Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Especialista aponta desafios para valorizar a floresta em pé

Atualmente, florestas estão sendo desmatadas em todo mundo

Por: Epoch Times
O desmatamento é mundial, mas os olhos estão voltados para a Amazônia
“O grande desafio é a gente mudar essa trajetória. Trazer incentivos para a conservação e reduzir a pobreza”, disse Virgílio Viana, diretor científico da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), especialista em Amazônia, mudanças climáticas, manejo florestal e agroflorestal, conservação ambiental, certificação e desenvolvimento sustentável.

Sendo um dos presidentes do comitê da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (UNSDSN), Virgílio aponta que o comitê está elaborando um documento e visando a mudança atual das florestas (conhecido como “business as usual” ou negócios como de costume), que resultam em pobreza e desmatamento.
“O caminho, então, talvez seja substituir os negócios como de costume para a gestão e valorização econômica das florestas nativas”.

Como valorizar a floresta
As florestas são desmatadas por vários motivos, dentre eles, para serem substituídas por outras culturas agrícolas e de criação de gado, outros empreendimentos, como exploração de minerais e petróleo e incêndios florestais.

Virgílio aponta que a floresta pode ser valorizada de duas formas. Uma é por meio dos produtos que a floresta oferece, como castanha, borracha (látex), madeira, peixes. A outra forma é por meio dos serviços ambientais, como por exemplo, o estoque de carbono, biodiversidade, água, e assim por diante. O pagamento de serviços ambientais é uma alternativa que pode prover valor econômico às florestas. Virgílio aponta meios para que isso aconteça.

Um deles é o REDD+ (Redução das Emissões Desmatamento e Degradação Florestal + conservação, manejo e aumento dos estoques de carbono), que é um mecanismo criado pela Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (UFCCC).“(REDD+) é uma das grandes esperanças da valorização dos serviços ambientais em escala internacional e se discute isso também em escala nacional. A gente tem várias iniciativas em vários estados e no governo federal também, caminhando muito mais lentamente do que a gente gostaria”, disse o diretor. Além disso, o Brasil possui programas de pagamento de serviços ambientais.

Porém Virgílio alerta que o país possui uma tendência de administrar a questão do desmatamento como uma questão legal.“O enfrentamento do desmatamento é muito mais, a meu ver, uma questão econômica, do que uma questão de natureza legal e esse é um dos problemas da história da administração pública no Brasil e na América do Sul, que é muito baseada no legalismo, isto é, proibir e publicar um decreto”, explica.

Fundo Amazônia distribui recursos para projetos sustentável


Rondônia é um dos estados favorecidos; cooperativa de Ji-Paraná receberá R$ 3 milhões

Brasília – Um ano após parceria firmada na Rio+20 para operacionalizar recursos do Fundo Amazônia, a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) firmaram hoje (19), no Palácio do Planalto, os primeiros convênios com entidades da sociedade civil para a execução de projetos. O Fundo Amazônia capta doações para investimentos não reembolsáveis em projetos que auxiliem na proteção, conservação e no uso sustentável das florestas no Bioma Amazônia.


Ao todo, foram formalizados 18 projetos, no valor de R$ 15,4 milhões, em oito estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Tocantins. Entre os beneficiados estão agricultores familiares, extrativistas e povos indígenas. Participaram da cerimônia os ministros Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.

Segundo o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit, a meta é aplicar R$ 100 milhões em projetos sustentáveis na Amazônia até 2016. Streit aponta a dificuldade para conseguir licença ambiental como um dos principais gargalos para a obtenção de recursos pelas associações. Para tentar resolver o problema, a fundação está abrindo um escritório em Manaus para atender a toda a região, com engenheiros ambientais e especialistas que vão assessorar as entidades na elaboração dos projetos.


“Algumas vezes, os projetos não atendem a requisitos técnicos, e as associações tentam fazer ao seu modo. Em outros casos, elas [associações] não têm internet. O escritório vai ajudar associações de toda a região a resolver problemas no projeto e obter informações sobre licenciamento mais facilmente nos próprios estados”, disse Streit à Agência Brasil.


Patxon Metuktire, do Instituto Raoni, que teve um projeto de aproximadamente R$ 1 milhão aprovado na área de extrativismo para a produção sustentável de artesanato, além de pequi, mel e óleo de copaíba em Mato Grosso, explicou que o projeto pretende capacitar e gerar renda própria para cerca de cinco etnias, com aproximadamente 5 mil índios no estado. Para ele, no entanto, o objetivo do Fundo Amazônia deve ser maior.


