Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Os numeros da Mudança Climática - O Preço do Carbono

Forest Carbon Offsetting Report 2010 >>> Globe Net

June 29, 2010

GLOBE-Net, June 29, 2010 - EcoSecurities, Conservation International, Climate, Community and Biodiversity Alliance (CCBA), ClimateBiz and the Norton Rose Group have collaborated to find out what more than 157 global, multinational and regional organisations think about forestry and forest carbon offsetting projects.

Some of the key findings of the survey include:

• Positive attitudes towards forest carbon offsetting have increased in the past year, with nearly 80% of respondents having a 'positive' or 'very positive' attitude compared to only 58% in 2009;

• In particular, the most significant change in attitude was from Europe where 84% of participants claim to have a 'positive' or 'very positive' attitude compared to 36% in 2009;

• Participants highlighted the most important factor when purchasing forest carbon offsets are carbon standards (89%), closely followed by project location (84%), project type (80%) and the projects' ability to generate additional community and biodiversity benefits (83% & 77% respectively);

• Reforestation with native species (89%) and avoided deforestation (78%) were rated the most desirable types of forestry project;

• South America (74%) was the most sought-after region from which to purchase forest carbon credits;

• The Voluntary Carbon Standard (VCS) and Climate, Community & Biodiversity (CCB) Standards were the two most popular carbon standards (73% and 64% respectively).

"Forestry promises to be a powerful and cost-effective tool in the fight against climate change," ClimateBiz Managing Editor, Matthew Wheeland. Corporate offset buyers recognise this potential, and show little sign of declining enthusiasm for forestry, despite the regulatory uncertainty.

With an estimated 16% of the total global GHG emissions coming from the destruction of tropical forests, the protection of forests and planting of trees is an essential component of any global strategy for mitigating climate change, notes the report.

McKinsey's authoritative report and the Stern Review all note the importance of forests and forestry as abatement options. This point has also been emphasised in the recent Copenhagen Accord.

In addition to reducing GHGs, the protection and sustainable management of forests, reforestation and afforestation have the potential to achieve important sustainable development and biodiversity conservation co-benefits. This makes them especially attractive for both regulatory and voluntary carbon market buyers, who seek to generate multiple benefits when purchasing offsets.

Forestry projects were some of the first activities designed to mitigate GHG emissions and generate offsets. In many ways, these pioneering projects helped define the concept of 'carbon offsets' and tree planting is still considered by many as the most 'classical' type of offset project.
Forestry has consistently been the voluntary carbon markets underachiever. It seems to be a contradiction terms when analysing what buyers seem to want versus what they do. For instance, when asking offset buyers in a survey, forest carbon consistently comes out as one of the preferred types of activities for sourcing offsets. But when checking real numbers and the turnover in the markets, actual volume does not match those preferences.

The survey results indicate that in 2009 a majority of corporate buyers have a highly positive or positive attitude towards forest carbon offsets (80%). Despite this apparent interest, the Ecosystem Marketplace's data shows only a small market share in 2008 for forestry. We believe that this conundrum will be resolved in the near term.

Over recent years there has been a lack of supply of high quality forestry offsets validated or verified by preferred carbon standards such as the VCS. Among other things, the lack of supply is also due to the unique challenges faced when developing forest carbon projects. Examples of these challenges include:

• High upfront costs, slow generation of credits - Forestry projects, especially those involving tree planting, have a relatively long lead time before emission reductions are generated as it takes time for trees to grow and store significant amounts of carbon. The prospect of having to wait so long for carbon returns can act as a barrier to financing.

• Complex methodologies and data requirements - Existing baseline and monitoring methodologies for forestry projects are recognised as some of the most challenging in the carbon markets. Whilst this will change over time as more experience is gathered, at present it has been a slow process for many projects to successfully deliver credits verified under recognised carbon standards.

• Many stakeholders to manage - It is not uncommon for a forestry project to involve a broad range of stakeholders such as local communities, NGOs, forestry agencies as well as government representatives. Gaining consensus among all of these stakeholders can often be a lengthy process that can deter investors.

• Risk - Tropical forests largely occur in developing countries where there are increased risks from such factors as political instability and the lack of laws and regulations governing critical areas such as land tenure and carbon rights.

Forestry's challenges however are not insurmountable. This is evidenced by a number of high-profile deals that were closed during the last few years and increasingly during 2009. We expect that the supply of forestry offsets will increase over the next years.

The complete report can be downloaded here (Registration required).
Source: http://www.ecosecurities.com/
Source 2: http://www.environmentalleader.com/

Deepwater Horizon: 11 mortes, milhões de litros de óleo lançados no mar, despesas diarias de U$ 100 milhões para limpeza da sujeira e provavelmente o algoz da BP.

Especialistas europeus debatem sustentabilidade da indústria musical >>> Deutsche Welle / UOL

CARLOS ALBUQUERQUE

O festival de música c/o pop chegou ao final nesta segunda-feira (28/06) em Colônia, com um show do jazzista norueguês Bugge Wesseltoft e do ídolo da música house Henrik Schwarz. Aliando tecno-ambient, Detroit-house e free jazz , Wesseltoft e Schwarz mostraram pela primeira vez seu projeto inovador na cidade às margens do Reno.

O c/o pop, todavia, é mais do que música. Procurando interligar os diversos setores da indústria criativa, o festival organiza todos os anos uma convenção sobre cultura pop e negócios. Neste ano, diversos painéis da Creative and Business Convention (C'n'B) foram dedicados à sustentabilidade criativa.

A preocupação ambiental em concertos, festivais e clubes foi tema do seminário "How green is green?" (quão verde é o verde?), organizado pelo c/o pop e pela Energy Union, iniciativa fomentada pela Comissão Europeia que há um ano propaga ideias ambientais através de shows em diversos clubes europeus.

Temas ambientais em clubes

Abrindo o painel, Matt Black, do duo inglês Coldcut, afirmou que “não adianta forçar pessoas jovens a se interessarem por temas ambientais, isso tem que acontecer de forma prazerosa e lúdica”. Black é conhecido por suas perfomances audiovisuais e é um dos responsáveis pelo show de 90 minutos da turnê "Energy Union - The 2010 Intelligent Energy Tour".

Em entrevista à "Deutsche Welle", Martin Geilhufe, da Federação pelo Meio Ambiente e Proteção à Natureza da Alemanha, explicou que o objetivo da turnê é convencer os mais jovens da importância das energias renováveis através de exemplos positivos de como eles podem tornar seu estilo de vida mais verde.

Geilhufe afirmou que os jovens têm grande interesse em temas ambientais e que a reação do público foi positiva na maioria das vezes, principalmente em países da Europa Oriental. O ativista disse, no entanto, que temas ambientais não são compreendidos da mesma forma por todos que vão a um clube para dançar. “Nem sempre é fácil aliar temas políticos à cultura de clube”, disse.

Problema energético

Uma das convidadas do seminário foi Helen Hearthfield, diretora associada da iniciativa britânica Julie's Bicycle, uma ampla coalizão de especialistas de música, teatro e ciência, que se engajam para tornar a indústria criativa mais verde. Desde 2007, Julie's Bicycle pesquisa as emissões de carbono da indústria musical do Reino Unido.

Hearthfield destacou que, entre os principais problemas enfrentados por festivais de música que querem diminuir suas emissões de gás carbono, um dos principais desafios é a diminuição do consumo energético, principalmente no que diz respeito à iluminação. A escolha de um equipamento energeticamente mais eficiente é essencial.

Outro ponto é a questão do lixo. É preciso escolher produtos, como copos, por exemplo, cujos materiais sejam recicláveis. Além disso, os dejetos de sanitários públicos poderiam ser reaproveitados para a produção de compostos orgânicos.

A localização dos festivais também contribui para aumentar as emissões, explicou. Festivais urbanos são energeticamente mais eficientes, já que o público não tem necessariamente que se deslocar de carro ou avião para chegar até lá. Como há hoje muitos festivais no campo, é preciso facilitar o acesso ao transporte público, afirmou Hearthfield.

Mudança de atitude

A ativista britânica chamou atenção para o fato de a indústria da música ser bastante especial. Por isso, o apoio necessário para que diminua suas emissões tem que ser direcionado de forma específica para esse ramo.

Segundo ela, é preciso medir a eficiência dos festivais. Pois só assim é possível criar uma espécie de concorrência positiva entre eles, a fim de que diminuam cada vez mais suas emissões.

No Reino Unido, um número cada vez maior de festivais se compromete a reduzir suas emissões de CO2, utilizando, por exemplo, biodiesel para produzir energia, explicou.

Para concluir, Hearthfield afirmou que muitos organizadores de festivais não querem mudar sua atitude, nem sua forma de organização, muitas vezes “por comodidade ou por falta de informação”.

Apoio à consultoria energética

Já nos clubes noturnos, a refrigeração é um dos fatores mais poluentes, alertou Jacob Bilabel, diretor executivo da Green Music Initiative em Berlim. A escolha do equipamento certo e seu uso correto ajudariam a diminuir as emissões de CO2.

Bilabel mencionou que há diferenças entre os estados alemães quanto à consultoria energética. Enquanto em Berlim não há subvenções para isso, na Renânia do Norte-Vestfália há uma agência estatal que apoia empresas interessadas em diminuir suas emissões, custeando parte das despesas com a consultoria energética.

No entanto, na maioria da vezes, isso se aplica somente a grandes companhias e não a pequenas empresas da indústria criativa, acresceu Bilabel. Além disso, muitas vezes, os clubes recebem os equipamentos como forma de merchandising, sendo obrigados a utilizá-los.

Josche Muth, conselheiro político do Conselho Europeu de Energia Renovável (Erec), disse que o lobby industrial é um dos grandes obstáculos da UE para promover uma melhor legislação sobre o assunto.

Em vez de os equipamentos de refrigeração serem taxados com subdivisões da categoria A (A+, A++ e A+++), como definiu a nova diretriz da UE, teria sido melhor ampliar o número de categorias, que hoje vão de A a G. Isso teria fomentado a concorrência, mas encontrou resistência, explicou.

Revisão: Rodrigo Rimon

Procuram-se climatologistas >>> Agencia Fapesp

28/6/2010
Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – O Brasil precisa aumentar o número de pesquisadores que atuam em modelagem climática. Essa é a opinião de Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), que considera esse o maior desafio para que o país continue crescendo na área.

Nobre, que também é coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas, falou sobre os desafios e obstáculos para o desenvolvimento de modelos climáticos no país no Faculty Summit 2010 América Latina, evento promovido pela FAPESP e pela Microsoft Research em maio, no Guarujá (SP).

Ele destacou a complexidade das pesquisas climáticas, que envolvem variadas áreas do conhecimento – como física, química, biologia e hidrologia –, além de detalhes como influências do solo, da vegetação, dos oceanos e da própria atmosfera, entre outros.

