresentam mais uma triste catástrofe. O número de mortos pelas enxurradas na Região Serrana do Rio de Janeiro não para de crescer e já passa de 360* (Friburgo com 216 vítimas, Teresópolis com 223, Petrópolis com 39 vítimas e 19 em Sumidouro).
Como ocorreu em Angra dos Reis e Niterói no ano passado, essa tragédia me fez lembrar de um artigo que escrevi em 2004 onde tratava de fatalidades e comentava uma excelente matéria de Okky de Souza, publicada na revista Veja (edição 1866 – agosto de 2004), onde ele descreve: “tragédias, causadas pelas forças da natureza ou pelo homem, acontecem em todo lugar. Na maioria das vezes, nem há como prevê-las. O incêndio paraguaio, no entanto, reforça um postulado amargo que vale para todo o planeta. As fatalidades que se abatem sobre os países menos desenvolvidos costumam produzir mais vítimas do que aquelas que ocorrem nas nações do Primeiro Mundo, pela falta de recursos para evitá-las ou pela falta de infraestrutura para minorar suas consequências ou simplesmente por aspectos culturais __ ignorância da população ou descaso das autoridades”. Para quem desconhece, o incêndio no supermercado em Assunção, capital do Paraguai, ocorrido no dia 1º de agosto de 2004, provocou 448 mortes e 200 feridos pela combinação de falta de manutenção, negligência e atitude criminosa.
Como Okky tão bem coloca, a tendência dos desastres de ceifar mais vidas humanas nos países atrasados do que nos ricos é uma realidade estatística. Em dezembro de 2003 um terremoto de 6,7 graus na escala Richter matou mais de 40 mil pessoas no Irã. Quatro dias antes, na Califórnia (EUA), um terremoto com a mesma intensidade matou apenas duas pessoas. Em 1997, nas Filipinas, uma enchente provocada por muita chuva matou mais de 200 pessoas. Em 2002, na Alemanha, a pior enchente dos últimos 150 anos no país matou 16 pessoas. Na Índia, em 1999, a batida entre dois trens deixou um saldo de 300 mortos. Na Inglaterra, em 2002, o descarrilhamento de um trem em alta velocidade que se chocou contra a plataforma da estação matou 6 pessoas.
Sempre ouvimos dizer que aqui não há terremotos, furações ou tsunamis, mas as nossas chuvas de verão, cada vez mais apocalípticas, têm ceifado centenas de vidas todos os anos. É uma simples coincidência ou há um padrão regular nessas fatalidades? Como escrevi no recente artigo “O que deu no tempo?” (veja ao final), devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas, chuvas torrenciais, fora de época, estão desabando e castigando cidades em todos os cantos do Planeta. Agora mesmo, enchentes monumentais estão ocorrendo na Austrália e na Europa, mas a perda de vidas, quando há, não se compara com a nossa infeliz realidade.
Ainda que no atual desastre na Região Serrana do Rio tenha havido vítimas de classe média-alta, particularmente devido a um evento climático excepcional que inundou um vale com casas, pousadas e haras, a imensa maioria das vítimas, como sempre, é de pessoas pobres que vivem nas áreas de ocupação irregular.
Mais uma vez, constatamos o quão fatal pode ser a combinação de chuvas torrenciais com a degradação do meio ambiente, desmatamento e ocupação predatória das encostas. Nossos governantes precisam, com urgência, tomar a atitude corajosa que todo ano prometem, mas não cumprem, de remover as comunidades carentes das áreas de risco. E devem ir além. É preciso proibir, e fazer cumprir, o desmatamento e a construção nas encostas dos morros e montanhas e nas áreas próximas aos rios. Sem hipocrisia e sem populismo. Precisamos, mais do que nunca, de atitudes corajosas. As UPP’s do Rio estão aí para comprovar que mudanças de paradigma podem ser boas para todos.
Cabe a nós, da sociedade civil, passar de simples espectadores (e sofredores) da tragédia alheia para cobradores de ações concretas das autoridades executivas municipais, estaduais e federais. A responsabilidade sócio-ambiental, séria e comprometida, não pode ser só uma bonita e oportuna bandeira de campanha.
*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros GUIA AQUALUNG DE PEIXES, AQUALUNG GUIDE TO FISHES, SERES MARINHOS PERIGOSOS, PEIXES MARINHOS DO BRASIL, e TUBARÕES NO BRASIL, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).
Instituto Ecológico Aqualung
E-mail: instaqua@uol.com.br
Site: http://www.institutoaqualung.com.br/
* Número de vítimas atualizado até 22h42m de 13/01/2011
EcoDebate, 14/01/2011
Cinco commodities garantem 43% da exportação do Brasil
Publicado em janeiro 14, 2011 por HC
O processo de concentração da pauta de exportações brasileira em poucos produtos primários avança rapidamente. Em 2010, as vendas de cinco commodities – minério de ferro, petróleo em bruto, soja (grão, farelo e óleo), açúcar (bruto e refinado) e complexo carnes – responderam por 43,4% do valor total exportado pelo Brasil, uma fatia bastante superior aos 27% de 2004. O maior destaque é o minério de ferro, cuja participação subiu de pouco menos de 5% para mais de 14%. Outra alta considerável foi a da fatia do petróleo em bruto, de 2,6% em 2004 para 8% em 2010, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
A reportagem é de Sergio Lamucci e publicada pelo jornal Valor, 13-01-2011.
O boom dos preços de commodities nos últimos anos, puxado pela demanda de países asiáticos, é fundamental para explicar esse movimento, assim como o desempenho mais fraco no pós-crise dos países que normalmente compram mais produtos manufaturados brasileiros, como os EUA, num quadro de câmbio valorizado.