“É preciso fortalecer o fundo para que ele possa, na prática, preservar a floresta e, principalmente, os rios. Queremos proporcionar renda à nossa população para não permitir, por exemplo, a entrada de madeireiros, que derrubam a floresta ilegalmente”, disse Patxon.


A Cooperativa de Produtores Rurais Organizados para Ajuda Mútua (Coocaram) de Ji-Paraná, em Rondônia, que comercializa café e guaraná, tem 336 cooperados e receberá R$ 3 milhões para compra de veículos, equipamentos, construção de terreiros de secagem, assistência técnica, marketing e capacitações. Com os recursos, eles também vão trabalhar com castanha do Brasil, em parceria com povos indígenas e seringueiros.


“Com os recursos do fundo vamos consolidar a proposta do café orgânico na Amazônia ou do café sombreado, como é mais conhecido aqui. Vamos trabalhar as especificações, estruturar as cadeias produtivas e consolidar no mercado, além de levar o nome da Amazônia e do agricultor familiar para todos os países”, disse Leandro Dias Martins, gerente comercial da Coocaram, que desde 2010 exporta café para a Alemanha e a Itália.


A escolha dos projetos pela parceria do Fundação Banco do Brasil com o BNDES foi feita por seleção pública. O principal requisito é a comprovação de sustentabilidade por meio da licença ambiental. Os projetos têm prazo de execução definidos e são acompanhados pelo Fundo Amazônia, que tem entre suas principais fontes de recursos o governo da Noruega, o Banco de Desenvolvimento da Alemanha e a Petrobras.

Desigualdade social é a grande causa da violência entre jovens, afirma pesquisa do Ipea

  

De um lado, jovens brancos, bem vestidos, com um bom nível de escolaridade e trabalhando com carteira assinada. De outro, jovens negros, maltrapilhos, analfabetos e trabalhando na informalidade para comprar comida. O quadro de extrema desigualdade citado no exemplo acima, tão comum no Brasil, está entre as principais causas da violência entre jovens, segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
 
“A desigualdade social está entre as maiores causas da violência entre jovens no Brasil. Ela é o grande contexto, o pano de fundo, onde vive a população mais atingida por esse problema: as pessoas entre 15 e 24 anos”, afirma Luseni Aquino no artigo “Desigualdade social, violência e jovens no Brasil”, produzido em parceria com a pesquisadora Enid Rocha.
 
Um dos fatores que evidenciam a desigualdade social e expõem a população jovem à violência é a condição de extrema pobreza que atinge 12,2% dos 34 milhões de jovens brasileiros, membros de famílias com renda per capita de até ¼ do salário mínimo, afirma a pesquisa.
No total, são 4,2 milhões de jovens extremamente pobres. Destes, 67% não concluíram o ensino fundamental e 30,2% não trabalham e não estudam. O estudo também revela que os jovens afrodescendentes são os mais excluídos, já que 73% dos jovens analfabetos são negros e 71% dos extremamente pobres que não trabalham e não estudam são afrodescendentes.
 
Apesar de ser um agravante das situações de violência, os números divulgados pela pesquisa mostram que a pobreza não é preponderante para o comportamento violento, mas sim a desigualdade social.
“Como a violência afeta mais os pobres, é usual fazer um raciocínio simplista de que a pobreza é a principal causadora da violência entre os jovens, mas isso não é verdade”, afirma a pesquisadora Enid Rocha. “O fato de ser pobre não significa que a pessoa será violenta. Temos inúmeros exemplos de atos violentos praticados por jovens de classe média”.
 
Para as pesquisadoras, uma das formas de superar a desigualdade é a introdução de mecanismos compensatórios para aumentar a renda dos jovens extremamente pobres. “É preciso promover a inclusão social desses jovens por meio da escola e do emprego, que são os dois mecanismos lícitos de ascensão social”, explica Enid Rocha.
 
Atualmente, a política do governo federal de transferência de renda é o Bolsa-Família, benefício em dinheiro destinado a famílias com rendimento de até R$ 100 mensais. Hoje, cerca de 3,9 milhões de famílias são atendidas pelo programa. (Fonte: Agência Brasil)

Procura-se a corporação 2020. Alguém a viu?