“Desenvolver um modelo computacional para simulações climáticas que considere cenários futuros e projeções para vários anos é uma tarefa muito complexa. Envolve uma imensa quantidade de variáveis e depende de capacidade de processamento igualmente grande”, disse à Agência FAPESP.

Diante desses desafios, por que o Brasil decidiu desenvolver um modelo próprio, quando há muitos já prontos em outros países? “O primeiro motivo é que precisamos desenvolver a capacidade do país nessa área”, disse.

Segundo Nobre, formar novas gerações de pesquisadores em clima e ter autonomia nessa área é estratégico para um país que baseia boa parte de sua economia em agricultura e lidera a produção de bioenergia, com destaque para o etanol da cana-de-açúcar.

Outro motivo é se manter na vanguarda da modelização do clima. “Precisamos desenvolver também as novas gerações de modelos climáticos”, apontou.

A autonomia brasileira na área também beneficia outros países, especialmente os latino-americanos vizinhos, que partilham de sistemas climáticos próximos. A troca de informações seria útil também para nações africanas. Esses fatos justificariam a defesa de um aumento na colaboração entre pesquisadores do “Sul”, incluindo a Índia.

No entanto, o desenvolvimento brasileiro na modelagem climática está limitado ao número de pesquisadores que se dedicam à área. Atualmente, o país conta com pouco mais de meia centena de profissionais especializados na construção de modelos climáticos.

“O que temos hoje é uma massa crítica mínima. Queremos triplicar esse número dentro de dez anos”, disse Nobre. O pesquisador indica que deveremos dobrar esse número dentro dos próximos cinco anos. Outros centros avançados de modelagem climática de países desenvolvidos em pesquisa em clima contam com um mínimo de 150 especialistas, número que esse esforço nacional em modelagem climática pretende alcançar por volta do ano de 2020.

Supercomputador climático
Com exceção do número de pesquisadores, o Brasil já conta com fatores que o colocam em um lugar privilegiado na pesquisa climática. “Temos quase 20 anos de experiência no assunto, nossos modelos produzem previsões de tempo e da tendência climática sazonal com bons índices de acerto, e agora temos também infraestrutura computacional”, disse Nobre.

O pesquisador se refere ao supercomputador recém-adquirido pelo Inpe com apoio da FAPESP, que tem velocidade efetiva de 15 teraflops na aplicação de modelagem e que deverá entrar em operação até o fim do ano.

Nobre explica que a modelagem climática envolve milhares de variáveis – simulações repetidas que podem chegar, cumulativamente, a centenas de milhares de anos –, considera diferentes cenários e ainda deve apresentar boa resolução. Todos esses fatores exigem uma alta capacidade de processamento, um trabalho que só é possível para os supercomputadores.

O novo sistema de supercomputação custou R$ 50 milhões, sendo R$ 15 milhões da FAPESP e R$ 35 milhões do Ministério da Ciência e da Tecnologia, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Esse computador está entre os cinco maiores do mundo voltados à modelagem climática”, disse Nobre.

Com a infraestrutura adequada, o Inpe pretende desenvolver nos próximos anos modelos climáticos de quinta geração, que integram ainda mais processos relevantes ao clima e que são, por conta disso, muito mais complexos.

Aldo Rebelo explica pontos do Código Florestal considerados controversos >>> Agencia Brasil

Marcos Chagas

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Criticadas por ambientalistas e consideradas polêmicas pela própria liderança do governo na Câmara, propostas de mudanças no Código Florestal Brasileiro foram defendidas pelo relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ele rebate, por exemplo, um dos pontos controversos que seria a possibilidade de, com as alterações propostas, se ampliar o desmatamento no país.

Aldo Rebelo considera que, com a moratória para o desmatamento de florestas, por cinco anos não será permitido o corte raso de novas áreas de floresta nativa para a abertura de áreas destinadas à agricultura e à pecuária. “Trata-se de medidas importantes para que possam ser discutidos e implementados os mecanismos previstos na legislação, tais como os Zoneamento Ecológico Econômico e os Planos de Regularização Ambiental”, afirmou o parlamentar.

A suspensão dos desmatamentos permitirá que cada estado faça o seu Zoneamento Ecológico Econômico e os Planos de Regularização Ambiental. Desta forma, cada unidade federativa poderá definir quando e como quer desenvolver atividades agropecuárias, além de onde serão instaladas as áreas de preservação permanente e as reservas legais.

Sobre os questionamentos de a moratória anistiar crimes ambientais, o relator explicou que no caso de multas já emitidas serão canceladas se o produtor cumprir todas as obrigações do Plano de Regularização Ambiental, ainda a ser definido. Em caso contrário, o proprietário da terra terá que pagar pelo descumprimento das normas ambientais.

Ainda existe uma terceira hipótese que é a possibilidade de o plano não ser estabelecido no prazo de cinco anos pelos estados. Neste caso, a propriedade deverá ser adequada aos critérios e limites legais estabelecidos diretamente na lei federal.

Outra questão tratada por Aldo Rebelo é a polêmica de que as mudanças propostas criem brechas para aumentar o desmatamento na Amazônia. O relator desmentiu a possibilidade. Segundo ele, tanto a moratória de cinco anos do desmatamento quanto a manutenção dos atuais percentuais de reserva legal no seu parecer não dão margem a essa possibilidade.

Aldo Rebelo destacou que o relatório garante tratamento diferenciado para pequenas propriedades, isentando-as de terem reserva legal. No entanto, o parlamentar acrescentou que, mesmo nesses casos, o uso e a ocupação da terra dependerão de estudos técnicos a serem feitos no cinco anos de moratória.

No caso de possibilidade de uso de encostas, topos de morro e matas ciliares para exploração econômica, Rebelo afirmou que isso dependerá da decisão do Programa de Regularização Ambiental, definido pelo órgão estadual de meio ambiente integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente.

Ele também comentou sobre o uso de várzeas para plantio de arroz. Nesses casos, o deputado disse que o relatório assegura a manutenção das atividades agropecuárias e florestais em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Os proprietários das terras terão, nesses casos, que adotar práticas de conservação do solo e dos recursos hídricos, além de promover o cadastramento da propriedade no órgão ambiental estadual.

As reservas legais, por sua vez, serão mantidas nos mesmos percentuais vigentes: 80% e 35% na Amazônia e de 20% no resto do país. Aldo Rebelo ressaltou ainda que, desde que haja a recuperação das áreas de preservação permanente, as terras poderão ser usadas no cálculo da reserva legal.

Assim, as propriedades rurais de até quatro módulos rurais – tamanho do imóvel rural considerado suficiente para ser considerado unidade produtiva – ficarão desoneradas desta obrigação.

Edição: Talita Cavalcante

Propriedade privada é fundamental para preservar biodiversidade, afirmam especialistas >>> Agencia Brasil

Daniel Mello

Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Cerca de 40% de toda área de vegetação nativa do Brasil estão em propriedades privadas. Segundo estudo coordenado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Gerd Sparovek, o país detém 270 milhões de hectares de reserva legal, consideravelmente mais do que os 170 milhões de hectares protegidos por unidades de conservação e dentro de terras indígenas.

Apesar de essas áreas serem fragmentos, diferentemente das unidades de conservação, o professor do Instituto de Biociências da USP, Jean Paul Metzger, destaca que a reserva legal é fundamental para a proteção da biodiversidade. “Se você reduzir a conservação apenas às unidades de conservação, você vai ter de 3% a 6% do território nacional protegido”, explica.

O especialista ressalta que as grandes áreas de vegetação, “por maiores que sejam”, têm a tendência a perder espécies. Então, se elas estiverem completamente isoladas, “as espécies nunca mais conseguem recolonizar aquele espaço”.

Por isso, Jean Paul vê com preocupação a proposta de mudança do Código Florestal Brasileiro em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o relatório do deputado Aldo Rebelo(PCdoB-SP) permite o uso econômico muito mais intenso da reserva legal do que a legislação anterior. “Então, essas áreas de reserva legal vão se tornar praticamente áreas produtivas, perde-se o fundamento da reserva legal como área de preservação da biodiversidade biológica e do uso sustentável de recursos naturais”, critica.

A possibilidade das áreas de proteção permanente (APPs) serem contadas como reserva legal também é problemática, na avaliação do professor. Jean Paul destaca que elas têm funções distintas e por isso, devem ser consideradas em separado. Enquanto a reserva existe para preservar a biodiversidade e os recursos naturais, a APP protege regiões ambientalmente frágeis, como encostas e margens de rios. “A composição de espécies que você tem nos dois locais são distintas.”

Além disso, a vegetação nativa exerce funções sobre a própria atividade agrícola. “Essas paisagens sem vegetação, sem reserva legal, não são boas, porque você deixa de ter a proteção do solo, deixa de ter uma série de serviços ecossistêmicos, como polinização e controle de pragas”, explica.

Portanto, a relação entre a propriedade rural e a biodiversidade é de interdependência, de acordo com a consultora e engenheira florestal, Maria José Zakia. Além disso, recursos naturais indispensáveis para a produção agrícola, como a água, também necessitam da preservação de parte da vegetação nativa. “Essa propriedade está sempre dentro de uma bacia hidrográfica, você tem que organizar a produção do que for, mas dentro da propriedade você tem que produzir também água.”

Edição: Talita Cavalcante

Deloitte aponta 7 desafios para Turismo até 2015 >>> OpcaoTurismo/Portugal

 Mercados emergentes, população, marca, talento, tecnologia, sustentabilidade e gestão de crises. São estes os sete desafios a que o Turismo mundial terá de responder, nos próximos cinco anos, para inverter a recente tendência de queda e atingir o crescimento no futuro.

A conclusão resulta do relatório Hospitality 2015, da Deloitte, que determina que a China e a Índia como os mercados emergentes, que alcançarão um crescimento anual superior ao Reino Unido, França e Japão num prazo de cinco anos.

O envelhecimento da geração “baby boomer” e o aparecimento de classes médias na China e na Índia vão ser determinantes na mudança do sector turístico mundial. Estes dois factores demográficos vão criar novos padrões de viagem, acentuar a procura pelo Ocidente e gerar uma importante fonte de rendimento para os mercados do Oriente.

As classes médias da China e da Índia vão gerar ciclos de mudança com impactos futuros e duradouros, com incidência a nível da evolução dos padrões de viagem no sentido de domésticos para regionais para, finalmente, internacionais. Em 2020, só a Índia deverá ter cerca de 50 milhões de turistas.

Com o crescimento e aposta em redes sociais, que permitiram uma maior aproximação com o consumidor quer na divulgação de informação, podem, inversamente expor as inconsistências de serviço das marcas. As marcas mais bem sucedidas serão aquelas que adoptem e utilizem as novas formas de comunicação sem subestimar ou lutar contra a sua influência.

Apesar de o sector ter uma elevada rotatividade de funcionários (31%), um empresário da hotelaria gasta, em média, 33 por cento das suas receitas com a área dos recursos humanos. Este factor vai continuar a ter uma incidência preponderante e os operadores vão ter de criar planos estratégicos que acautelem a manutenção de recursos humanos essenciais e a gestão eficiente do volume de negócios.