Para o economista-chefe do setor de integração e comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mauricio Mesquita Moreira, há um inequívoco “efeito China” nos números. Mesmo depois da crise, o país asiático continuou a crescer a taxas elevadas.
“O perfil das exportações totais ficou mais parecido com a pauta para a China”, afirma ele, citando especialmente o apetite chinês pelo minério de ferro e pela soja. Além disso, o aumento da importância do petróleo em bruto nas exportações totais se deve em parte à demanda chinesa. De janeiro a novembro (último dado disponível), o país asiático comprou US$ 3,9 bilhões do produto, alta de 214% sobre igual período de 2009.
A fatia do complexo soja, formado pelas vendas de grão, farelo e óleo, equivaleu a 8,5% do total exportado pelo Brasil em 2010, depois de ter atingido 11,3% em 2009. No ano passado, o complexo soja foi superado pelo minério de ferro como o item mais exportado por causa da combinação de forte alta dos preços e, em menor medida, dos volumes. Com isso, o valor exportado do produto atingiu US$ 28,9 bilhões em 2010, 117,4% a mais que em igual período de 2009. A Vale aumentou o preço do minério em mais de 100% no ano passado.
A pesquisadora Lia Valls Pereira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta o avanço da China como o principal destino das exportações do Brasil, o que se acentuou depois da crise, dado o diferencial de crescimento entre o país asiático e o resto do mundo. Em 2010, a China ficou com 15,3% das vendas externas brasileiras, bem acima dos 9,6% dos EUA e dos 9,2% da Argentina.
As vendas de petróleo bruto também se beneficiaram do aumento dos preços em 2010. De janeiro a novembro do ano passado, os preços de exportação do setor de extração de petróleo subiram 50,5% em relação ao mesmo período de 2009, de acordo com números da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
A tendência de concentração da pauta exportadora em poucas commodities preocupa os analistas. Moreira diz que é arriscado concentrar a pauta num número restrito de produtos cujos preços são historicamente voláteis. “É difícil manter o crescimento estável se as receitas de exportação têm muita volatilidade”. Para ele, com a ascensão da China, o patamar da demanda por commodities de fato mudou, mas não há sinal de que a oscilação dos preços desses produtos tenha terminado. Depois do agravamento da crise global, em setembro de 2008, as cotações desses produtos despencaram, observa Moreira. Lia destaca que países com uma pauta de exportação mais diversificada, de maior valor agregado, são menos vulneráveis.
Outro problema é que esses setores não são grandes empregadores de mão de obra, diz Moreira. Para um país com uma população grande como o Brasil, trata-se de um problema sério, ressalta ele, lembrando que a qualidade dos empregos nesses setores não costuma ser das mais altas.
“São segmentos pouco intensivos em mão de obra, de baixo valor agregado”, diz o professor Luciano Nakabashi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que também alerta para o risco de o país ficar extremamente dependente das receitas de produtos que podem ter oscilações expressivas de preços.
Mesmo entre as commodities, o Brasil exporta a maior parte delas sem agregar valor. No caso do açúcar, cujas exportações totalizaram US$ 12,1 bilhões em 2010, apenas 29% foram do produto refinado. No complexo soja, dos US$ 17,1 bilhões destinados ao exterior, 64,5% foram em grão. Para Moreira, um passo importante seria agregar valor à exportação de produtos primários, como vender menos minério de ferro e mais aço, assim como mais petróleo refinado do que bruto.
Além da demanda mais fraca no pós-crise em países como os EUA, o câmbio valorizado também contribuiu para o encolhimento dos manufaturados no total exportado pelo Brasil, diz Nakabashi.
Produtos de maior intensidade tecnológica, como automóveis de passageiros e aviões, perderam espaço considerável na pauta de exportações nos últimos anos. Os automóveis responderam por 2,2% do valor exportado em 2010, abaixo dos 3,5% de 2004. Já a participação das vendas de aviões caiu de 3,4% em 2004 para 2% no ano passado. De janeiro a novembro de 2010, as compras de aviões pelos EUA ficaram em apenas US$ 336 milhões, valor 54% menor que os US$ 733 milhões de 2009.
Para Nakabashi, o aumento da concentração da pauta de exportações em poucas commodities tende a continuar nos próximos anos. O país está investindo muito no setor de petróleo, o que deve levar a uma alta das vendas externas do produto. Moreira diz que isso vai depender do crescimento da China e de países desenvolvidos como os EUA. Se a expansão chinesa perder um pouco de força e houver uma recuperação da economia americana, o processo de aumento do grau de concentração pode parar ou até se reverter um pouco.
(Ecodebate, 14/01/2011) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
O processo de concentração da pauta de exportações brasileira em poucos produtos primários avança rapidamente. Em 2010, as vendas de cinco commodities – minério de ferro, petróleo em bruto, soja (grão, farelo e óleo), açúcar (bruto e refinado) e complexo carnes – responderam por 43,4% do valor total exportado pelo Brasil, uma fatia bastante superior aos 27% de 2004. O maior destaque é o minério de ferro, cuja participação subiu de pouco menos de 5% para mais de 14%. Outra alta considerável foi a da fatia do petróleo em bruto, de 2,6% em 2004 para 8% em 2010, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
A reportagem é de Sergio Lamucci e publicada pelo jornal Valor, 13-01-2011.
O boom dos preços de commodities nos últimos anos, puxado pela demanda de países asiáticos, é fundamental para explicar esse movimento, assim como o desempenho mais fraco no pós-crise dos países que normalmente compram mais produtos manufaturados brasileiros, como os EUA, num quadro de câmbio valorizado.
Para o economista-chefe do setor de integração e comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mauricio Mesquita Moreira, há um inequívoco “efeito China” nos números. Mesmo depois da crise, o país asiático continuou a crescer a taxas elevadas.