Reflexões Economicas - http://reflexeseconmicas.blogspot.com.br/2013/06/procura-se-corporacao-2020-alguem-viu.html

Procura-se a corporação 2020. Alguém a viu? Para o guru da sustentabilidade Pavan Sukhdev, as empresas de hoje seguem os modelos anacrônicos de 1920, de olho no lucro a qualquer custo. Mas a empresa do futuro já nasceu
Entrevista | 14/05/2013 12:06
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Para o guru da sustentabilidade Pavan Sukhdev, as empresas de hoje seguem os modelos anacrônicos de 1920, de olho no lucro a qualquer custo. Mas a empresa do futuro já nasceu
EXAME.com: Quanto tempo é necessário pra mudar o modelo business as usual?
Pavan Sukhdev: Eu não sei quanto tempo é necessário, mas lhe digo o seguinte: temos apenas 10 anos para mudar o business as usual. Temos que fazer isso, porque, basicamente os ecossistemas do planeta não vão esperar por nós. Estamos testando a resiliência da Terra em várias dimensões. O último EL Niño acabou com 20% dos corais, isso é algo assustador. Mais de 5 milhões de pessoas dependem das atividades em torno dos recifes para sobreviver.
Esse é um dos limites planetários que nos olha de frente. É por isso que temos que mudar a economia, mudar a forma como usamos os recursos do planeta. Precisamos fazer isso mudando as corporações. É preciso mudar a forma como se mede desempenho financeiro, é preciso mudar a forma como tributamos, a forma de fazer propaganda, e como se usa o dinheiro. Esses quatro fatores são chave para transformar as corporações.

EXAME.com: Qual a importância de inserir as externalidades nos demonstrativos financeiros?
Pavan Sukhdev: Pense na corporação como uma fábrica de capital. A contabilidade faz lucro financeiro, mas também faz bens e serviços para os consumidores. Mas ao mesmo tempo, cria capital humano ao treinar seus empregados, às vezes destrói o capital social ao desregular a vida das pessoas, às vezes cria capital social ao investir em comunidades, às vezes cria capital natural, ao plantar florestas como parte de um programa voluntário de responsabilidade socioambiental. Às vezes, destrói o capital natural, ao transformar florestas em outras formas de uso de terra.
De todas essas coisas que falei, a única que as companhias reportam é a criação de capital financeiro. Então, temos que migrar para um sistema onde não se olhe apenas para a “caixa pequena” do capital financeiro, mas para o grande quadro, que inclui o capital financeiro mas também humano, social, natural. Só ao fazermos isso, saberemos o impacto real das empresas no mundo.
EXAME.com: Mas ao contabilizar essas externalidades, é possível que muitos setores deixem de ser tão lucrativos, não?
Pavan Suckdev: É verdade. Pegue as atividades de pecuária e agricultura na América Latina, por exemplo, cujo valor da produção é de 16 bilhões de dólares. Um estudo recente mostra que as externalidades chegam a 313 bilhões de dólares. O custo ambiental é 19 vezes maior que o valor de produção. Isso é estupidez econômica.
(...) De fato, há trinta ou quarenta anos, a energia era escassa, então subsidiar petróleo e carvão fazia sentido. Hoje, não mais.
Agora, conhecemos os custos pesados das mudanças climáticas. Sabemos que não podemos usar combustível fóssil eternamente, então precisamos investir, e subsidiar, combustíveis mais limpos. Apesar disso, ainda subsidiamos fontes fósseis e sujas, quase 650 bilhões de dólares, segundo estimativas em 2009. Além disso, tem os subsídios para transporte privado e subsídios para agricultura, a maior parte insustentável. A “insustentabilidade” é muito cara. Não temos como arcar com ela. E infelizmente, os custos da falta de sustentabilidade são públicos, não privados. E por serem custos públicos e não contabilizados, as pessoas pensam que eles não estão lá.