O investimento em tecnologia poderá ser um factor crítico para o sucesso das empresas do sector do turismo em 2015. A batalha entre as unidades hoteleiras e os operadores pelas marcações online vai continuar. Os operadores já estão a trabalhar na resposta às necessidades dos consumidores através da criação de novas aplicações e páginas para os dispositivos móveis.

Devido ao crescente aumento da população e à escassez de recursos naturais, a sustentabilidade será um factor determinante até 2015.

Esta conjugação vai gerar um ambiente de negócio muito desafiante e a necessidade de incorporar a questão da sustentabilidade em todas as facetas da indústria do turismo.

O estudo, conclui que a única forma da indústria do turismo sobreviver a choques imprevisíveis e minimizar o seu impacto é ter uma resposta organizada e adequada, através da criação de protocolos e programas de gestão de risco. Os operadores terão de rentabilizar as alturas mais difíceis e aproveitar possíveis novas oportunidades.

Saude Publica, em defesa das crianças.

Europe to switch on Saharan solar power by 2015 >>> The Guardian


The race to harness the sun of the Sahara and Middle East deserts is one initiative in a far-ranging European energy consensus
Alok Jha
The Observer, Sunday 27 June 2010

Andasol 1, in southern Spain, is the world's largest solar power plant, providing energy for over 200,000 people. Photograph: Solar Millennium AG.

There are probably easier ways to meet Europe's thirst for clean energy than importing it from vast solar farms in the Sahara. But it is very tempting. According to the European commission's Institute for Energy, it would require the capture of just 0.3% of the light falling on the Sahara and Middle Eastern deserts (an area around the size of Wales) to meet all of Europe's energy needs.

Several groups have come up with plans to harness the sun in Africa to make electricity, which could then be exported to Europe, or use it to turn desert into forests by using the power to desalinate sea water. And how far is this from a reality? In a recent interview, European energy commissioner Günther Oettinger said that Europe will be importing hundreds of megawatts of solar-generated electricity from north Africa within five years. The EU is committed to sourcing 20% of its energy from renewable sources by 2020.

Most advanced in the planning is the German-led Desertec Industrial Initiative, which aims to provide 15% of Europe's electricity by 2050 or earlier, via power lines stretching across the desert and the Mediterranean. Its $400bn plan is supported by some of Germany's biggest companies, including Siemens, E.On and Deutsche Bank.

And there is a precedent. Nine EU governments – including the UK – are already planning to build an advanced high-voltage, direct current network within the next decade. Europe's first electricity grid dedicated to renewable power took a step forward earlier this year when nine countries began to formalise plans to link their clean energy projects around the North Sea. These could join up the wind-lashed north coast of Scotland with Germany's vast array of solar panels and Norway's hydro-electric dams.

As well as providing more power, a transnational renewable electricity grid would help sort out the intermittencies associated with natural energy sources. With such a grid, electricity can be supplied across the continent from wherever the wind is blowing, the sun is shining or the waves are crashing

Bancos estimulam clientes ao consumo consciente >>> Zero Hora

Iniciativa visa a evitar aumento da inadimplência
Com a forte expansão do crédito nos últimos anos, instituições financeiras e outras entidades ligadas ao setor começam a fazer movimentos para estimular o consumo consciente dos empréstimos. Os motivos para a ampliação dessas iniciativas são basicamente dois: educar o cliente e, consequentemente, evitar a explosão da inadimplência.

As iniciativas dos bancos são, em geral, muito semelhantes. Cartilhas, sites específicos e prospectos mais curtos são repetidos no Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Banco do Brasil e Bradesco.

Rogério Estevão, diretor de empréstimos pessoais do Santander, diz que o projeto do banco também tem a ver com o intuito de fidelizar o cliente:

— Nós queremos ficar com o cliente por muito tempo e, se não há crédito consciente, há inadimplência e podemos perdê-lo.

No Itaú Unibanco, a principal aposta, além das cartilhas, é estreitar o relacionamento com o cliente. Saber se o correntista está “no vermelho ou no azul” é o primeiro passo, conta Denise Hills, superintendente de sustentabilidade. Os dois executivos admitem que a preocupação se dá principalmente porque o crédito no Brasil é usado, sobretudo, para o consumo e não para empreender, por exemplo.

— É perceptível que há muita gente que não sabe o que é cheque especial, cartão de crédito e crédito — afirma Estevão.

O HSBC aposta nas informações online. No site do banco, há uma página bem elaborada e interativa para que o cliente pesquise antes de adquirir o crédito. Dicas de como elaborar um orçamento, ferramentas que calculam quanto de juro a pessoa pagará com determinado financiamento e explicações didáticas sobre cada uma das linhas de crédito são algumas das opções disponibilizadas.

Para Angela Menezes, professora de Finanças do Insper, o interesse dos bancos pelo crédito consciente se dá sobretudo por causa da forte entrada das classes C e D no setor bancário.

— Estamos falando de uma fatia da população que nunca teve conta em banco e quer comprar uma porção de coisas — diz Angela.

ZERO HORA

Fazendas de pecuária orgânica terão diagnóstico de sustentabilidade >>> Agrosoft

Fazendas de pecuária orgânica terão diagnóstico de sustentabilidade: Desde 2003, o WWF-Brasil apoia a pecuária orgânica certificada no Pantanal
Créditos: WWF-Brasil Até o dia 29 de junho de 2010, representantes da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), da ONG Aliança da Terra, da Embrapa Pantanal e do WWF-Brasil concluem um levantamento em seis fazendas pantaneiras para fazer um diagnóstico socioambiental. A intenção é verificar se a pecuária é praticada dentro dos princípios de sustentabilidade.

As visitas às fazendas de pecuária orgânica no Pantanal fazem parte do protocolo da ABPO lançado pela associação e pelo WWF-Brasil em 2009. Por meio do documento, os pecuaristas associados à ABPO assumiram o compromisso de adotar critérios socioambientais que vão além da certificação. Entre esses critérios, está a criação de um sistema interno de auditoria para checar periodicamente as fazendas, além das visitas anuais que já são realizadas pela empresa certificadora.

O pesquisador André Steffens de Moraes, da Embrapa Pantanal (Corumbá/MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disse que a partir deste levantamento será possível avaliar os sistemas de produção e indicar melhorias para que as fazendas se adaptem aos critérios de sustentabilidade.

São duas semanas de trabalho no campo, que começaram no dia 14 de junho, com representantes de todas essas instituições. O grupo utiliza indicadores sugeridos pela Aliança da Terra, que, embora não sejam específicos para o Pantanal, podem contribuir para a avaliação. O levantamento inclui dados sobre hidrografia, uso da terra, erosões e queimadas.

Segundo André, com os resultados deste levantamento, será possível destacar os pontos positivos socioambientais de cada propriedade e identificar o que precisa ser adequado. Para isso, os pecuaristas visitados preenchem o CCS (Cadastro de Compromisso Socioambiental), um documento que permite identificar, reconhecer e premiar produtores rurais responsáveis, que produzem ou querem produzir de maneira correta.

Este trabalho nas fazendas é uma forma de preparar esses produtores para ganhar novos mercados, além do orgânico. "Com a sustentabilidade socioambiental avalizada pelo grupo, podem atingir o mercado externo, especialmente União Européia e Estados Unidos", afirmou o pesquisador.

Embora as visitas às propriedades terminem dia 29 de junho, estão previstas auditorias nas mesmas fazendas depois de um ano. Esse acompanhamento permite avaliar se a continuidade no sistema de produção sustentável foi mantida.



Para Leonardo de Barros, presidente da ABPO, é preciso dar total transparência quanto à situação de suas unidades e quais os impactos ambientais dos processos produtivos utilizados. "A ferramenta disponibilizada pela Aliança da Terra, com a supervisão e parceria da Embrapa Pantanal e o apoio do WWF-Brasil, disponibilizará aos clientes da carne orgânica do Pantanal total conhecimento da situação socioambiental das fazendas produtoras. Estamos dando um novo passo para acessar novos mercados", disse ele.



Desde 2003, o WWF-Brasil apoia a Pecuária Orgânica Certificada no Pantanal. "Nosso objetivo é buscar alternativas que permitam aliar a atividade produtiva da pecuária e a conservação dos recursos naturais do Pantanal", diz Michael Becker, coordenador do Programa Pantanal do WWF-Brasil.

A atuação com o segmento da pecuária é fundamental para as ações de conservação no Pantanal, uma vez que essa é uma das principais atividades econômicas da região. "Estimular iniciativas como a produção orgânica certificada é uma maneira de minimizar impactos promover a conservação do bioma e da Bacia do Alto Paraguai, onde ele está situado", diz Becker.

A Embrapa Pantanal desenvolve em parceria com essas instituições o projeto "Implantação de um núcleo para validação e transferência de tecnologias para a pecuária orgânica no Pantanal", que prevê a certificação da fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal, como orgânica.

O QUE É PECUÁRIA ORGÂNICA?
O sistema de produção orgânico visa o desenvolvimento econômico e produtivo que não polua, não degrade e nem destrua o meio ambiente e, que, ao mesmo tempo valorize o homem como principal integrante do processo. O gado orgânico é criado em fazendas certificadas que seguem normas rígidas de certificação orgânica, que determinam um sistema de produção ambientalmente correto.

Estas normas exigem primeiramente que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como as matas nas beiras dos rios.

Além do cumprimento da legislação ambiental, a certificação exige a proteção de nascentes e de corpos d`água, proíbe a utilização de fogo no manejo das pastagens, e por ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados dentro da unidade produtiva

NÚMEROS
Atualmente, existem 16 fazendas certificadas ou em fase de certificação no Mato Grosso do Sul (associadas à ABPO) e 10 no Mato Grosso (associadas à Aspranor), totalizando 26 propriedades. As fazendas certificadas ocupam uma área total de 131,2 mil hectares e possuem um rebanho de 99,8 mil cabeças.

FONTE
WWF-Brasil

Etanol , 30 anos de Brasil, Ministro Roberto Rodrigues >>> UDOP

Economizar Energia! >>> UDOP

 Arnaldo Jardim, deputado federal

Fonte: Assessoria de Comunicação do Dep. Arnaldo Jardim

24/06/10 - O Brasil desperdiça muita energia, mais de 15 bilhões/ano segundo pesquisa divulgada durante o 7ª Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE), do qual participei. Há tempos tenho dedicado atenção ao desafio de transformar este desperdício em oportunidades. Necessitamos de mais energia para sustentar nosso crescimento e o melhor caminho, sem comprometer ainda mais os nossos recursos naturais, é a economia, a eficiência!

Como coordenador do Grupo de Eficiência Energética da Comissão de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados, entendo que "é melhor racionalizar o uso da energia de que dispomos, a energia mais barata e ambientalmente correta é aquela que não precisamos gerar". Assim, defendo a definição imediata de uma Política Nacional de Eficiência Energética.