“O perfil das exportações totais ficou mais parecido com a pauta para a China”, afirma ele, citando especialmente o apetite chinês pelo minério de ferro e pela soja. Além disso, o aumento da importância do petróleo em bruto nas exportações totais se deve em parte à demanda chinesa. De janeiro a novembro (último dado disponível), o país asiático comprou US$ 3,9 bilhões do produto, alta de 214% sobre igual período de 2009.
A fatia do complexo soja, formado pelas vendas de grão, farelo e óleo, equivaleu a 8,5% do total exportado pelo Brasil em 2010, depois de ter atingido 11,3% em 2009. No ano passado, o complexo soja foi superado pelo minério de ferro como o item mais exportado por causa da combinação de forte alta dos preços e, em menor medida, dos volumes. Com isso, o valor exportado do produto atingiu US$ 28,9 bilhões em 2010, 117,4% a mais que em igual período de 2009. A Vale aumentou o preço do minério em mais de 100% no ano passado.
A pesquisadora Lia Valls Pereira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta o avanço da China como o principal destino das exportações do Brasil, o que se acentuou depois da crise, dado o diferencial de crescimento entre o país asiático e o resto do mundo. Em 2010, a China ficou com 15,3% das vendas externas brasileiras, bem acima dos 9,6% dos EUA e dos 9,2% da Argentina.
As vendas de petróleo bruto também se beneficiaram do aumento dos preços em 2010. De janeiro a novembro do ano passado, os preços de exportação do setor de extração de petróleo subiram 50,5% em relação ao mesmo período de 2009, de acordo com números da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
A tendência de concentração da pauta exportadora em poucas commodities preocupa os analistas. Moreira diz que é arriscado concentrar a pauta num número restrito de produtos cujos preços são historicamente voláteis. “É difícil manter o crescimento estável se as receitas de exportação têm muita volatilidade”. Para ele, com a ascensão da China, o patamar da demanda por commodities de fato mudou, mas não há sinal de que a oscilação dos preços desses produtos tenha terminado. Depois do agravamento da crise global, em setembro de 2008, as cotações desses produtos despencaram, observa Moreira. Lia destaca que países com uma pauta de exportação mais diversificada, de maior valor agregado, são menos vulneráveis.
Outro problema é que esses setores não são grandes empregadores de mão de obra, diz Moreira. Para um país com uma população grande como o Brasil, trata-se de um problema sério, ressalta ele, lembrando que a qualidade dos empregos nesses setores não costuma ser das mais altas.
“São segmentos pouco intensivos em mão de obra, de baixo valor agregado”, diz o professor Luciano Nakabashi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que também alerta para o risco de o país ficar extremamente dependente das receitas de produtos que podem ter oscilações expressivas de preços.
Mesmo entre as commodities, o Brasil exporta a maior parte delas sem agregar valor. No caso do açúcar, cujas exportações totalizaram US$ 12,1 bilhões em 2010, apenas 29% foram do produto refinado. No complexo soja, dos US$ 17,1 bilhões destinados ao exterior, 64,5% foram em grão. Para Moreira, um passo importante seria agregar valor à exportação de produtos primários, como vender menos minério de ferro e mais aço, assim como mais petróleo refinado do que bruto.
Além da demanda mais fraca no pós-crise em países como os EUA, o câmbio valorizado também contribuiu para o encolhimento dos manufaturados no total exportado pelo Brasil, diz Nakabashi.
Produtos de maior intensidade tecnológica, como automóveis de passageiros e aviões, perderam espaço considerável na pauta de exportações nos últimos anos. Os automóveis responderam por 2,2% do valor exportado em 2010, abaixo dos 3,5% de 2004. Já a participação das vendas de aviões caiu de 3,4% em 2004 para 2% no ano passado. De janeiro a novembro de 2010, as compras de aviões pelos EUA ficaram em apenas US$ 336 milhões, valor 54% menor que os US$ 733 milhões de 2009.
Para Nakabashi, o aumento da concentração da pauta de exportações em poucas commodities tende a continuar nos próximos anos. O país está investindo muito no setor de petróleo, o que deve levar a uma alta das vendas externas do produto. Moreira diz que isso vai depender do crescimento da China e de países desenvolvidos como os EUA. Se a expansão chinesa perder um pouco de força e houver uma recuperação da economia americana, o processo de aumento do grau de concentração pode parar ou até se reverter um pouco.
(Ecodebate, 14/01/2011) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
Mais de 2 milhões de Agricultores Familiares do Nordeste poderão ser beneficiados pelo Projeto NUTRE-NE.
Posted: 13 Jan 2011 11:57 AM PST
A AGENDHA é uma ONG que vem atuando, a partir de Paulo Afonso/BA, em algumas regiões do Nordeste brasileiro, incidindo em políticas públicas nos níveis local, estadual, regional, nacional e internacional. É a primeira Instituição a desenvolver ações de apoio a implementação do art. 14 da Lei 11.947/2009, em parceria com os ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, por meio do Projeto “Das Roças e Florestas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar”, mais conhecido como NUTRE-NE.
O artigo 14 “determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo FNDE para alimentação escolar, na compra de produtos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas”.
O Projeto NUTRE-NE, pioneiro em todo o Brasil, atua para que seja concretizada a inserção de produtos da “Das Roças e Florestas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar”, na alimentação escolar. Para tanto, desenvolve ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) junto à associações, cooperativas, colônias de pescadores/as artesanais e projetos de aquicultura associativa.
A lei também estabelece que o Programa de Alimentação Escolar (PNAE) deve privilegiar o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios que respeitem os hábitos, a cultura e a tradição alimentar da localidade, pautando-se na diversificação agrícola da região, na inclusão de produtos da sociobiodiversidade, na alimentação saudável e adequada, podendo dispensar o procedimento licitatório, desde que os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local e atendam às exigências do controle de qualidade estabelecidas pelas normas dos órgãos competentes. Destaca-se que a lei também condiciona à emissão de documento fiscal correspondente, o fornecimento regular e constante dos gêneros alimentícios e as condições higiênico-sanitárias indispensáveis.