(...) É possível ter energia solar a custo baixo. Se fossemos captar toda a energia do sol, seria possível suprir a demanda do mundo inteiro. O problema é que não reconhecemos essa realidade, e por isso não investimos o suficiente em tecnologias capazes de entregar essa energia.
Repito, estamos gastando trilhões em subsídios para resolver problemas de ontem, tudo para dar continuidade a esse paciente agonizante que é a velha economia “marrom”. Estamos prolongando a vida de uma economia que já mostrou estar morta, tendo em vista as crises econômicas. E as empresas são as únicas capazes de fazer a mudança. Elas cobrem 60% do PIB global e geram 70% dos postos de trabalho do mundo. Aos consumidores, ou melhor, aos cidadãos, cabe o papel de cobrar das empresas essas mudanças.
EXAME.com: O senhor acha que a taxação verde pode ser um vetor de transformação do comportamento das empresas?
Pavan Sukhdev: A “cor” da taxação não importa aqui. É preciso taxar o que é ruim e não o que é bom. O que é bom hoje? A boa performance, ou seja aquela que se apoia na inovação para atender necessidades, e não o inverso. O problema é que não estamos taxando a extração de recursos naturais, mineração, exploração de petróleo, carvão, etc. E esse não é um desafio para todos os países, ao contrário de um acordo global climático. É um desafio para cerca de 30 nações que têm grandes participações nesses setores.

"MADE IN BRAZIL" QUANTO VALE ESTE SELO?


Desenvolvimento Sustentável: Quanto Vale o Selo "Made In Brazil"? from Laercio Bruno Filho


 O Brasil tem um PIB "limpo"?

Nossas emissões de GEE estão bem abaixo quando comparadas com outros países. 85% de nossa energia elétrica é de origem hídrica, portanto uma fonte não poluente. Temos o Etanol como fonte alternativa de energia verde...fonte renovável e limpa. Temos a maior floresta tropical do mundo, somos os maiores produtores de alimentos e água. Estamos depois de muito esforço- e teremos que fazer muito mais ainda - caminhando para um cenário de maior preservação da biodiversidade.


Quanto vale tudo isto num mundo onde as potencias econômicas, bélicas e populacionais diariamente depauperam os recursos que são tão imprescindíveis para o hoje e para o futuro?


Quanto realmente vale o nosso PIB?
Estariam faltando "componentes de custo" a serem alocados, como por exemplo o valor da biodiversidade que utilizamos para produzi-lo,?


A OMC já fala em sobretaxar economias que apresentem "pegadas de carbono” intensivas. E as economias das diversas nações já prevêem como poderiam, com esta medida, proteger seus PIBs, reduzindo suas importações e protegendo eao mesmo tempo incentivando seus mercados internos.

Décadas atrás comprávamos sem pestanejar artigos que carregavam o selo MADE IN GERMANY, JAPAN ou USA.
Estes selos transmitiam, intrinsecamente, um grande valor embutido no produto.
Garantias virtuais que representavam Reputação agregada de eficiência, durabilidade,tecnologia de ponta embarcada, enfim um conjunto de valores contemporâneos que realmente contavam.

Na próximas décadas do século XXI o que contará?
Garantia real de vida com qualidade adequada para as futuras gerações? De que adiantaria ter maquinas de ultima geração e ao mesmo tempo fome, sede ou ar poluído para se respirar?

Seria esta nossa vocação tecnológica para o futuro?
Tudo indica que esta é comoddity-ambiental que realmente será a mais valorizada neste século!

Este é o "momentum" para começar a edificar o selo MADE IN BRAZIL.

O que mudou na sustentabilidade das empresas

Companhias precisam se redescobrir enquanto atores sociais. Não basta mais parecer sustentável em belas páginas, é preciso ser no âmago de sua missão

por Dal Marcondes — publicado 05/06/2013 11:16, última modificação 05/06/2013 11:18
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Agência Brasil
reciclagem ag brasil
Galpão da Cooperativa de Reciclagem, Trabalho e Produção na Cidade Estrutural (DF). Empresas precisam adotar ações que incorporem também temas sociais
Empresas e organizações que as representam constroem políticas de sustentabilidade na maioria das vezes pautadas por metas ambientais. Poucas vezes avançam em desafios sociais e quando o fazem, na maior parte das vezes, são ações com foco em filantropia. Grande parte das pautas ambientais colocadas para as empresas no último quarto do século XX já foi plenamente absorvida e incorporada pelas grandes empresas nacionais e globais. Não se joga mais poluentes em rios, as chaminés têm filtros e a gestão de resíduos está no topo das listas de prioridades. Mas e as verdadeiras pautas sociais? Como estão sendo tratadas?