Um marco regulatório capaz de impulsionar políticas públicas capazes de "premiar a eficiência", tais como: estabelecer os chamados contratos de performance no setor público, por meio de reformulação da Lei 8.666 (que trata de contratos e licitações públicas); impulsionar a inovação tecnológica (ex.: Smart Grid - tecnologia remota para controlar aparelhos em casas dos consumidores para economizar energia, reduzir custos e aumentar a confiabilidade e transparência); aquecer o mercado de "Green Buildings" (prédios sustentáveis); além de disseminar práticas cotidianas de racionalização de energia e consumo de água para a população.

Vale destacar que representantes das principais candidaturas à Presidência da República estavam presentes no seminário, o que demonstra a importância estratégica do tema. Como um dos formuladores do programa de governo de José Serra e entusiasta da Economia Verde, destaquei a lei estadual paulista de mudanças climáticas que vai impor à necessidade de ganhos de eficiência em todos os setores da economia, a instalação de aquecedores solares em novas moradias da CDHU, além do uso do poder de compra das instituições públicas para privilegiar produtos/empresas que estejam compromissadas com a eficiência energética.

Na ocasião, também defendi a etiquetagem de produtos/empresas como critério para orientar as concessões de financiamentos/isenções fiscais pelo setor público, a exemplo do que foi feito com a redução do IPI da linha branca, produtos estes que a partir do próximo ano terão de atender normas mais rígidas de economia de energia segundo nova determinação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial). Também destaquei a proposta das "Usinas Virtuais" - o potencial de energia acumulada e que se torna realidade a partir da eficiência energética. Para este último, seria necessário, inclusive, criar um mercado de contratos de ganho em eficiência energética, a exemplo do que já acontece na comercialização dos créditos de carbono estabelecidos pelos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas no combate as mudanças climáticas.

Em suma, disseminar projetos de energia eficiente é o melhor caminho para aumentar a competitividade do País, além de proporcionar redução de emissão de poluentes e de impactos ambientais e sociais. Estou certo que a eficiência energética vai desempenhar um papel estratégico na nossa matriz energética!

EDP integra lista do primeiro registro público de emissões de GEE >>> Agencia Ambiente Energia

A EDP no Brasil é uma das 35 empresas brasileiras que integram o primeiro Registro Público de Emissões GEE – Gases de Efeito Estufa, anunciado na terça-feira, dia 22 de junho. Estas companhias passarão a reportar voluntariamente suas emissões. Elas estão dentro das espeficicações estabelecidas pelo Programa Brasileiro GHG Protocol. A lista de empresas da área de energia tem ainda Cesp, Copel, Furnas, Petrobras e CNEC, construtora de que tem projetos de usinas hidrelétricas.
O grupo EDP começou a fazer seu inventário de emissões há seis anos, mas a partir de 2008 aderiu, como membro fundador, ao Programa Brasileiro GHG Protocol, iniciativa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV – GVces em parceria com o World Resources Institute – WRI, organização norte-americana pioneira na formulação de ferramentas de gestão para economia de baixo carbono.

Neste primeiro registro, divido nas categorias ouro, prata e bronze, a EDP está enquadrada na categoria Ouro por divulgar um inventário completo e auditado, que contempla suas diversas operações e as emissões de CO2 provenientes da sua cadeia de valor. Uma das iniciativas da empresa para reduzir as emissões é o programa Econnosco, iniciado em setembro de 2008, que promove e estimula o consumo racional de água, energia elétrica, combustíveis e papel.

“Esta é uma iniciativa extremamente séria, que exige práticas de gestão rigorosas e muita transparência na prestação da informação. Participar do programa constitui uma demonstração concreta do compromisso com a adoção de ações necessárias para lidar com a questão das alterações climáticas”, afirma António Pita de Abreu, diretor-presidente da EDP no Brasil.

O Programa Brasileiro GHG Protocol trabalha desde 2008 na adaptação e desenvolvimento de metodologias para a elaboração de inventários corporativos de GEE e no engajamento e capacitação de instituições Brasileiras.

São Paulo regulamenta lei sobre mudanças climáticas >>> Ambiente Energia

Da Agência Ambiente Energia - O governo do estado de São Paulo publica nesta sexta-feira,, dia 25 de junho, decreto que regulamenta a Política Estadual de Mundanças Climáticas (PEMC). A medida é resultado da Lei nº 13.798, sancionada em novembro de 2009, que traça como meta a redução de 20% das emissões dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta. O documento estabelece meta que é quatro vezes mais rigorosa do que a definida no Protocolo de Kyoto.

O decreto ainda institui programas e planos voltados à inovação tecnológica, energia, transporte, construção civil, educação ambiental e para ações emergenciais e mapeamento de áreas de risco. Outro destaque é o programa de crédito Economia Verde, que oferece recursos para entidades privadas na implementação de ações que reduzam as emissões de gases de efeito estufa. Os recursos, da Nossa Caixa Desenvolvimento, ultrapassam R$ 1 bilhão.

Veja a íntegra do documento

Livro/cd TERRA, de Sebastião Salgado, José Saramago e Chico Buarque >>> site do MST

O massacre de Eldorado dos Carajás completava um ano. Dezenove integrantes do MST haviam sido brutalmente assassinados pela polícia. Em abril de 1997, o fotógrafo Sebastião Salgado, o escritor português José Saramago e o compositor Chico Buarque lançam um livro/cd para relembrar o fato e marcar a importância da luta pelo chão: Terra (Companhia das Letras, 1999).


As fotos de Salgado retratam de forma realista os assentamentos e a vida dos trabalhadores rurais. A introdução, a cargo de Saramago, é dura. Lembra das promessas não-cumpridas do governo brasileiro pela reforma agrária.

Entre as canções de Chico, duas exclusivas: Levantados do Chão (com Milton Nascimento) e Assentamento, que narra o sentimento de um migrante ao perceber que a cidade grande “não mora” mais nele. (informações de Brasil Almanaque da Cultura Popular)

Abaixo, leia o prefácio do livro, escrito por José Saramago

.É difícil defender
só com palavras a vida
(ainda mais quando ela é
esta que vê, severina).
João Cabral de Melo Neto

"...Oxalá não venha nunca à sublime cabeça de Deus a idéia de viajar um dia a estas paragens para certificar-se de que as pessoas que por aqui mal vivem, e pior vão morrendo, estão a cumprir de modo satisfatório o castigo que por ele foi aplicado, no começo do mundo, ao nosso primeiro pai e à nossa primeira mãe, os quais, pela simples e honesta curiosidade de quererem saber a razão por que tinham sido feitos, foram sentenciados, ela, a parir com esforço e dor, ele, a ganhar o pão da família com o suor do seu rosto, tendo como destino final a mesma terra donde, por um capricho divino, haviam sido tirados, pó que foi pó, e pó tornará a ser.

....Então, Deus compreendeu que nunca tivera, verdadeiramente, no mundo que julgara ser seu, o lugar de majestade que havia imaginado, que tudo fora, afinal, uma ilusão, que também ele tinha sido vítima de enganos, como aqueles de que se estavam queixando as mulheres, os homens e as crianças, e, humilhado, retirou-se para a eternidade. A penúltima imagem que ainda viu foi a de espingardas apontadas à multidão, o penúltimo som que ainda ouviu foi o dos disparos, mas na última imagem já havia corpos caídos sangrando, e o último som estava cheio de gritos e de lágrimas."


..."No dia 17 de Abril de 1996, no estado brasileiro do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado dos Carajás (Eldorado: como pode ser sarcástico o destino de certas palavras...), 155 soldados da polícia militarizada, armados de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação de camponeses que bloqueavam a estrada em acção de protesto pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras, como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos, se gastaram já cinqüenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada suficiente satisfação aos gravíssimos problemas de subsistência (seria mais rigoroso dizer sobrevivência) dos trabalhadores do campo. Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas. Passados três meses sobre este sangrento acontecimento, a polícia do estado do Pará, arvorando-se a si mesma em juiz numa causa em que, obviamente, só poderia ser a parte acusada, veio a público declarar inocentes de qualquer culpa os seus 155 soldados, alegando que tinham agido em legítima defesa, e, como se isto lhe parecesse pouco, reclamou processamento judicial contra três dos camponeses, por desacato, lesões e detenção ilegal de armas. O arsenal bélico dos manifestantes era constituído por três pistolas, pedras e instrumentos de lavoura mais ou menos manejáveis. Demasiado sabemos que, muito antes da invenção das primeiras armas de fogo, já as pedras, as foices e os chuços haviam sido considerados ilegais nas mãos daqueles que, obrigados pela necessidade a reclamar pão para comer e terra para trabalhar, encontraram pela frente a polícia militarizada do tempo, armada de espadas, lanças e alabardas. Ao contrário do que geralmente se pretende fazer acreditar, não há nada mais fácil de compreender que a história do mundo, que muita gente ilustrada ainda teima em afirmar ser complicada demais para o entendimento rude do povo.

Pelas três horas da madrugada do dia 9 de Agosto de 1995, em Corumbiara, no estado de Rondônia, 600 famílias de camponeses sem terra, que se encontravam acampadas na Fazenda Santa Elina, foram atacadas por tropas da polícia militarizada. Durante o cerco, que durou todo o resto da noite, os camponeses resistiram com espingardas de caça. Quando amanheceu, a polícia, fardada e encapuçada, de cara pintada de preto, e com o apoio de grupos de assassinos profissionais a soldo de um latifundiário da região, invadiu o acampamento. varrendo-o a tiro, derrubando e incendiando as barracas onde os sem-terra viviam. Foram mortos 10 camponeses, entre eles uma menina de 7 anos, atingida pelas costas quando fugia. Dois polícias morreram também na luta.

A superfície do Brasil, incluindo lagos, rios e montanhas, é de 850 milhões de hectares. Mais ou menos metade desta superfície, uns 400 milhões de hectares, é geralmente considerada apropriada ao uso e ao desenvolvimento agrícolas. Ora, actualmente, apenas 60 milhões desses hectares estão a ser utilizados na cultura regular de grãos. O restante, salvo as áreas que têm vindo a ser ocupadas por explorações de pecuária extensiva (que, ao contrário do que um primeiro e apressado exame possa levar a pensar, significam, na realidade, um aproveitamento insuficiente da terra), encontra-se em estado de improdutividade, de abandono. sem fruto. "

...."O Cristo do Corcovado desapareceu, levou-o Deus quando se retirou para a eternidade, porque não tinha servido de nada pô-lo ali. Agora, no lugar dele, fala-se em colocar quatro enormes painéis virados às quatro direcções do Brasil e do mundo, e todos, em grandes letras, dizendo o mesmo: UM DIREITO QUE RESPEITE, UMA JUSTIÇA QUE CUMPRA. "


JOSÉ SARAMAGO
1997

Caso deseje ler na integra, acesse aqui

Agricultores e grandes poluidores americanos abraçam causa verde >>> Avoided Deforestation Partners >>> UOL




Algumas das maiores organizações agrícolas americanas estão por trás do relatório “Fazendas Aqui, Florestas lá” – que gerou polêmica ao afirmar que o combate ao desmatamento em países tropicais elevaria os ganhos da agricultura nos EUA ao reduzir a competição internacional.