As quantidades são significativas e as oportunidades são muitas – Dentre os mais de 2 milhões de Agricultores Familiares existentes no Nordeste, aqueles que tiverem produção suficiente, regular e de acordo com as exigências legais, poderão vender seus produtos para a alimentação escolar.
O Projeto NUTRE-NE, vem contribuindo com Assistência Técnica para que as Organizações Produtivas possam participar de chamadas públicas e comercializar seus produtos para alimentação escolar das 9 capitais e 6 grandes municípios metropolitanos do Nordeste (Camaçari e Lauro de Freitas/BA; Jaboatão dos Guararapes e Olinda/PE; Bayeux/PB e Parnamirim/RN), beneficiando, aproximadamente, 1,5 milhão de estudantes das escolas municipais e estaduais.
Os desafios – Ao mesmo tempo em que esta lei representa uma grande conquista para as associações e cooperativas dos povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares (PCTAF), significa o desafio de atender a um mercado de grandes volumes de demandas e muitas especificidades.
O maior desafio do Projeto está em, por um lado, apoiar tecnicamente aos gestores públicos e nutricionistas a elaborarem as chamadas públicas considerando o art. 14 da Lei 11.947 e, por outro, as Organizações Produtivas da Agricultura Familiar para que possam estar aptas a atender essas demandas. Outro desafio é o fato de muitas Organizações Produtivas localizarem-se distantes dos 15 municípios focos do Projeto, o que torna a logística complexa, aumentando os custos devido aos transportes.
O Projeto NUTRE-NE dispõe de uma equipe técnica de várias áreas do conhecimento em cada estado, voltada para a superação desses desafios no que concernem as atividades de ATER junto as Organizações Produtivas, visando a comercialização de gêneros alimentícios, bem como na articulação e parceria com os setores da alimentação escolar das Secretarias de Educação Municipais e Estaduais.
Nos 339 municípios inicialmente selecionados pelo projeto, serão diagnosticadas as Associações e Cooperativas com capacidade produtiva, estrutura de beneficiamento e gestão para comercialização e fornecimento de gêneros alimentícios para a alimentação escolar. Até o final de 2010 já foram realizados diagnósticos em 250 municípios. Dentre as organizações produtivas diagnosticadas, com o determinante apoio e assessoramento da equipe do NUTRE-NE, algumas já participaram de diversas Chamadas Públicas que foram lançadas pelas Secretarias de Educação de 15 Municípios de 9 Estados.
No primeiro ano de implementação da lei, já se conseguiu, em todo o país, que mais de 2 mil municípios comprem da Agricultura Familiar. No Nordeste, segundo pesquisa realizada pelo FNDE, cerca de 15% dos 1.793 municípios, já estão utilizando produtos da agricultura familiar na alimentação escolar.
As Associações e Cooperativas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar, interessadas em vender sua produção para a Alimentação Escolar, devem fazer seu cadastro na página da internet: http://www.mda.gov.br/alimentacaoescolar/.
Para obter maiores informações, visite o sítio eletrônico www.agendha.org.br/nutre e entre em contato através do telefone (75) 3281-5370, ou por meio do MDA, pelo sítio eletrônico http://www.mda.gov.br/
e pelo telefone: (61) 2020-0788.
A AGENDHA é uma ONG que vem atuando, a partir de Paulo Afonso/BA, em algumas regiões do Nordeste brasileiro, incidindo em políticas públicas nos níveis local, estadual, regional, nacional e internacional. É a primeira Instituição a desenvolver ações de apoio a implementação do art. 14 da Lei 11.947/2009, em parceria com os ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, por meio do Projeto “Das Roças e Florestas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar”, mais conhecido como NUTRE-NE.
O artigo 14 “determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo FNDE para alimentação escolar, na compra de produtos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas”.
O Projeto NUTRE-NE, pioneiro em todo o Brasil, atua para que seja concretizada a inserção de produtos da “Das Roças e Florestas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar”, na alimentação escolar. Para tanto, desenvolve ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) junto à associações, cooperativas, colônias de pescadores/as artesanais e projetos de aquicultura associativa.
A lei também estabelece que o Programa de Alimentação Escolar (PNAE) deve privilegiar o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios que respeitem os hábitos, a cultura e a tradição alimentar da localidade, pautando-se na diversificação agrícola da região, na inclusão de produtos da sociobiodiversidade, na alimentação saudável e adequada, podendo dispensar o procedimento licitatório, desde que os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local e atendam às exigências do controle de qualidade estabelecidas pelas normas dos órgãos competentes. Destaca-se que a lei também condiciona à emissão de documento fiscal correspondente, o fornecimento regular e constante dos gêneros alimentícios e as condições higiênico-sanitárias indispensáveis.
As quantidades são significativas e as oportunidades são muitas – Dentre os mais de 2 milhões de Agricultores Familiares existentes no Nordeste, aqueles que tiverem produção suficiente, regular e de acordo com as exigências legais, poderão vender seus produtos para a alimentação escolar.
O Projeto NUTRE-NE, vem contribuindo com Assistência Técnica para que as Organizações Produtivas possam participar de chamadas públicas e comercializar seus produtos para alimentação escolar das 9 capitais e 6 grandes municípios metropolitanos do Nordeste (Camaçari e Lauro de Freitas/BA; Jaboatão dos Guararapes e Olinda/PE; Bayeux/PB e Parnamirim/RN), beneficiando, aproximadamente, 1,5 milhão de estudantes das escolas municipais e estaduais.