O mundo mudou e as necessidades sociais também. Fazer projetos com comunidades e oferecer benefícios periféricos para grupos de colaboradores, pequenas coisas que vão além da lei e de acordos coletivos, devem ser estimulados, mas não fazem mais sentido enquanto “marketing social ou de causas”. As empresas precisam se redescobrir enquanto atores sociais e compreende que seu papel vai além da simples “remuneração dos acionistas” e bom relacionamento com seus “stakeholders”. Fazer relatórios de sustentabilidade já é uma linha de corte estabelecida pelo próprio mercado, uma vez que a BM&FBOVESPA, uma das principais bolsas de valores do mundo, já lançou uma campanha para que as empresas listadas publiquem seus relatórios ou expliquem por que não o fazem.
Nessa nova era de crises econômicas e sociais as empresas devem mudar as perguntas que lançam para dentro de suas estruturas. Não basta mais parecer sustentável em belas páginas e filmes para TV, é preciso ser sustentável no âmago de sua missão. E a pergunta que deve ser feita é o que as empresas estão, de fato, fazendo para ajudar a manter a humanidade em evolução? Qual é sua contribuição para o futuro. Como ela se reconstrói a partir de novas forças que estão surgindo na sociedade? Mas, principalmente, como elas estão incorporando os milhões de jovens que chegam à idade do trabalho todos os anos?

Empresas existem para gerar riquezas e oferecer trabalho. Nos últimos 20 anos as “modernas” técnicas de gestão foram eliminando postos de trabalho e estabelecendo linhas de corte de produtividade cada vez mais ferozes. Isso é parte do grande problema de desemprego global para jovens. Cada CEO deveria se perguntar como incorporar jovens em suas empresas, como oferecer trabalho em todas as faixas de jovens e não apenas àqueles que possuem MBA e são capazes de conversar em duas ou mais línguas. São esses os jovens que estão nas ruas e buscam alternativas de sobrevivência através de “comportamentos antissociais”.

Quando a sociedade se dispõe a debater questões como a maioridade penal é preciso discutir, também, o que essa mesma sociedade está fazendo para ampliar a oferta de trabalho para jovens de baixa renda, jovens mal preparados pelas escolas públicas e que vêm de famílias incapazes de oferecer os padrões de consumo estimulados pela publicidade.

Portas tradicionais de acesso ao trabalho foram fechadas, como os antigos “office boys”, que construíam relações nas empresas em que trabalhavam e nas empresas clientes – “networkings” que os ajudavam a escalar cargos nas empresas e construir uma carreira. Agora se utiliza o trabalho de “motoboys”, que correm de portaria em portaria, sem conhecer ninguém além de porteiro, e que são execrados no trânsito como “destruidores de espelhinhos”. Machucam-se ou morrem pelas ruas das cidades em nome de uma suposta eficiência para as empresas, mas em trabalhos que não oferecem nada, sequer uma renda decente.

As novas questões da sustentabilidade das empresas estão mais ligadas ao que as empresas podem fazer para melhorar a sociedade onde estão inseridas, não apenas sob o ponto de vista ambiental, mas também em relação à sua responsabilidade em oferecer caminhos para o desenvolvimento das pessoas.

*Análise originalmente publicada na Envolverde

"As long as there is one of us standing, there will be a fight to protect the forests"

Blogpost by Jess Miller - April 19, 2013 at 19:15



Xavante indigenous people from Maraiãwatsede with traditional body paint for war. Due to conflicts over land ownership, this traditional painting is now a daily ritual in their lives.
 
Today, Brazil celebrates Indigenous Peoples Day. However, on a day that is supposed to celebrate their ancestors, culture and stories, many of Indigenous Peoples are instead fighting for their lands and their rights.
According to a survey by CIMI (Indigenous Missionary Council), there are no less than 452 government development projects currently underway in Brazil, 201 of which directly impact Indigenous Lands. Illegal logging and ranching continues to encroach on Indigenous Lands and conflict and violence is prevalent in the Amazon region.
Accorind to CIMI, an average of 50 murders of Indigenous Peoples occur annually in Brazil. Even more shocking, in the state of Mato Grosso, a leading state for deforestation, there is an average of four deaths per month. From 2003 to 2012, 315 Indigenous Leaders were murdered in connection to forest destruction.
Earlier this week, several hundred Indigenous Peoples occupied the main plenary of Brazilian House of Deputies in protest of PEC-215, a constitutional amendment that would transfer the power to demarcate indigenous lands to the legislative branch of government.
Following hours of protest: the head of the House, Henrique Eduardo Alves, pledged to postpone, the selection of the Special Committee that would discuss PEC-215 for six months. Meanwhile, Alves created a Negotiating Committee, comprised of parliamentarians, representatives from Indigenous Peoples and government officials to discuss all issues related to indigenous peoples filed at the House of Deputies.
The leaders from the Indigenous Peoples communities considered the postponement and creation of the new committee a victory in an increasingly difficult battle for the rights guaranteed to Indigenous Peoples and traditional communities in Brazil. But the fight for their rights and an end to the violence associated with forest destruction is far from over.
"We are being attacked with proposals that aim to erase us from the history of Brasil. They are allowing the constiution to be torn apart, just like the Forest Code was torn apart. As long as there is one of us standing, there will be a fight to protect the forests' cried the Chief Ninawa, of the Huni Kui people of Acre.