O relatório foi publicado pela coalizão Avoided Deforestation Partners (Parcerios pelo Desmatamento Evitado) e pela União Nacional de Fazendeiros dos EUA, principal sindicato rural do país, mas a Associação Americana de Produtos Florestais e Papéis, a União de Trabalhadores de Usina siderúrgica e a Associação de Plantadores de Milho de Ohio também estiveram pessoalmente envolvidas em divulgar o relatório, que foi rechaçado pelas principais ONGs ambientalistas dos EUA e do Brasil.

“Eu nunca havia visto o setor agrícola tão engajado no lobby sobre legislação ambiental”, diz Alexia Kelly, pesquisadora do programa de Clima e Energia do World Resources Institute, em Washington. “No Senado, eles estiveram envolvidos muito ativamente para garantir que seus interesses estarão representados na legislação”.

O propósito do relatório é influenciar nas votações de uma nova lei sobre mudanças climáticas que deve estabelecer pela primeira vez metas de redução de gases de efeito estufa para as principais indústrias americanas, em especial petroquímicas, serviços públicos e grandes fábricas.

Um dos dispositivos do projeto de lei apresentado pelos senadores John Kerry (D-MA) e Joseph Lieberman permite um mecanismo de compensação em que as empresas poluidoras poderiam comprar créditos de carbono em vez de efetivamente reduzir suas emissões. Uma das maneiras de obter esses créditos seria investir em projetos contra o desmatamento em florestas tropicais.

É aí que entra o Brasil, por possuir a Amazônia, maior floresta restante no mundo. Se aprovada, a nova legislação americana promete modificar completamente a lógica de exploração e ocupação da nossa floresta.

Os reis da poluição
“Esse é na verdade um dos lobbies mais ativo nessa lei, muitos grupos interessados e trabalhando duro para que essa provisão permaneça na lei”, avalia Alexia Kelly. O grupo Avoided Deforestation Partners tem sido um dos mais ativos no lobby pela proteção de florestas.

Além de grandes ONGs ambientalistas, a coalizão reúne algumas das empresas que mais poluem nos EUA (segundo país mais poluente no mundo) como a Duke Energy, PG&E, El Paso Gas e American Electric Power, maior produtora de energia elétrica a carvão do país.

Um dos objetivos do grupo é permitir que os acordos sejam feitos diretamente com governos estaduais ou com proprietários privados em outros países – no Brasil, por exemplo, uma empresa americana poderia negociar diretamente com o governo do Amazonas ou Pará.

“Essas empresas estão interessadas em garantir créditos para poder compensar a redução de emissões que são obrigadas a fazer. E a expectativa é que esses créditos sejam o mais barato possível”, diz Alexia Kelly.

Especialistas dizem que evitar desmatamento é a maneira mais barata de obter créditos de carbono, os quais podem ser usados para que as empresas atinjam suas metas de redução de emissão de CO2. Atualmente, o Brasil já é o quarto maior poluidor do planeta por causa desse tipo de poluição causada pelo desmatamento. A diretora para meio ambiente e segurança da AEP chegou a explicar em entrevista à Revista Time em 2008 a lógica por trás do negócio. “Temos que comparar as compensações com proteção florestal com outros projetos como energias renováveis e temos que tomar a melhor decisão financeira”.

A American Electric Power já possui projetos de conservação de florestas, inclusive na Amazônia.

Segundo o jornalista Mark Shcapiro, que tem investigado o mercado de créditos de carbono no Brasil, o objetivo é garantir acesso aos créditos de carbono enquanto ainda são baratos. Além disso, quando os créditos se tornarem mais procurados e os preços aumentarem, empresas que já possuem projetos podem até acabar lucrando ao vendê-los no mercado como commodities.

Com a aprovação da nova lei americana, a expectativa é que o mercado de créditos de carbono salte de 300 milhões de dólares atualmente para 2 trilhões em uma década. Segundo a consultoria New Carbon Finance, especializada em análises do mercado de carbono, em 2020 os créditos de carbono devem ser uma das commodities mais vendidas no mundo.

“Esse não é um Mercado abstrato, é bem real. Tem muitas pessoas lotando a Amazônia em busca desses créditos”, diz Schapiro “Hoje em dia no Brasil há vendedores de carbono negociando contratos para obter esses créditos que depois vão ser vendidos pata empresas americanas. Muitos moradores da floresta nos disseram que foram procurados para negociar um acordo sobre os créditos de carbono das suas terras e não sabiam o que responder”.

Schapiro pesquisou alguns dos projetos-modelo atualmente existentes na Amazônia brasileira, em especial no estado do Amazonas, para seu filme Carbin Hunters. Exibido pela rede pública Americana PBS. Para ele, na prática tais projetos de proteção florestal são “imensamente complicados”.

“As pessoas moram na floresta, precisa dela para sua sobrevivência. E de repente o seu acesso a essa floresta fica restrito, o que pode até parecer bom no papel, mas na rpática elças não podem mais cortar árvores, e não são madeireiros ilegais, são moradores que vivem dos recursos da floresta”.

O documentário mostra, por exemplo, um morador que passou a ser acossado pela polícia ambiental após a vinda de um projeto com patrocínio multinacional, não podendo nem mesmo obter madeira para forrar o teto da sua casa.

“O problema é que esse mecanismo de compensação não reduz de fato as emissões. E corre o risco de perpetuar tecnologias sujas, já que as empresas podem por exemplo abrir uma nova planta de energia a carvão e depois apenas ‘compensar’ essa poluição”, avalia Chris Lang, editor do site REDD Monitor, que cobre notícias sobre o mercado de carbono.

Mas na visão da Avoided Deforestation Partners, o mecanismo pode ser a melhor saída. É assim que o vídeo que acompanha o relatório "Fazendas aqui, florestas lá” vaticina: Agora você já sabe. Nenhuma nova tecnologia é necessária. Nenhum novo sistema precisa ser inventado. Florestas tropicais. A solução barata para o aquecimento global".

Novo estudo: Telepresença pode reduzir ATÉ 5,5 milhões de toneladas nas emissões de CO2 das empresas >>>

E render US$ 19 bilhões em benefícios financeiros às economias dos EUA e reino unido até 2020.As empresas podem obter retorno sobre seus investimentos no curto de prazo de 15 meses.
São Paulo – Um novo estudo envolvendo grandes empresas dos EUA e Reino Unido que utilizam a tecnologia de telepresença e substituíram parte de suas viagens a negócios por esta tecnologia concluiu que elas podem reduzir suas emissões de CO2 em um total de até 5,5 milhões de toneladas – o equivalente em emissão de quantidade de gases de efeito estufa à remoção de mais de um milhão de veículos de passageiros das ruas pelo período de um ano – e ainda obter benefícios financeiros de quase US$ 19 bilhões, abrangendo toda a economia, até 2020.

A telepresença cresce rapidamente e se torna cada vez mais popular, pois possibilita a realização de reuniões e a colaboração entre pessoas localizadas em diferentes lugares, distribuídos pelo mundo, mas com a sensação de que estão reunidas em uma única sala.

O estudo, “The Telepresence Revolution” (A revolução da telepresença) foi encomendado pela organização CDP (Carbon Disclosure Project) e patrocinado pela AT&T*.

Além disso, o estudo levou também a outras conclusões. Determinou que uma empresa com receita anual igual ou superior a US$ 1 bilhão que implanta quatro salas de telepresença pode: 1) Obter um retorno financeiro sobre o investimento feito no curto período de até 15 meses
2) Economizar perto de 900 viagens a negócios no primeiro ano de utilização da telepresença
3) Reduzir suas emissões em 2.271 toneladas no prazo de cinco anos — o equivalente, em termos de volume emitido de gases estufa, à remoção de 434 carros de passageiros das ruas por um ano.

O estudo ainda revelou que a tecnologia de telepresença pode contribuir para agilizar as tomadas de decisão, aumentar a produtividade de funcionários e proporcionar a estes um melhor equilíbrio entre trabalho e vida privada.

Realizada pela Verdantix, uma firma de pesquisa e análise independente, a pesquisa baseou-se em entrevistas abrangentes realizadas com executivos de 15 empresas integrantes do índice Global 500 e adotantes precoces desta tecnologia, entre elas: Accenture, Aviva, EMC e Microsoft. A Verdantix utilizou os resultados destas entrevistas e desenvolveu um novo modelo detalhado para calcular o índice financeiro ROI (retorno sobre o investimento) e as reduções no volume emitido de gases de carbono em função da utilização da telepresença. O modelo examina a possível adoção de telepresença por empresas com receita anual igual ou superior a US$ 1 bilhão. Ele também prevê os benefícios financeiros e os benefícios derivados da redução de emissões obtidos por empresas adotantes precoces da telepresença que resultariam em benefícios ambientais e financeiros, estendendo-se por toda a economia dos EUA e do Reino Unido, até 2020.

Segundo as projeções feitas, as reduções de emissões de gases de efeito estufa por empresas dos EUA com receita anual superior a US$ 1 bilhão devem totalizar aproximadamente 4,6 milhões de toneladas até 2020, o equivalente à remoção de mais de 875 mil veículos de passageiros das ruas por um ano. As projeções feitas para grandes empresas do Reino Unido mostram que as reduções de gases de carbono até 2020 totalizariam cerca de 940 mil toneladas, o equivalente à eliminação de mais de 179 mil veículos de passageiros das ruas por um ano. Considerando toda a economia, o total dos benefícios financeiros que poderia ser gerado até 2020 em decorrência da utilização de telepresença por grandes empresas, em substituição a parte das viagens a negócios, deverá superar a soma de US$ 15 bilhões nos EUA e chegar perto de US$ 4 bilhões no Reino Unido.

“Empresas que investem em tecnologias de redução de emissões e reestruturam a forma como conduzem seus negócios não apenas ficarão melhor posicionadas para o sucesso à medida que se migra para uma economia de baixa emissão de carbono, como também obterão benefícios muito maiores neste período de transição”, disse Paul Dickinson, presidente da organização CDP. “A telepresença é um bom exemplo de uma solução de baixa emissão de carbono que traz economias financeiras e aumenta a produtividade, enquanto reduz emissões”.

De acordo com Daniel T. Walsh, vice-presidente sênior de serviços de marketing na AT&T Business Solutions, “os clientes corporativos que manifestaram suas opiniões e suas contribuições são muito enfáticos: a telepresença ajuda empresas a melhorar a condução de seus negócios e, ao mesmo tempo, torna possível a redução das emissões de carbono”.