Os desafios – Ao mesmo tempo em que esta lei representa uma grande conquista para as associações e cooperativas dos povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares (PCTAF), significa o desafio de atender a um mercado de grandes volumes de demandas e muitas especificidades.
O maior desafio do Projeto está em, por um lado, apoiar tecnicamente aos gestores públicos e nutricionistas a elaborarem as chamadas públicas considerando o art. 14 da Lei 11.947 e, por outro, as Organizações Produtivas da Agricultura Familiar para que possam estar aptas a atender essas demandas. Outro desafio é o fato de muitas Organizações Produtivas localizarem-se distantes dos 15 municípios focos do Projeto, o que torna a logística complexa, aumentando os custos devido aos transportes.
O Projeto NUTRE-NE dispõe de uma equipe técnica de várias áreas do conhecimento em cada estado, voltada para a superação desses desafios no que concernem as atividades de ATER junto as Organizações Produtivas, visando a comercialização de gêneros alimentícios, bem como na articulação e parceria com os setores da alimentação escolar das Secretarias de Educação Municipais e Estaduais.
Nos 339 municípios inicialmente selecionados pelo projeto, serão diagnosticadas as Associações e Cooperativas com capacidade produtiva, estrutura de beneficiamento e gestão para comercialização e fornecimento de gêneros alimentícios para a alimentação escolar. Até o final de 2010 já foram realizados diagnósticos em 250 municípios. Dentre as organizações produtivas diagnosticadas, com o determinante apoio e assessoramento da equipe do NUTRE-NE, algumas já participaram de diversas Chamadas Públicas que foram lançadas pelas Secretarias de Educação de 15 Municípios de 9 Estados.
No primeiro ano de implementação da lei, já se conseguiu, em todo o país, que mais de 2 mil municípios comprem da Agricultura Familiar. No Nordeste, segundo pesquisa realizada pelo FNDE, cerca de 15% dos 1.793 municípios, já estão utilizando produtos da agricultura familiar na alimentação escolar.
As Associações e Cooperativas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar, interessadas em vender sua produção para a Alimentação Escolar, devem fazer seu cadastro na página da internet: http://www.mda.gov.br/alimentacaoescolar/.
Para obter maiores informações, visite o sítio eletrônico www.agendha.org.br/nutre e entre em contato através do telefone (75) 3281-5370, ou por meio do MDA, pelo sítio eletrônico http://www.mda.gov.br/
e pelo telefone: (61) 2020-0788.
Serviço Florestal Brasileiro quer ampliar concessões e fortalecer manejo comunitário
Cerca de 50 milhões de hectares de matas têm potencial para virar florestas nacionais (flonas)
por Globo Rural Online, com informações da Agência Brasil
Segundo Antônio Carlos Hummel, diretor do SFB, é importante oferecer uma alternativa econômica sustentável para quem vivia do desmatamento ilegalCom um milhão de hectares disponíveis para manejo florestal sustentável na Amazônia, o governo pretende ampliar a concessão de florestas para empresas madeireiras e aumentar o volume de recursos para o manejo feito por pequenas comunidades.
Criar metas para os dois setores está na lista de prioridades para 2011 do diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Antônio Carlos Hummel. Desde a criação da Lei de Gestão de Florestas Públicas em 2006, apenas uma concessão florestal entrou em funcionamento, a da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia.
Com a entrada em operação da segunda concessão licitada, na Flona Saracá Taquera, no Pará – que deve ocorrer ainda no primeiro semestre – e o leilão de áreas que já têm editais prontos, o SFB espera consolidar o processo de concessões florestais.
“Precisamos dar escala e mais agilidade às concessões e, principalmente, criar mais florestas nacionais para atender à demanda por madeira. Existem em torno de 50 milhões de hectares com potencial para virar flonas”, calcula Hummel.
Demanda por madeira
Para atender à atual demanda por madeira, seriam necessários pelo menos 35 milhões de hectares de florestas manejadas. Parte da produção deverá vir de projetos comunitários de manejo, operados por comunidades ribeirinhas, extrativistas e assentamentos da reforma agrária. Além da produção madeireira, a ideia, nesses casos, é oferecer alternativa econômica sustentável para quem vivia do desmatamento ilegal. “A saída é dar valor para a floresta em pé”, afirma Hummel.
Ao contrário das grandes empresas – que pagam pelo direito à exploração –, no manejo comunitário os projetos são subsidiados com investimentos a fundo perdido. “Quando se fala em manejo comunitário na Amazônia, subsídio não é palavrão, é necessidade. As pessoas falam que o manejo é caro, é difícil. Fácil é plantar braquiária, colocar o boi para pastar, mas é preciso valorizar a floresta”, compara.
O diretor do SFB acredita que os projetos de manejo comunitário estão entre os principais candidatos a receber recursos internacionais para conservação de florestas nos próximos anos. No entanto, além do financiamento, os projetos ainda esbarram na falta de capacitação técnica e em questões fundiárias. “É preciso trabalhar cooperativas, juntar comunidades. E a sociedade vai ter que pagar por essa madeira o valor que ela realmente vale”, disse.
Além do manejo florestal, carro-chefe do SFB, em 2011 o órgão pretende tirar do papel o Inventário Florestal Nacional, que vai fazer uma espécie de recenseamento das florestas
por Globo Rural Online, com informações da Agência Brasil
Segundo Antônio Carlos Hummel, diretor do SFB, é importante oferecer uma alternativa econômica sustentável para quem vivia do desmatamento ilegalCom um milhão de hectares disponíveis para manejo florestal sustentável na Amazônia, o governo pretende ampliar a concessão de florestas para empresas madeireiras e aumentar o volume de recursos para o manejo feito por pequenas comunidades.
Criar metas para os dois setores está na lista de prioridades para 2011 do diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Antônio Carlos Hummel. Desde a criação da Lei de Gestão de Florestas Públicas em 2006, apenas uma concessão florestal entrou em funcionamento, a da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia.