Brazilian Government uses one day of year to cover shame of all others

Blogpost by Daniela Montalto - June 5, 2013 at 23:00 Add comment


Amazon rainforest near the BR163 Highway in Brazil
 
Today is World Environment Day and the Government of Brazil celebrated by dancing to an old tune.
 
In a press conference held today in Brasilia, the government rereleased old Amazon deforestation figures and late plans to fight climate change in an attempt to paint a picture that all is well in the Amazon.
This is far from the truth.
The Government presented the figures for deforestation in the Amazon between August 2011 and July 2012, a record low, 4.571 km2. However, this low came after a long period of wholesale destruction in the Amazon.
Instead of releasing old news, the Brazilian government could have used World Environment Day to explain how they will deal with the current increase in deforestation trends, as recently released data based on satellite images shows.
Or why conflicts with indigenous communities are multiplying, violence due to forest land dispute is on the rise and slave labour remain a sad reality in cattle ranching and pig iron producing states of Brazil.
Dilma’s administration aims for the world to see Brazil as a leader in ‘sustainability’. She wants the world to believe that promises, development and domestic reforms have eradicated violence as a major issue in the Amazon.
Well, here is a bit of the reality:
Deforestation trends are on the rise – trends for the period August 2012 to April 2013 show an increase of 15% compared to the previous year.
Cattle ranching and pig iron production still have slavery-like working conditions. According to the Brazilian Ministry of Employment, in 2012, from a total 2750 of workers that were liberated from ‘slavery’, 1250 were found in the legal Amazon. Most of these workers were working at cattle farms and producing pig iron.
From the 452 government development projects currently underway in Brazil, almost half directly impact indigenous lands. Illegal logging and ranching continues to encroach on indigenous lands, and conflict and violence is prevalent in the Amazon region. An average of 50 murders of indigenous peoples occur annually in Brazil.
This is not the music the Brazilian government wants the world to hear as they parade out their old victories. Reality however, will keep turning the volume up.
Greenpeace is calling for a zero deforestation law in Brazil. Add your voice.

Upcycle é opção criativa para dar solução a embalagens feitas com BOPP

Terracycle, empresa presente em vários países, faz parceria com consumidores para transformar embalagens inutilizadas


A reciclagem do tipo de plástico BOPP, apesar de possível, é muito pouco difundida no Brasil devido à baixa rentabilidade do processo, pelo menos atualmente. Mas então, o que fazer com esse tipo de pacote? Bom, você pode ajudar a produzir bolsas, cadernos, caixas de som, baldes plásticos, entre outros, com as suas embalagens usadas de biscoitos e salgadinhos, e ainda auxiliar instituições de caridade da sua escolha. E por incrível que pareça, não é preciso muito esforço para fazer tudo isso.

Basta você formar uma brigada e se cadastrar no site da Terracycle. Trata-se de uma empresa canadense que tenta reaproveitar resíduos para fazer produtos atraentes há dez anos. No início, a companhia lidava apenas com fertilizantes naturais, mas depois expandiu o ramo. Em 2009, a empresa iniciou seus trabalhos no Brasil. Atualmente, a Terracycle está presente em mais 16 países.

A sacada dos idealizadores é simples. Se não é possível ou financeiramente viável reciclar materiais que contêm BOPP, como embalagens de salgadinhos, biscoitos e sucos em pó, a solução é dar um upcycle neles, transformando-os em bolsas, cadernos, caixas de som, baldes, entre outros. A instituição faz a coleta dos resíduos e a manufatura dos novos produtos, que passam a ser vendidos em grandes redes de supermercado (WalMart) e sites (Gift Express e Greenvana). O dinheiro arrecadado pelos usuários cadastrados na Terracycle pode ser revertido para instituições de caridade.