“Este fato e o considerável e acelerado retorno sobre os investimentos feitos, sugeridos pelo estudo, estão fazendo com que as empresas adotem esta tecnologia”, acrescentou. “No ano passado, a AT&T ajudou seus clientes na instalação de centenas de salas de telepresença no mundo, uma tendência que deverá continuar à medida que as empresas começarem a colher os muitos benefícios derivados de sua utilização”.

Além das previsões feitas, o relatório também menciona os benefícios proporcionados pela telepresença já alcançados pelas empresas que tomaram parte neste estudo: . Segundo Sak Nayagam, responsável pelas soluções de mudança climática na área de serviços de sustentabilidade da Accenture: “desde que adotamos a telepresença, já economizamos oito mil toneladas de emissões de dióxido de carbono. Além disso, obtivemos muitos benefícios, como maior produtividade em função do menor número de viagens, bem como melhorias no equilíbrio entre trabalho e vida privada de nossos funcionários, o que, em muitos casos, fez com que trabalhassem de forma mais inteligente”.

De acordo com Zelda Bentham, gerente sênior de meio ambiente da empresa global de seguros Aviva: “comparamos as viagens feitas por nossos executivos em dois períodos: nos nove meses que antecederam a implantação da telepresença com os nove meses após a implantação. Sob uma perspectiva de viagens aéreas, constatamos uma redução de 25% da pegada de carbono”.

O estudo parte do ponto em que parou o relatório “SMART 2020”, uma iniciativa de autoria da organização Climate Group de 2008. O relatório “SMART 2020” identificou quatro áreas principais, entre elas a substituição de viagens pela maior utilização de produtos e serviços de Informação, Comunicação e Tecnologia (ICT), reduzindo em até 15% as emissões dos gases formadores do efeito estufa até 2020.
Acesse o estudo na íntegra: https://www.cdproject.net/telepresence-revolution.

Desenvolvimento econômico sustentável dos setores de base florestal e de geração de energia é discutido por experts em São Paulo >>> Portal Fator

Nova ordem econômica, contribuição social e inovação tecnológica dos setores foram temas abordados .
Em um dia cujo foco foi o futuro dos setores de base florestal e de geração de energia e o que eles têm feito para o desenvolvimento sustentável do país, a sustentabilidade e seus três pilares, o financiamento para os setores e a tecnologia necessária foram foco de diálogo entre especialistas de empresas como HSBC Seguros e Silviconsult com organizações como Caixa BR Woods, e BNDES.

O HSBC Seguros, por meio de seu presidente, Fernando Moreira, alertou para o fato dos critérios ambientais estarem sendo cada vez mais decisivos na concessão de crédito pelos principais bancos do país e do mundo. Para ele, “a questão que o mercado financeiro se faz é em relação ao papel da indústria da madeira para a sustentabilidade e se nós seremos a causa ou não do nosso desenvolvimento ou da nossa extinção”.Ele continua: “não é uma questão de tecnologia como faremos mais com menos, e sim uma questão de como é que será sustentado uma população que chegará a 9 bilhões de habitantes no planeta, até 2050, com este padrão de consumo. Portanto, a questão a ser adotada é como será o novo padrão de consumo que as pessoas irão adotar e até onde uma sociedade que faz consumo inconsciente irá sobreviver.”

A Caixa BR Woods e o BNDES apresentaram suas linhas de crédito para estimular o crescimento dos setores.

Para o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, Fernando Henrique da Fonseca, “o financiamento ainda continua sendo um dos pontos fracos do nosso setor”. Para ele, uma outra questão nevrálgica é o desconhecimento sobre o que os setores de base florestal e gerador de energia fazem, pois “fala-se muito sobre os males das nossas atividades, mas quase sempre sem se saber do que está falando. Por exemplo, dizer, no Brasil, que imprimir é cortar árvore é um grande absurdo, pois 100% do papel que usamos aqui é proveniente de florestas plantadas ou de processos de reciclagem. “É uma bobagem que a internet ajuda a difundir”.

Alexandre Nunes Villar gerente do Departamento de Indústria de Papel e Celulose do BNDES, analisou as Tendências de Crescimento para os segmentos de Florestas, Papel e Celulose no Brasil. Segundo ele a posição competitiva brasileira no setor de floresta é bastante positiva basicamente em função do relevo e da disponibilidade da água e de luz que o nosso clima oferece. Associado a isso também tem a questão dos investimentos realizados pelas empresas visando obter a maior produtividade florestal possível. O resultado desses dois fatores se destaca pela produtividade florestal do Brasil, sendo bastante superior a dos nossos concorrentes mais próximos. Já na questão sobre celulose, Villar destaca que a sua produção também é bastante positiva basicamente em função da produtividade florestal e da grande disponibilidade de áreas para plantio.

A contribuição social do setor florestal brasileiro e a relação entre a sociedade e o desenvolvimento empresarial foi tema do diálogo entre Carlos Augusto Lira Aguiar - presidente da Fibria e Paulo Sergio Scoleze Ferrer - engenheiro empresário diretor da YPAB Dampers International e professor de pós-graduação e MBA do IMT. Para Lira, “o setor usa pouca terra, mas com um alto índice de produtividade e importante geração de PIB”. Ele exemplifica que “nos últimos anos, a Fibria passou da produção de seis toneladas de celulose por hectare para 11 e queremos chegar a 14, ou seja, mais celulose por hectare.” Lira ainda apresentou dados que co A questão dos reflorestamentos também esteve presente durante essas apresentações. Com o tema Fundo de Investimento para Reflorestamentos, Eduardo Barreto, diretor da BRWoods, apresentou o FIP Caixa BRWoods Florestal, um instrumento novo e muito importante nesse mercado, que necessita de recursos em volumes bastante elevados. “O que está sendo divulgado até agora é modesto em relação as necessidades competitivas em nível mundial”.

Barreto, em sua apresentação, transmitiu qual é a viabilidade do FIP (Fundo de investimento em Participações) em concretizar sua missão de “oferecer aos investidores retornos de longo prazo estáveis, diversificados e altamente atrativos. Queremos fornecer aos parceiros corporativos do Fundo, de acesso ao capital para expansão do seu negócio principal e executar investimentos responsáveis via projetos sustentáveis com a adequabilidade florestal”.

Um dos principais objetivos das parcerias corporativas, segundo Barreto, é de que se possibilite aos industriais o destaque das áreas florestais e que essas sejam cuidados por aqueles que têm a possibilidade e o interesse dos retornos adequando ao seu desenvolvimento. “Para isso, essas parcerias corporativas pretendem ser desenvolvidas com arcabouço jurídico e uma série de contratos que estão cobrindo a própria área de compras, de fornecimento de madeira e de manejo florestal. Esse processo foi desenvolvido, está aprovado, em execução e a gente espera que ele garante a matéria-prima da indústria e que liberem dos sócios, o capital na indústria para focarem no seu negócio principal.

Na discussão final desse painel, Jefferson Bueno Mendes, diretor da Silviconsult forneceu informações sobre o rearranjo da produção e dos mercados de produtos de base florestal e da geração de energia da madeira em nível mundial. Sua apresentação foi fundamentada em três conceitos básicos: Mercados, Mudanças e Estratégia, com o objetivo de resgatar o sentido do termo “estratégia” como forma de ler o que está acontecendo agora para saber o que virá pela frente, possibilitando que se trace os novos e mais adequados cursos de ação.

“Para entendermos o que está acontecendo agora é importante analisar a Evolução do Negócio Brasileiro que durou entre as décadas de 1960 e 1980; passando pela Consolidação do Negócio Florestal, durante as décadas de 1990 e 2000 e segue até hoje, com a Operação de Classe Mundial, entre as décadas de 2000 até hoje. Com base nesse contexto a pergunta que temos hoje é que futuro vai decorrer dessa Operação de Classe Mundial”.

Já Paulo Sergio Ferrer, diretor da YPAB Dampers International, afirmou que “uma sociedade só evolui, quando os indivíduos adotam uma postura semelhante e no caso do desenvolvimento sustentável acontece o mesmo. A concorrência e o egoísmo podem ajudar individualmente, mas não toda a sociedade”.

Sob o tema “Inovação, desenvolvimento de produto e processos na indústria de Base Florestal e Geração de energia” foram abordadas as questões do biocombustível a partir de grãos, cana-de açúcar, o etanol de segunda geração, o etanol termoquímico, e o biohidrogênio, entre outros. A Petrobras Biocombustíveis, representada por João Norberto Noschang Neto, apresentou seus projetos para os próximos anos e investimentos em P&D, que incluem as biorefinarias, que, segundo Norberto, “são um conceito cada vez mais presente no dia a dia da Petrobras Biocombustíveis.

Mantendo o foco nas biorefinarias, Francides Gomes da Silva Jr., professro da ESALQ, chamou a atenção para a importância das biorefinarias para o setor de base florestal: “ampliar as possibilidades de produtos”. Explicando o quadro de matérias primas para a biorefinaria, ele d Realidade brasileira – o principal produto ainda é a celulose de mercado. É difícil dizer que as fábricas vao mudar para biorefinarias.

Segundo Gomes da Silva Jr., “na realidade brasileira, o principal produto ainda é a celulose de mercado. É difícil dizer que as fábricas vao mudar para biorefinarias”. “A nossa biorefinaria poderia começar no campo, onde poderíamos ter sistemas florestais que dariam óleo e biodiesel, ao plantarmos mamonas e grãos no meio das florestas”, continua ele.

No momento do fechamento deste release apenas havia se iniciado o painel sobre o Código Florestal Brasileiro, com a presença de Mário Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica e o deputado Aldo Rebelo.

Saneamento Basico e Educação >>> TV Camara-Brasilia

Voluntary carbon sector may see further falls >>> SiloBreaker

Friday, 25 June 2010 The voluntary carbon market may well see further declines in 2010 following last year’s contraction, according to market players in London to this week. A gathering of carbon offset providers, carbon analysts and others at the London launch of the leading report in for the sector on Wednesday heard that demand on the pure voluntary and pre-compliance sides of the market is likely to remain subdued.

The State of Voluntary Carbon Markets 2010 report was unveiled last week in the US and revealed a 26 per cent fall in voluntary emission reduction credit volumes to 94 million tonnes in 2009, with the value of transactions almost halving to $387 million.

This year, the chances of a US trading scheme being passed by Congress have faded, which had been the only positive driver keeping demand up last year as US players looked to earn, or speculate in, earn early action credit. As the US and Europe continue to struggle out of recession, both drivers of demand for the voluntary market look soft in 2010, suggesting further falls in volumes and value are likely.

Jonathon Shopley of The Carbon Neutral Company questioned whether the sector might not be deluding itself bout the chances of recovery this year. Organisations undertaking pure voluntary offsetting in 2010 would likely have set their budgets last year, possibly “in the depths of recession”, and this may well be reflected in lower 2010 purchase requirements, Shopley said.