Com a entrada em operação da segunda concessão licitada, na Flona Saracá Taquera, no Pará – que deve ocorrer ainda no primeiro semestre – e o leilão de áreas que já têm editais prontos, o SFB espera consolidar o processo de concessões florestais.
“Precisamos dar escala e mais agilidade às concessões e, principalmente, criar mais florestas nacionais para atender à demanda por madeira. Existem em torno de 50 milhões de hectares com potencial para virar flonas”, calcula Hummel.
Demanda por madeira
Para atender à atual demanda por madeira, seriam necessários pelo menos 35 milhões de hectares de florestas manejadas. Parte da produção deverá vir de projetos comunitários de manejo, operados por comunidades ribeirinhas, extrativistas e assentamentos da reforma agrária. Além da produção madeireira, a ideia, nesses casos, é oferecer alternativa econômica sustentável para quem vivia do desmatamento ilegal. “A saída é dar valor para a floresta em pé”, afirma Hummel.
Ao contrário das grandes empresas – que pagam pelo direito à exploração –, no manejo comunitário os projetos são subsidiados com investimentos a fundo perdido. “Quando se fala em manejo comunitário na Amazônia, subsídio não é palavrão, é necessidade. As pessoas falam que o manejo é caro, é difícil. Fácil é plantar braquiária, colocar o boi para pastar, mas é preciso valorizar a floresta”, compara.
O diretor do SFB acredita que os projetos de manejo comunitário estão entre os principais candidatos a receber recursos internacionais para conservação de florestas nos próximos anos. No entanto, além do financiamento, os projetos ainda esbarram na falta de capacitação técnica e em questões fundiárias. “É preciso trabalhar cooperativas, juntar comunidades. E a sociedade vai ter que pagar por essa madeira o valor que ela realmente vale”, disse.
Além do manejo florestal, carro-chefe do SFB, em 2011 o órgão pretende tirar do papel o Inventário Florestal Nacional, que vai fazer uma espécie de recenseamento das florestas
Pesquisa do canal Nickelodeon revela comportamento das crianças brasileiras
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Postado por
Unknown
em
1/13/2011 02:01:00 AM
Marcadores:
alimentação infantil,
arte e sustentabilidade,
direitos da criança,
educação fisica,
habitos saudaveis das crianças,
programas infantis para televisão
Publicado em janeiro 13, 2011 por HC
A Nickelodeon divulga a pesquisa Geração 5.0 – Os Novos Pilares da Infância na qual aborda alguns dos temas mais marcantes do universo infantil e adolescente da atualidade: alimentação, atividade física, sustentabilidade, criatividade e diversidade. O estudo revela o impressionante dado que o Brasil é o país onde se menos pratica esporte nas escolas, em toda a América Latina.
Também comparado aos nossos vizinhos, o jovem brasileiro também é o que menos se preocupa com o meio ambiente e sustentabilidade. Além disso, menos de 39% das nossas crianças tiveram contato real com a diversidade – fator que pode ser decisivo no desenvolvimento de comportamento violento, como o bullying. Reportagem do site Noticias da tv brasileira.
“Acreditamos que a alimentação, a atividade física, a sustentabilidade, a criatividade e a diversidade transformam a criança de hoje no adulto melhor de amanhã. Os pais e a sociedade precisam acompanhar as mudanças. E a escola e os meios de comunicação continuam sendo de extrema importância para a discussão desses temas”, afirma Beatriz Mello, gerente de pesquisa do canal e responsável pelo estudo.
A pesquisa Geração 5.0 – os Novos Pilares da Infância ouviu crianças e mães no Brasil, Argentina, Chile, México, Colômbia, Venezuela e Peru. Na fase qualitativa, realizada apenas no Brasil, contou com insights do projeto Conicktado (uma rede social fechada da Nickelodeon, na qual crianças e adolescentes escolhidos trocam informações diárias sobre diversos temas) e entrevistas com especialistas.
Já na fase quantitativa, foram utilizados dados de três diferentes fontes para atingir os três diferentes targets mais importantes para o canal: Kiddos Latin America (www.kiddos.com.ar), um estudo anual com crianças de 06-11 anos do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Venezuela e Chile; TGI (que no Brasil é representado pelo IBOPE) para o público de 12-17 anos do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru e Chile; o Qualibest (www.qualibest.com.br), instituto de pesquisa nacional, que pesquisou 500 mães com filhos brasileiros entre 02-14 anos.
RESULTADOS DA PESQUISA POR TEMA ESTUDADO
ATIVIDADE FÍSICA – O peso corporal está cada vez mais relacionado com o consumo e o gasto de calorias. Segundo Beatriz o que mais mudou nesses últimos anos é que se consomem mais calorias e comidas processadas. Além disso, a criança está cada vez mais dentro de casa e faz menos atividade física. O que não mudou é que a atividade física nas escolas continua sendo bem menos importante do que ter notas altas ou aprender tecnologia. E a prática de esportes e atividades físicas vem perdendo força e espaço nos últimos tempos para outras brincadeiras e atividades. Em 2003, 75% das crianças andavam de bicicleta enquanto hoje esse número caiu para 41%.
De acordo com a pesquisa, o índice de prática de esportes nas escolas brasileiras é o menor da América Latina. A escola é o lugar onde as crianças mais praticam esportes segundo os pais, mas as escolas não têm valorizado ou priorizado essa atividade.
As crianças e adolescentes nunca entenderam tanto de esporte, só que hoje, elas são cyber esportistas e não esportistas reais. 50% das crianças jogam futebol “real” enquanto 87% jogam vídeo-game.
A prática de esportes e atividades físicas vem perdendo força e perdendo espaço para outras brincadeiras e atividades. Em 2003, 75% das crianças andavam regularmente de bicicleta. Hoje esse número caiu para 41%.