Brigadas

No site da Terracycle, há nove brigadas ligadas a marcas famosas (Nestlé, BRF, Pepsico, entre outras), cada uma com uma especificidade. Assim que você escolher de qual brigada você quer fazer parte (fique atento ao número de vagas), é só cadastrar gratuitamente o seu time de coleta, que pode ser uma escola, organização ou empresa. É necessário que haja pelo menos um representante maior de 18 anos para que o cadastro seja efetivado. Essa pessoa terá acesso a selos pré-pagos pela Terracycle para envio de caixas com embalagens pelo correio. Assim que o seu time de coleta adquirir um número específico de embalagens (no caso da Brigada Biscoiteiros Nestlé, o número é 100), basta colar o selo e enviar gratuitamente para empresa.

Para cada embalagem (verifique na página da brigada se ela precisa ser da marca em questão ou não), o seu time recebe um valor em dinheiro, que será obrigatoriamente revertido para instituições de caridade. Ah, e você pode cadastrar sua equipe em quantas brigadas quiser, desde que haja vagas disponíveis.

Atualmente, as brigadas que lidam com BOPP são “Biscoiteiros Nestlé”, “BRF”, “Nescafé”, “Nestlé Chocolovers”, “Pepsico” e “Tang”.

Produtos

Assim que as embalagens chegam à Terracycle, elas se transformam em novos produtos. Há 41 itens cadastrados no site, como bolsas, mochilas, cadernos, guarda-chuvas, caixas de som, bancos de plástico, lixeiras, vasos, bolas, estojos e carteiras.

O mais interessante é que, depois que um desses produtos se danificarem, você pode reenviá-los à Terracycle e eles serão novamente reutilizados.



Números

De acordo com o site da empresa, existem, no Brasil, mais de 293 mil pessoas coletando resíduos para serem enviados à reutilização, cerca de 21,5 mil unidades de embalagens coletadas e aproximadamente R$ 85,5 mil arrecadados com a iniciativa.

Solução efetiva

O BOPP, como todo tipo de plástico, pode gerar uma série de impactos não somente ambientais, como também sociais, como entupimento de valas e bueiros - que causam enchentes e desalojamentos. Sem contar que boa parte dos plásticos acaba indo parar em ecossistemas marinhos, o que impacta diretamente a fauna local. Assim, a reutilização de embalagens na produção de novos produtos é uma solução efetiva para o momento, pois não é possível reciclar o material em larga escala. Ao mesmo tempo em que novos produtos são criados e evitam o gasto com energia e matéria-prima, os resíduos se retransformam e não vão parar em aterros sanitários e lixões.

Texto: Alberto Cerri
Imagens: www.terracycle.com.br

Embalagens de biscoito são recicláveis na teoria, mas processo não está disseminado. Destino alternativo é possível


Apesar de serem feitas com plástico, embalagens de BOPP são de difícil reciclagem. Alternativa é upcycle feito por empresas

Você já se perguntou o que fazer com a embalagem do biscoito, do salgadinho, da sopa instantânea, da barra de chocolate, do pó de café, entre outros? Seguindo uma ideia lógica, é possível já ter destinado alguns desses pacotes na parte do plástico da coleta seletiva, afinal, tratam-se de objetos feitos de plástico, indiscutivelmente. Porém, o que parece pode não ser tão simples.
Esse plástico metalizado é conhecido como BOPP (bi-axially oriented polypropylene, que significa película de polipropileno biorientada) e tem grandes vantagens para a indústria alimentícia, pois evita contato do produto com gases, oxigênio, variações de temperatura e umidade. Também é mais fácil realizar a impressão em uma embalagem feita com BOPP e ela desliza mais facilmente pelas máquinas da fábrica.

Mas é aí que as vantagens param. Apesar de estudos indianos garantirem a reciclabilidade do material, na prática, ele não ocorre. O principal motivo é o desconhecimento de fabricantes, recicladores, cooperativas e do próprio consumidor. Apesar de ser uma plástico como qualquer outro, o BOPP necessita de mais cuidados, como limpeza. Sem contar que, como a sua reciclagem ainda não é popular, poucas empresas utilizam o material para fabricar outros produtos (veja mais aqui). No entanto, ao menos uma fábrica já foi criada no Reino Unido apenas para a reciclagem de BOPP. No Brasil, poucas recicladoras fazem esse serviço.