JPMorgan Refits EcoSecurities for More Carbon-Market Takeovers >>> Businessweek

June 25 (Bloomberg) -- JPMorgan Chase & Co. is reorganizing EcoSecurities, the carbon-emissions company it bought for $206 million, to pursue further takeovers even as the market for greenhouse gases shrinks.
“It is possible that EcoSecurities will be in a position to make additional acquisitions in this area over the next few years,” said Mark Nicholls, an independent director for the Dublin-based investor in carbon credits. Nicholls served as its chairman from 2005 until the takeover by JPMorgan last December.

“This was not a trading play, not a one- to three-year plan, but a long-term plan by JPMorgan to get into this space, and we are delivering on that plan,” he said in a written response to questions.

Boosting its wager may help JPMorgan strengthen its role in a market that the U.S. Commodities Futures Trading Commission says has the potential to be worth $2 trillion. Before that, EcoSecurities Chief Executive Officer Paul Kelly must ride out a slump in emissions trading after the U.S., the European Union and Australia reined in plans to build carbon markets.

The acquisition “looks to the future, but we don’t know what the future is,” said Gus Hochschild, an analyst at Mirabaud Securities LLP in London. “People are taking options.”

Scale of Business
EcoSecurities has taken stakes in 341 emissions-cutting projects in developing nations, more than any other company under a United Nations-supervised climate change program, data compiled by Bloomberg show.

In return, the company earns tradable credits that may be sold to other investors or to industries that use them as pollution permits. Other UN credit investors include Italian utility Enel SpA and Goldman Sachs Group Inc.

The value of UN-sponsored credits produced last year dropped 59 percent to $2.7 billion as the bureaucrats running the system struggled to process applications, the World Bank said last month.

Kelly, the JPMorgan executive who led the acquisition team and now steers EcoSecurities through the slump, has cut back investment in new projects until the regulatory outlook clears, just as competitors are doing, Nicholls said.

“There’s not enough clarity to continue to be able to invest in the market robustly,” Kelly told a May 26 conference in Cologne.

Curbing Costs
Kelly is also reining in costs.
EcoSecurities also cut jobs, according to three former employees who asked not to be named. Nicholls declined to comment on layoffs. The company had 290 staff in 25 countries at the end of 2008, according to its annual report.

The restructuring meant “significant attrition,” said Abyd Karmali, global head of carbon markets at Bank of America Merrill Lynch, said in a telephone interview. “There are a lot of people on the beach.”

“Most people feel that JPMorgan were buying a portfolio and happened to get 200 people along with it,” said Trevor Sikorski, an analyst at Barclays Capital in London. “We used to have a fairly good relationship with Eco, and we just don’t see them anymore.”

Turning Profit
EcoSecurities earned 255,000 pounds ($378,000) on sales of 60 million pounds in the first half of 2009, in the last report before the takeover. That performance followed six straight years of annual losses.

Even as EcoSecurities made a profit, the UN program for reducing emissions was running into trouble.

The supervisory board suspended TUEV SUED AG from verifying projects in March, the third auditor to be sanctioned in the past two years. That has added to a backlog that has developed as regulators try to determine whether thousands of projects will deliver genuine carbon-emissions savings.

Officials in 2009 approved 684 projects to begin generating credits and have more than 2,900 unregistered projects waiting to be assessed, according to the UN. It takes on average more than three years for projects to earn their first credits after their applications are submitted, the World Bank said.

Climate Talks
UN-led negotiations to secure global limits on carbon dioxide emissions are stalled after world leaders failed to broker a deal at the Copenhagen climate summit in December. The WilderHill New Energy Index of 88 renewable-energy stocks, after surging 40 percent in 2009, has slumped 25 percent this year, more than the 7 percent drop of the MSCI World index.

Other companies are following similar acquisition plans.

EcoSecurities was set up by Brazilian scientist Pedro Moura Costa in 1997. It advised companies in nations such as India and China on how to claim UN credits for cutting emissions, sometimes taking stakes in those projects, and helped them sell the resulting certificates. Polluters in Europe or Japan use UN credits to meet their obligations under climate-protection laws.

Under Moura Costa the company sometimes allowed employees to pursue their interests ahead of profits and the cost structure grew too large, Nicholls said.

“In the early stages it was a bit of a lifestyle company,” Nicholls said. “The overwhelming wish of the independent directors was to try and get profitable. We received a number of approaches and everyone involved a significant cut in the cost base.”

--Editors: Todd White, Reed Landberg

Plano de Ação para a Produção e o Consumo Sustentáveis. Entrevista especial com Lisa Gunn >>> IHU Unisinos-Ecodebate

A entrevista de hoje trata de entender o Plano de Ação para a Produção e o Consumo Sustentáveis. O projeto é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e pretende discutir com diferentes setores algumas das ações necessárias para mudança dos padrões de consumo, e torná-lo mais sustentável. Em entrevista, por telefone, à IHU On-Line, Lisa Gunn analisa o plano, assim como as ações do governo, da iniciativa privada e dos consumidores para mitigar a problemática do aquecimento global. “Diversas pesquisas demonstram que os consumidores estão preocupados e valorizam as empresas que atuam de forma responsável. Existe uma conscientização maior sobre a importância dos problemas ambientais. E isso não em função da informação que é disponibilizada, mas porque estamos vivendo na pele as mudanças climáticas. A realidade está colocando para a sociedade a necessidade para termos de fato medidas concretas”, disse ela.
Lisa Gunn é formada em Antropologia e Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Fez a especialização em Desenvolvimento Sustentável pela Carl Duisberg Gesselschaft, na Alemanha. É mestre em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é coordenadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – No que consiste o Plano de Ação para a Produção e o Consumo Sustentáveis (PPCS) que foi lançado recentemente pelo governo federal?

Lisa Gunn – Essa é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente. A ideia do plano de ação é justamente trazer, para a discussão dos diferentes setores envolvidos, o debate sobre as ações necessárias para mudança dos padrões de consumo, e torná-lo mais sustentável. O Ministério do Meio ambiente é o coordenador desta iniciativa e formou um comitê de trabalho que está elaborando uma proposta preliminar de plano de ação, definiu-se alguns setores estratégicos para esse início de trabalho.

IHU On-Line – Qual é a sua origem e contexto?

Lisa Gunn – Desde a ECO 92, temos a clareza de que os atuais padrões de consumo e produção formam a raiz dos problemas socioambientais que nós enfrentamos. Então, há todo um trabalho a ser feito, tanto por parte do poder público quanto do setor privado e da sociedade civil para, de fato, implementar mudanças efetivas nesses padrões. A questão das mudanças climáticas veio justamente para demonstrar a urgência da necessidade que temos de mudar os padrões de consumo e produção. Esse plano tenta fazer a ponte com o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, identificando quais são as sinergias entre esses diferentes projetos. A proposta do Ministério do Meio Ambiente é colocar o Plano de Ação para a Produção e o Consumo Sustentáveis em consulta pública para colher a opinião da sociedade como um todo. O trabalho do comitê que fez a primeira versão já pensou em receber a contribuição da sociedade.

IHU On-Line – Quais são os principais atores que o PPCS envolverá?

Lisa Gunn – Há um entendimento disseminado de que toda e qualquer transformação que nós desejarmos nos padrões de produção e consumo deve ter uma co-responsabilidade entre poder público, empresas, sociedade civil e, principalmente, dos consumidores. O plano pretende demandar de vários setores, como as cadeias produtivas, um engajamento para discussão e debate dos padrões de consumo e produção.

IHU On-Line – Governos, empresas e consumidores têm a mesma responsabilidade no aquecimento global ou há um responsável maior?

Lisa Gunn – Não adianta tentarmos hierarquizar em relação a quem tem maior parcela de responsabilidade. A ideia da co-responsabilidade diz que o setor produtivo tem que mudar seus padrões. Por outro lado, não podemos pensar no papel do poder público como apenas fiscalizador e regulador. Ele também tem um papel de induzir, por meios de incentivos, que as empresas se mobilizem por essa transformação. Os consumidores podem ser um ator extremamente relevante porque, quando consciente dos problemas ambientais envolvidos na produção de bens específicos, pode demandar do setor privado posturas mais responsáveis. Porém, para isso, o consumidor precisa de informação e alternativas concretas. Hoje, ele não tem, de fato, nem um nem outro. Não podemos falar quem é mais responsável, todos nós somos. A questão é: cada um tem uma responsabilidade específica que pode ser encarada de formas diferentes.

IHU On-Line – Qual sua avaliação sobre as iniciativas do governo brasileiro para mitigar a problemática do aquecimento global?

Lisa Gunn – O governo brasileiro avançou bastante no momento em que, na reunião de Copenhague, apresentou suas metas de redução de emissões. Claro que agora o trabalho é ver quais medidas são necessárias para de fato alcançar essas metas. Temos um longo caminho a percorrer em relação a implementação que, de fato, vão permitir as reduções completas. Acredito que o governo poderia até ser mais ambicioso, mas isso pode ser rediscutido. O governo demonstrou, e isso temos que reconhecer, o compromisso do Brasil na redução de emissões. Onde o governo foi menos ambicioso, precisamos ter uma iniciativa mais efetiva do setor empresarial.

IHU On-Line – A principal fonte de gases estufa é o desmatamento e a pecuária. Que medidas são necessárias para mudar isso?

Lisa Gunn – Esse é um trabalho que várias organizações da sociedade civil vem fazendo para debater a questão da carne. Precisamos que o poder público seja mais efetivo na fiscalização do cumprimento da legislação porque, infelizmente, alguns representantes dos pecuaristas ainda desrespeitam leis tanto ambientais quanto trabalhistas. Hoje, o que dificulta a mudança é não termos mecanismos e compromisso em relação à rastreabilidade da carne. Isso para termos a certeza de que não estamos consumindo e produzindo carne que é proveniente de áreas de desmatamento ou com trabalho escravo.

Há um esforço do setor produtivo e dos frigoríficos, mas ainda precisamos a implementação concreta desses sistemas. Se temos produtores que desrespeitam a lei, precisamos que os frigoríficos assumam o papel de induzir esses fornecedores ao cumprimento da legislação. Assim, ele privilegia aqueles que atuam de forma correta e responsável. A mesma coisa deve acontecer com os supermercados. Eles têm o papel de debater com seus fornecedores o que eles estão fazendo para garantir que existe o cumprimento da legislação. Com isso, podemos dar um passo além.

IHU On-Line – Em sua opinião, como o consumo sustentável vem ganhando espaço na sociedade?

Lisa Gunn – Existe um crescimento da consciência da sociedade brasileira em relação aos problemas ambientais. Diversas pesquisas demonstram que os consumidores estão preocupados e valorizam as empresas que atuam de forma responsável. Existe uma conscientização maior sobre a importância dos problemas ambientais. Isso não em função da informação que é disponibilizada, mas porque estamos vivendo na pele as mudanças climáticas. A realidade está colocando para a sociedade a necessidade para termos de fato medidas concretas. O que está faltando é justamente o consumidor ter alternativas concretas e premiar as empresas que atuam de forma mais responsável e punir aquelas que não atuam conforme a lei.