E dessa pouca atividade física, 79% são realizadas na companhia de amigos e na escola. Em casa e com os pais, a porcentagem dos exercícios físicos cai bastante – apenas 34%.
SUSTENTABILIDADE – As crianças brasileiras são as que menos se preocupam com o meio ambiente na América latina. O México é o país que mais atenção dá ao meio ambiente, com 84%, seguido de Venezuela, 73%, Colômbia e Chile, 70%, Argentina 68% e por último Brasil, como 56%.
Apesar de afirmarem que se interessam pelo tema sustentabilidade, as crianças hoje em dia não sabem muito o que fazer pelo tema. Mas desempenham o básico: não jogam lixo na rua, não ficam mais do que 15 minutos no banho, não desmatam a natureza, não escovam os dentes com a torneira aberta e não imprimem muitas folhas. E, apesar de ainda estarem compreendo a importância da sustentabilidade, elas costumam adotar ações ecológicas promovidas por empresas, como plantar árvores e usar folhas recicláveis. Quando o assunto é sustentabilidade, existe uma troca de informações em casa. Pais ensinam valores, como não jogar lixo na rua, mas também aprendem com os filhos: uma em cada duas mães brasileiras diz que aprendeu muitas coisas sobre meio ambiente/reciclagem com o filho.
CRIATIVIDADE – Segundo a pesquisa, a criatividade faz muito bem às crianças: ela promove relações abertas e positivas com a realidade, flexibilidade às novas situações, promove segurança e faz a criança lidar melhor com fracassos e provocações. 84% das mães acham extremamente importante estimular a criatividade dos filhos, mas ainda são bastante tradicionais em relação às atividades criativas.
Hoje em dia, o estímulo à criatividade dos filhos está em diversas plataformas, como vídeos online, blogs, twitter, etc. 78% das mães afirmam que assistir programas infantis é uma atividade que estimula a criatividade dos filhos, 72% concordam que desenhos estimulam seus filhos e uma em cada duas mães acha que jogos interativos na Internet estimulam a criatividade dos filhos.
ALIMENTAÇÃO – Existem algumas verdades e mentiras em torno da alimentação.
VERDADEIRO: mães verificam o prazo de validade dos produtos e, no final das contas, mais vale o aroma e o sabor do que o valor nutricional dos alimentos.
MAIS OU MENOS: mães valorizam empresas de alimentos preocupadas com o meio ambiente.
FALSO: mães acham produtos prontos saudáveis, criança não gosta de fruta, mães proíbem os filhos de comerem enquanto assistem TV.
Cozinhar virou um hábito de lazer entre pais e filhos. As mães estimulam isso, e uma em cada duas mães diz que cozinhar/fazer lanches divertidos estimula a criatividade dos filhos.
A TV pode ser uma das aliadas das mães quando o assunto são hábitos alimentáres mais saudáveis. 75% das mães acham que a TV não interfere ou interfere de maneira positiva na alimentação dos seus filhos.
DIVERSIDADE – Pais e filhos estão abertos ao diferente. Pelo menos no discurso – 96% das mães estimulam os filhos a respeitar pessoas com deficiências físicas ou mentais e 73% diz preferir que seus filhos tenham contato com pessoas de diferentes níveis sociais. Apesar disso, apenas 10% sempre tem contato com pessoas com problemas visuais ou auditivos contra 39% que nunca tiveram.
“É muito importante que as crianças tenham contato com a diversidade. Quando não existe o contato com o diferente, a violência aparece , surge a agressão verbal e psicológica em sua modalidade eletrônica. É o famoso cyberbulling, que acontece principalmente por e-mail, comunidades,vídeos, redes de relacionamento e MSN”, diz Beatriz.
***
Nickelodeon é um dos principais canais de entretenimento para crianças e uma das maiores produtoras de programas infantis do mundo. O canal oferece uma programação variada, de alta qualidade e repleta de novidades, incluindo séries e curtas produzidos exclusivamente para crianças. Nickelodeon é transmitido pelos principais operadores do país.
EcoDebate, 13/01/2011
A Nickelodeon divulga a pesquisa Geração 5.0 – Os Novos Pilares da Infância na qual aborda alguns dos temas mais marcantes do universo infantil e adolescente da atualidade: alimentação, atividade física, sustentabilidade, criatividade e diversidade. O estudo revela o impressionante dado que o Brasil é o país onde se menos pratica esporte nas escolas, em toda a América Latina.
Também comparado aos nossos vizinhos, o jovem brasileiro também é o que menos se preocupa com o meio ambiente e sustentabilidade. Além disso, menos de 39% das nossas crianças tiveram contato real com a diversidade – fator que pode ser decisivo no desenvolvimento de comportamento violento, como o bullying. Reportagem do site Noticias da tv brasileira.
“Acreditamos que a alimentação, a atividade física, a sustentabilidade, a criatividade e a diversidade transformam a criança de hoje no adulto melhor de amanhã. Os pais e a sociedade precisam acompanhar as mudanças. E a escola e os meios de comunicação continuam sendo de extrema importância para a discussão desses temas”, afirma Beatriz Mello, gerente de pesquisa do canal e responsável pelo estudo.
A pesquisa Geração 5.0 – os Novos Pilares da Infância ouviu crianças e mães no Brasil, Argentina, Chile, México, Colômbia, Venezuela e Peru. Na fase qualitativa, realizada apenas no Brasil, contou com insights do projeto Conicktado (uma rede social fechada da Nickelodeon, na qual crianças e adolescentes escolhidos trocam informações diárias sobre diversos temas) e entrevistas com especialistas.