A eCycle contatou cooperativas da cidade de São Paulo e a resposta foi parecida. Eventualmente coletavam BOPP, mas com a falta de interesse de compradores, não era viável. A prefeitura do município afirmou que o material não é reciclável e que as cooperativas ligadas à instituição não aceitam tal material.

O que fazer?
E melhor alternativa é usar a criatividade para reaproveitar esses materiais para outros fins, sem que haja o processo de reciclagem. A essa processo se dá o nome de upcycle e quem está à frente disso aqui no Brasil e em outros países do mundo é a Terracycle, que organiza brigadas de consumidores que recebem para recolher e enviar material à empresa. Lá, são feitas bolas, bolsas, caixas de som e outros objetos usando emabalagens BOPP.

Veja também:
-BOPP: plástico que embala doces e salgadinhos tem reciclagem?
-Falta de compradores faz coleta de BOPP fraca em cooperativas e recicladoras
-Upcycle é opção criativa para dar solução a embalagens feitas com BOPP

1,5 milhão de paulistanos trabalham em casa - Estado de São Paulo

O Estado de SP| O Estado de SP
 

Ateliê. Fernando Velasquéz tem tempo para curtir o filho
Os dados fazem parte de estudo do Ibope em parceria com o Estadão Dados, com base nos questionários detalhados do Censo 2010. O levantamento integra série 96xSP, que traz reportagens sobre temas como migração e deslocamento nos 96 distritos da capital.
 
Os números mostram que há basicamente três perfis de pessoas que trabalham no mesmo local onde vivem. O primeiro são as empregadas domésticas que moram na casa do patrão. Outro são os profissionais liberais, que normalmente têm curso superior e trabalham fazendo serviços esporádicos, como advogados, consultores ou artistas. Além disso, há os proprietários de bares, vendas e restaurantes em bairros de menor renda que moram no mesmo imóvel onde funciona o comércio.
 
Como os perfis são variados, a porcentagem de trabalhadores que não sai de casa é relativamente homogênea pela cidade. Há, porém, um grupo de 11 distritos onde um em cada três paulistanos trabalha no mesmo local onde vive. Mais do que a renda média, eles têm em comum o fato de serem bairros residenciais de ocupação antiga, como Pinheiros, Ipiranga e Penha.
 
Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) Lúcio Gomes Machado, uma das hipóteses para esse fenômeno é que esses locais foram ocupados antes do Plano Diretor de 1972, que proibiu a existência de prédios de uso misto - onde há comércio no térreo e moradias em cima. "Foi uma decisão urbanisticamente equivocada. Imóveis onde a pessoa pode morar em cima e trabalhar embaixo trazem vida 24 horas à cidade", diz.


Deslocamento.Outro benefício desse tipo de ocupação, segundo ele, é diminuir o número de pessoas que têm de atravessar a cidade todos para trabalhar. Algo que o artista plástico Fernando Velasquéz, de 43 anos, já não faz há três anos. Ele largou o escritório coletivo que alugava na região da Paulista para focar no seu ateliê que fica na própria casa, na Vila Mariana.

"Você ganha qualidade de vida. Mas, ao mesmo tempo, tem de se cuidar para sair de casa de vez em quando para conversar com pessoas", diz. Ele aproveita o tempo extra que agora sobra para ficar com os filhos e diz que é preciso foco para administrar melhor seus horários. "Quem trabalha em casa tem de administrar seu próprio tempo, e minha geração não foi educada para isso. Aprendi na marra, de tanto errar."
 
Modelo híbrido é herança histórica em São Paulo
De acordo com o historiador Luís Soares de Camargo, ex-pesquisador do Arquivo Histórico Municipal, unir emprego e moradia em um mesmo local é uma tradição colonial brasileira. "Em São Paulo, não foi diferente. No centro histórico, a maioria dos sobrados reservava a parte térrea para o comércio e o dono morava na parte de cima. Apesar de esses imóveis não existirem mais dessa maneira, o traço cultural se manteve”, afirma. O professor Luís Soares de Camargo, da FAU-USP, afirma que essa mudança começou no início do século XX, quando a cidade passou a adotar um novo tipo de urbanismo, que defendia áreas separadas para moradia, trabalho e lazer. "Isso veio a criar bairros como a Chácara Klabin, onde você tem um monte de prédios, todos residenciais, e nem uma vendinha do lado. São bairros mortos.”


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