IHU On-Line – Quais são os primeiros passos que uma pessoa tem que dar para se inserir numa prática de consumo sustentável?

Lisa Gunn – O consumidor precisa fazer uma reflexão sobre seus hábitos de consumo e olhar para além da relação entre preço e qualidade, que é privilegiado normalmente, mas também olhar os impactos sociais e ambientais dos seus hábitos. Essa não é uma tarefa fácil. Nós ainda não temos mecanismos que deem informações ao consumidor, mas ainda assim ele tem condições de, ao menos, olhar, por exemplo, o consumo de energia de um equipamento no momento da compra e dar preferência para os que consomem menos energia. Praticar a separação do lixo é algo importante. Sabemos que são poucos os municípios que oferecem a coleta seletiva, o consumidor precisa fazer um esforço extra de buscar associações de catadores ou supermercados que façam esse trabalho. E mais: ele pode pressionar o poder público para que faça a coleta do lixo de forma seletiva. O consumidor precisa ter um protagonismo na busca de informações e alternativas.

Brasileiros no IPCC >>> Agencia FAPESP

25/6/2010

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgou, no dia 23 de junho, a lista de 831 especialistas que vão elaborar o seu quinto Relatório de Avaliação (AR5), que será publicado em 2014. Entre eles estão 25 brasileiros.

Os selecionados estão divididos em três grupos de trabalho (WGs, na sigla em inglês). O WG1 reúne estudos físicos e terá 258 integrantes. O WG2, com 302, avaliará impactos, vulnerabilidades e estratégias de adaptação relacionados às mudanças climáticas. O WG3 enfocará pesquisas sobre estratégias de resposta à mitigação em um cenário de risco e incerteza, com 271 profissionais convocados.

Segundo o IPCC, nesse quinto relatório haverá uma participação maior de especialistas vindos de países em desenvolvimento (30% do total) e também de mulheres (25%). No entanto, a maior prioridade foi dada a jovens pesquisadores que ainda não haviam participado do IPCC e somam 60% do total.

Entre esses está Chou Sin Chan, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec-Inpe), escolhida pela primeira vez para participar como autora de um relatório do IPCC.

“Eu me sinto muito honrada com a escolha”, disse à Agência FAPESP a pesquisadora que coordena o Projeto Temático “Estudos da previsibilidade de eventos meteorológicos extremos na Serra do Mar”, apoiado pela FAPESP.

Chou, que fará parte do WG1, acredita que sua seleção esteja relacionada ao trabalho de elaboração de modelos de cenários climáticos regionais. “Até agora, o IPCC vem utilizando modelos globais com resolução de 200 ou 300 quilômetros, que resultam em estudos de impacto mais grosseiros”, disse. Segundo ela, os modelos regionais permitem melhor qualidade de dados e de detalhes importantes com relação à topografia, vegetação e até ao recorte litorâneo.

Ao divulgar a lista de autores, o IPCC afirmou que procura construir uma ampla visão científica do clima. Por isso, os profissionais selecionados são oriundos de diferentes áreas do conhecimento, como meteorologia, física, oceanografia, estatística, engenharias, ecologia, ciências sociais e economia.

Essa multidisciplinaridade é positiva, segundo Ilana Elazari Klein Coaracy Wainer, livre-docente do Departamento de Oceanografia Física da Universidade de São Paulo (USP). Ela e Edmo José Dias Campos, professor titular da mesma unidade, participarão pela primeira vez como autores do relatório do IPCC no WG1.

“A escolha dos nossos nomes representa o reconhecimento do papel dos oceanos nas mudanças climáticas”, disse Ilana. Segundo ela, os oceanos estão deixando de ser considerados elementos passivos do clima para ser encarados como agentes importantes das mudanças climáticas.

Ilana frisou que entender o comportamento dos oceanos é fundamental para explicar vários eventos climáticos, como os furacões, por exemplo. “Nossa participação no IPCC também é um reconhecimento da qualidade da pesquisa brasileira em oceanografia física”, afirmou.

Com cerca de 3 mil inscrições de candidatos recebidas, 50% maior que a convocação para o relatório anterior (AR4), a equipe do quinto Relatório de Avaliação do clima é vista pelo IPCC como um sinal de prestígio da instituição.

A equipe que elaborou o AR4 também foi menor: 559 autores, selecionados entre cerca de 2 mil inscritos. “Este aumento reflete o grande reconhecimento do trabalho do IPCC dentro da comunidade científica”, disse Rajendra Kumar Pachauri, presidente do Painel.

Os brasileiros que participarão da redação do AR5 são:

WG1 – Bases físicas:
•José Marengo (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe)
•Edmo Campos (Universidade de São Paulo – USP)
•Ilana Wainer (USP)
•Iracema Cavalcanti (Inpe)
•Paulo Artaxo (USP)
•Chou Sin Chan (Inpe)

WG2 – Impactos, adaptação e vulnerabilidade:
•Carlos Nobre (Inpe)
•Carolina Dubeux (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)
•Fabio Scarano (Conservação Internacional)
•Jean Ometto (Inpe)
•Marcos Buckeridge (USP)
•Maria Assunção Silva Dias (USP)
•Ulisses Confalonieri (Fundação Instituto Oswaldo Cruz – Fiocruz)

WG3 – Mitigação das mudanças climáticas:
•Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ)
•Marcos Gomes (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ)
•Mercedes Maria da Cunha Bustamante (Universidade de Brasília – UnB)
•Emílio La Rovere (UFRJ)
•Haroldo de Oliveira Machado Filho (Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT)
•Marcio de Almeida D’Agosto (UFRJ)
•Maria Silvia Muylaert de Araújo (UFRJ)
•Oswaldo dos Santos Lucon (USP)
•Roberto Schaeffer (UFRJ)
•Ronaldo Seroa da Motta (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea)
•Suzana Kahn Ribeiro (UFRJ)
•Thelma Krug (Inpe)

A lista completa dos autores do AR5 e mais informações sobre o relatório e o IPCC estão em: www.ipcc.ch

Incaper realiza VI Simpósio Capixaba sobre Seringueira >>> Agrosoft

Incaper realiza VI Simpósio Capixaba sobre Seringueira: O Brasil importa atualmente 70% da borracha consumida no país
Créditos: IncaperCom o intuito de discutir o panorama atual de mercado para a borracha e incentivar a atividade como alternativa de reflorestamento e renda nas propriedades rurais, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado a Secretaria da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca do Espírito Santo (Seag), realiza juntamente com a prefeitura de São Gabriel da Palha, o VI Simpósio Capixaba sobre Seringueira. A abertura oficial ocorreu ontem (2306/10), e as atividades prosseguem até hoje (24/06/10), das 7h30 às 17 horas, no Centro de Eventos de São Gabriel da Palha.

O público estimado para o evento é de cerca de 600 pessoas, em sua maioria composto de produtores rurais que praticam a atividade ou tem interesse em ingressar no setor. O objetivo é demonstrar que o plantio de seringueira pode representar um bom negócio para os produtores rurais capixabas, além de consolidar o Programa de Expansão da Heveicultura Capixaba (Probores), lançado pelo Governo do Estado durante a quinta edição do mesmo Simpósio, no ano passado.

Dentre as metas do Programa está a implantação de 75 mil novos hectares de seringueira no Estado, preferencialmente em consórcio com outras culturas. De acordo com o coordenador do programa de Silvicultura do Incaper, Pedro Galveas, a espécie arbórea pode ser plantada juntamente com o café, cacau, cupuaçu ou palmáceas, formando-se assim um sistema agroflorestal, que traz benefícios ao solo e ainda proporciona mais de uma fonte de renda no mesmo espaço territorial.

Além disso, a seringueira é uma boa alternativa para atender à legislação ambiental com uma atividade rentável, na medida em que essa cultura pode ser explorada em Áreas de Preservação Permanente (APP), como margens de rios, topos de morros e áreas com declividade superior a 45°; incluindo-se também nos conceitos da Reserva Legal, que consiste na obrigatoriedade do reflorestamento de 20% da propriedade rural.

MERCADO

Um ponto importante que será abordado durante o Seminário são as tendências de mercado para a borracha. Segundo Pedro Galveas, o Brasil importa atualmente 70% da borracha consumida no país do Sudeste Asiático, o que representa um gasto diário de R$ 3,6 milhões.


O Espírito Santo apresenta 13 mil hectares de área plantada com a Seringueira. Isso representa uma produção de aproximadamente 7,5 mil toneladas de borracha, que correspondem a 6% da produção nacional, estimada em 107 mil toneladas. Entretanto, somente a indústria pneumática consome o dobro da produção nacional.


Ainda de acordo com Galveas, a borracha apresenta atualmente um excelente preço no mercado, sendo vendida em média por R$ 3,00 o quilo, o que representa um valor mais alto até mesmo que o petróleo. Estima-se que quatro hectares plantados com a seringueira geram renda suficiente para manter uma família.

"Os dados demonstram que a heveicultura tem muito espaço para crescer no Espírito Santo e em todo o Brasil, pois há uma grande demanda interna pela borracha. Portanto, o Governo do Estado está incentivando a expansão da atividade, pois além de apresentar um ótimo retorno econômico, contribui para o meio ambiente. A seringueira, além de proteger e regenerar o solo, é uma das plantas que mais retira o gás carbônico da atmosfera", afirma Galveas.


O PROBORES
O Probores tem como meta diminuir a importação da borracha e pulverizar o plantio de seringueiras pelo Estado, pois incentiva os pequenos produtores a investir na cultura, que é vista como "amiga do meio ambiente".

O objetivo geral do Probores é promover a implantação de 75 mil novos hectares de seringueira no Espírito Santo e, com isso, contribuir para o abastecimento interno do País e propiciar a proteção do meio ambiente, bem como a sustentabilidade do homem.

O programa visa a incentivar principalmente os pequenos produtores que desenvolvem a agricultura familiar e estejam organizados em associações, cooperativas e assentamentos.

No ano de 2009, foram distribuídas aos agricultores capixabas 300 mil mudas subsidiadas de seringueira, e para 2010 estão previstas mais 300 mil. Os produtores que se interessarem em participar devem procurar o escritório do Incaper de seu município e se inscrever no Programa.


PROGRAMAÇÃO

A palestra de abertura ficou por conta do representante da Associação Brasileira da Indústria de Artefatos de Borracha (Abiarb), Ademar Queiroz do Vale, que irá demonstrar aos agricultores os produtos finais que são produzidos a partir da borracha.

"É possível produzir mais de 50 mil artefatos diferentes a partir da borracha, sendo que 70% do material é destinado à confecção de pneus. È importante que o produtor conheça a importância da matéra-prima que ele produz", afirma Galveas.

Hoje (24/06/10), especialistas do Incaper, da Seag, da Embrapa e da Revista Lateks, de São Paulo, irão discutir diversos aspectos ligados à implantação, produção e comercialização da seringueira.

FONTE
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
Assessoria de Comunicação do Incaper
Paula Varejão - Jornalista
Telefone: (27) 3137-9868

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