Já na fase quantitativa, foram utilizados dados de três diferentes fontes para atingir os três diferentes targets mais importantes para o canal: Kiddos Latin America (www.kiddos.com.ar), um estudo anual com crianças de 06-11 anos do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Venezuela e Chile; TGI (que no Brasil é representado pelo IBOPE) para o público de 12-17 anos do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru e Chile; o Qualibest (www.qualibest.com.br), instituto de pesquisa nacional, que pesquisou 500 mães com filhos brasileiros entre 02-14 anos.
RESULTADOS DA PESQUISA POR TEMA ESTUDADO
ATIVIDADE FÍSICA – O peso corporal está cada vez mais relacionado com o consumo e o gasto de calorias. Segundo Beatriz o que mais mudou nesses últimos anos é que se consomem mais calorias e comidas processadas. Além disso, a criança está cada vez mais dentro de casa e faz menos atividade física. O que não mudou é que a atividade física nas escolas continua sendo bem menos importante do que ter notas altas ou aprender tecnologia. E a prática de esportes e atividades físicas vem perdendo força e espaço nos últimos tempos para outras brincadeiras e atividades. Em 2003, 75% das crianças andavam de bicicleta enquanto hoje esse número caiu para 41%.
De acordo com a pesquisa, o índice de prática de esportes nas escolas brasileiras é o menor da América Latina. A escola é o lugar onde as crianças mais praticam esportes segundo os pais, mas as escolas não têm valorizado ou priorizado essa atividade.
As crianças e adolescentes nunca entenderam tanto de esporte, só que hoje, elas são cyber esportistas e não esportistas reais. 50% das crianças jogam futebol “real” enquanto 87% jogam vídeo-game.
A prática de esportes e atividades físicas vem perdendo força e perdendo espaço para outras brincadeiras e atividades. Em 2003, 75% das crianças andavam regularmente de bicicleta. Hoje esse número caiu para 41%.
E dessa pouca atividade física, 79% são realizadas na companhia de amigos e na escola. Em casa e com os pais, a porcentagem dos exercícios físicos cai bastante – apenas 34%.
SUSTENTABILIDADE – As crianças brasileiras são as que menos se preocupam com o meio ambiente na América latina. O México é o país que mais atenção dá ao meio ambiente, com 84%, seguido de Venezuela, 73%, Colômbia e Chile, 70%, Argentina 68% e por último Brasil, como 56%.
Apesar de afirmarem que se interessam pelo tema sustentabilidade, as crianças hoje em dia não sabem muito o que fazer pelo tema. Mas desempenham o básico: não jogam lixo na rua, não ficam mais do que 15 minutos no banho, não desmatam a natureza, não escovam os dentes com a torneira aberta e não imprimem muitas folhas. E, apesar de ainda estarem compreendo a importância da sustentabilidade, elas costumam adotar ações ecológicas promovidas por empresas, como plantar árvores e usar folhas recicláveis. Quando o assunto é sustentabilidade, existe uma troca de informações em casa. Pais ensinam valores, como não jogar lixo na rua, mas também aprendem com os filhos: uma em cada duas mães brasileiras diz que aprendeu muitas coisas sobre meio ambiente/reciclagem com o filho.
CRIATIVIDADE – Segundo a pesquisa, a criatividade faz muito bem às crianças: ela promove relações abertas e positivas com a realidade, flexibilidade às novas situações, promove segurança e faz a criança lidar melhor com fracassos e provocações. 84% das mães acham extremamente importante estimular a criatividade dos filhos, mas ainda são bastante tradicionais em relação às atividades criativas.
Hoje em dia, o estímulo à criatividade dos filhos está em diversas plataformas, como vídeos online, blogs, twitter, etc. 78% das mães afirmam que assistir programas infantis é uma atividade que estimula a criatividade dos filhos, 72% concordam que desenhos estimulam seus filhos e uma em cada duas mães acha que jogos interativos na Internet estimulam a criatividade dos filhos.
ALIMENTAÇÃO – Existem algumas verdades e mentiras em torno da alimentação.
VERDADEIRO: mães verificam o prazo de validade dos produtos e, no final das contas, mais vale o aroma e o sabor do que o valor nutricional dos alimentos.
MAIS OU MENOS: mães valorizam empresas de alimentos preocupadas com o meio ambiente.
FALSO: mães acham produtos prontos saudáveis, criança não gosta de fruta, mães proíbem os filhos de comerem enquanto assistem TV.
Cozinhar virou um hábito de lazer entre pais e filhos. As mães estimulam isso, e uma em cada duas mães diz que cozinhar/fazer lanches divertidos estimula a criatividade dos filhos.
A TV pode ser uma das aliadas das mães quando o assunto são hábitos alimentáres mais saudáveis. 75% das mães acham que a TV não interfere ou interfere de maneira positiva na alimentação dos seus filhos.
DIVERSIDADE – Pais e filhos estão abertos ao diferente. Pelo menos no discurso – 96% das mães estimulam os filhos a respeitar pessoas com deficiências físicas ou mentais e 73% diz preferir que seus filhos tenham contato com pessoas de diferentes níveis sociais. Apesar disso, apenas 10% sempre tem contato com pessoas com problemas visuais ou auditivos contra 39% que nunca tiveram.
“É muito importante que as crianças tenham contato com a diversidade. Quando não existe o contato com o diferente, a violência aparece , surge a agressão verbal e psicológica em sua modalidade eletrônica. É o famoso cyberbulling, que acontece principalmente por e-mail, comunidades,vídeos, redes de relacionamento e MSN”, diz Beatriz.
***
Nickelodeon é um dos principais canais de entretenimento para crianças e uma das maiores produtoras de programas infantis do mundo. O canal oferece uma programação variada, de alta qualidade e repleta de novidades, incluindo séries e curtas produzidos exclusivamente para crianças. Nickelodeon é transmitido pelos principais operadores do país.
EcoDebate, 13/01/2011
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